29 de out. de 2010

Pensadores da Educação: Howard Gardner




Valorizando o ser por inteiro
Gustavo Lourenção

Howard Gardner

O psicólogo americano de 56 anos é professor de Cognição e Educação e integrante do Projeto Zero, um grupo de pesquisa em cognição humana mantido pela Universidade de Harvard. Também leciona neurologia na Escola de Medicina da Universidade de Boston. Escreveu dezoito livros.

O que ficou

A escola deve valorizar as diferentes habilidades dos alunos e não apenas a lógico-matemática e a lingüística, como é mais comum.

Um alerta

Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma mera executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.
Dezoito anos se passaram desde que o livro Estruturas da Mente: Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner, foi lançado nos Estados Unidos. Publicado no Brasil em 1994, ele causou um boom. De lá para cá, a teoria do psicólogo americano, que propõe a existência de um espectro de inteligências a comandar a mente humana, suscitou muitos comentários, contrários e favoráveis.

De acordo com Gardner, estas seriam nossas sete inteligências:

 Lógico-matemática: capacidade de realizar operações matemáticas e de analisar problemas com lógica. Matemáticos e cientistas têm essa capacidade privilegiada.
 Lingüística: habilidade de aprender línguas e de usar a língua falada e escrita para atingir objetivos. Advogados, escritores e locutores a exploram bem.
 Espacial: capacidade de reconhecer e manipular uma situação espacial ampla ou mais restrita. É importante tanto para navegadores como para cirurgiões ou escultores.
 Físico-cinestésica: potencial de usar o corpo para resolver problemas ou fabricar produtos. Dançarinos, atletas, cirurgiões e mecânicos se valem dela.
 Interpessoal: capacidade de entender as intenções e os desejos dos outros e, conseqüentemente, de se relacionar bem com eles. É necessária para vendedores, líderes religiosos, políticos e, o mais importante, professores.
 Intrapessoal: capacidade de a pessoa se conhecer, incluindo aí seus desejos, e de usar essas informações para alcançar objetivos pessoais.
Musical: aptidão na atuação, apreciação e composição de padrões musicais.

Atualmente, Gardner admite a existência de uma oitava inteligência, a naturalista, que seria a capacidade de reconhecer objetos na natureza, e discute outras, a existencial ou espiritual e até mesmo uma moral — sem, no entanto, adicioná-las às sete originais.
Nílson José Machado, professor do Departamento de Metodologia da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), acredita que Gardner não aprofundou seus estudos. "Houve apenas um espraiamento horizontal." Apesar disso, ele reconhece que a discussão em torno da teoria trouxe alertas importantes para quem trabalha com educação. "A escola deve considerar as pessoas inteiras e valorizar outras formas de demonstração de competências além dos tradicionais eixos lingüístico e lógico-matemático", afirma.
Kátia Smole, que defendeu sua dissertação de mestrado sobre o assunto na USP, afirma que é comum o conceito ser empregado indevidamente por várias escolas. "Ter aulas de música não garante aos estudantes desenvolver a inteligência musical", exemplifica. "Para que isso aconteça é necessário que o aluno pense sobre aquilo que faz e esteja em situação de criação ou resolução de problemas."
No Colégio Sidarta, em Cotia, na Grande São Paulo, a teoria de Gardner é a base da proposta pedagógica, criada com a assessoria da Escola do Futuro, da USP. "Atendemos às diferenças individuais e respeitamos as potencialidades dos alunos", diz a diretora Elaine Moura. Lá, os alunos ora estudam juntos, ora nas estações de trabalho (cantos nas salas onde são organizados diferentes recursos pedagógicos). "É importante que o professor favoreça essas múltiplas inteligências. Por isso, todos os estudantes passeiam pelas diferentes estações."

 
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28 de out. de 2010

Pensadores da Educação: Célestin Freinet


Uma escola ativa e cooperativa
Denise Pellegrini

Célestin Freinet

Nascido em 1896 em Gars, um vilarejo ao sul da França, o professor primário não chegou a concluir seus estudos na Escola Normal de Nice. Com o início da 1a Guerra, alistou-se e participou dos combates. Em 1920, iniciou a carreira docente, construindo os princípios de sua prática. A educação, a seu ver, deveria proporcionar ao aluno a realização de um trabalho real. Faleceu em 1966.

O que ficou

Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem. A cooperação é fundamental.

Um alerta

Levar a turma a aulas-passeio não faz do professor um praticante da pedagogia de Freinet. É preciso considerar a realidade em que os alunos estão inseridos.
Jornal escolar, troca de correspondência, cantinhos pedagógicos, trabalho em grupo, aulas-passeio. Práticas atuais, presentes em muitas escolas, elas nada mais são do que idéias defendidas e aplicadas pelo educador Célestin Freinet desde os anos 20 do século passado, na França. "Ele propunha uma mudança da escola, que considerava teórica, desligada da vida", explica Marisa Del Cioppo Elias, professora do Departamento de Tecnologia da Educação da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. "Sua sala de aula era prazerosa e bastante ativa. O trabalho é o grande motor de sua pedagogia."
As práticas de ensino propostas por Freinet são fruto de suas investigações a respeito da maneira de pensar da criança e de como ela construía o conhecimento. Ele observava muito seus alunos para perceber onde tinha de intervir e como despertar neles a vontade de aprender. O educador compreendia que a aprendizagem se dá pelo tateio experimental. "Quando a criança faz um experimento e dá certo, a tendência é que repita aquele procedimento e vá avançando", descreve Marisa. Mas, de acordo com Freinet, ela não avança sozinha. Tanto é assim, que a cooperação está entre os pontos fundamentais de sua pedagogia.
A interação entre o mestre e o estudante também é essencial para a aprendizagem. O professor consegue essa sintonia levando em consideração o conhecimento das crianças, fruto de seu meio. Para Rosa Maria Whitaker Sampaio, coordenadora do Núcleo Freinet Cidade de São Paulo, estar em contato com a realidade em que vivem os alunos é fundamental. "Professores que levam sua turma a aulas-passeio e organizam sua sala em cantinhos, mas que ignoram aspectos sociais e políticos ao redor da escola, não estão de acordo com o que propunha o educador."
Na Escola Freinet de Natal, as idéias do mestre francês são a essência do projeto pedagógico. "A escola traz o que está fora para dentro e procura dar sentido a todo o trabalho realizado aqui por meio dessa relação de aplicabilidade na vida", afirma Claudia Santa Rosa, fundadora e diretora da instituição até o final do ano passado. Para Freinet, aproximando as crianças dos conhecimentos da comunidade elas podem transformá-los e, assim, modificar a sociedade em que vivem. Esse é um trabalho de cidadania, de democratização do ensino. "Sua pedagogia traz embutida uma preocupação com a formação de um ser social que atua no presente", avalia Claudia.
A Escola Freinet é mantida por uma cooperativa de professores, bem ao gosto do mestre francês, sem ser radical. "Buscamos respaldo em outras teorias, como as de Piaget e Vygotsky", avisa a diretora. "O próprio Freinet dizia que o educador deve ter a sensibilidade de atualizar sua prática e isso, aliás, é o que faz com que ele ainda seja moderno."
Na escola de Natal, as turmas desenvolvem atividades coletivas, em grupo e individuais. "Cada aluno cria seu plano de trabalho, escolhendo entre as possibilidades apresentadas pelo professor", conta. Alguns pesquisam em livros, outros produzem textos, desenham ou pintam nos vários cantinhos da sala. "Nesse momento, há uma relação estreita com a teoria das inteligências múltiplas", destaca Claudia. "No final, todos socializam o que foi produzido."
Com base em procedimentos dessa natureza, fica mais fácil pôr em prática a pedagogia do êxito, defendida pelo educador francês. O sucesso da criança é o produto de seu trabalho que, ao final do dia, é apresentado aos colegas. "Isso eleva a auto-estima da turma", finaliza Marisa

 
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27 de out. de 2010

Pensadores da Educação: Jean Piaget



Da experiência nasce o conhecimento
Denise Pellegrini


Jean Piaget


Nascido na Suíça, em 1896, numa família rica e culta, aos 7 anos já se interessava por estudos científicos. Biólogo de formação, estudou Filosofia e doutorou-se em Ciências Naturais aos 22 anos. Em 1923, lançou A linguagem e o Pensamento na Criança, o primeiro de seus mais de sessenta livros. Faleceu em 1980, na Suíça.

O que ficou

É na relação com o meio que a criança se desenvolve, construindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que a cerca.

Um alerta

O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças. Não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las agir sozinhas.
A teoria do conhecimento, construída por Jean Piaget, não tem intenção pedagógica. Porém, ofereceu aos educadores importantes princípios para orientar sua prática. "Piaget mostra que o sujeito humano estabelece desde o nascimento uma relação de interação com o meio", explica Jean-Marie Dolle, professor emérito da Universidade Lumière-Lyon 2, na França, e especialista na obra piagetiana. "É a relação da criança com o mundo físico e social que promove seu desenvolvimento cognitivo", completa o professor Mário Sérgio Vasconcelos, coordenador do curso de pós-graduação em Psicologia da Universidade Estadual Paulista, campus de Assis.
Para Piaget, a forma de raciocinar e de aprender da criança passa por estágios. Por volta dos 2 anos, ela evolui do estágio sensório-motor, em que a ação envolve os órgãos sensoriais e os reflexos neurológicos básicos (como sugar a mamadeira) e o pensamento se dá somente sobre as coisas presentes na ação que desenvolve, para o pré-operatório. "Nessa etapa, a criança se torna capaz de fazer uma coisa e imaginar outra. Ela faz isso, por exemplo, quando brinca de boneca e representa situações vividas em dias anteriores", explica Vasconcelos. Outra progressão se dá por volta dos 7 anos, quando ela passa para o estágio operacional-concreto. Aqui, consegue refletir sobre o inverso das coisas e dos fenômenos e, para concluir um raciocínio, leva em consideração as relações entre os objetos. Percebe que 3 - 1 = 2 porque sabe que 2 + 1 = 3. Finalmente, por volta dos 12 anos, chegamos ao estágio operacional-formal. "O adolescente pode pensar em coisas completamente abstratas, sem necessitar da relação direta com o concreto. Ele compreende conceitos como amor ou democracia."
Essas informações, bem utilizadas, ajudam o professor a melhorar sua prática. "Devemos observar os alunos para tornar os conteúdos pedagógicos proporcionais às suas capacidades", recomenda Dolle. Para Vasconcelos, a criança é um pesquisador em potencial. "Levantando hipóteses sobre o mundo, ela constrói e amplia seu conhecimento." Nesse processo, você, professor, tem papel fundamental. Ser construtivista não é deixar o aluno livre, acreditando que evoluirá sozinho. "O mestre precisa proporcionar um conflito cognitivo para que novos conhecimentos sejam produzidos", endossa Ulisses Araújo, professor do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas.
"Uma máxima da teoria piagetiana é que o conhecimento é construído na experiência", afirma Araújo. Isso fica claro quando se estuda a formação da moral na criança, campo a que o pensador suíço se dedicou no início da carreira e no qual Araújo se especializou. "Para Piaget, o que permite a construção da autonomia moral é o estabelecimento da cooperação em vez da coação, e do respeito mútuo no lugar do respeito unilateral", explica Araújo. "Dentro da escola, isso significa democratizar as relações para formar sujeitos autônomos."
Em Salvador, a Escola Municipal Barbosa Romeo tem nessa questão uma das maiores preocupações. De acordo com a coordenadora pedagógica Elisabete Monteiro, além de os professores trabalharem com projetos, o que elimina a simples transmissão de conhecimento, a equipe usa o respeito mútuo como estratégia para integrar os estudantes ao ambiente escolar. Boa parte da clientela vem do Projeto Axé, que atende crianças em situação de risco e com muita dificuldade na aquisição da leitura e da escrita. "Temos um conselho escolar forte e alunos representantes de sala atuantes. O que vai ser trabalhado em sala é discutido coletivamente", explica Elisabete

 
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23 de out. de 2010

Pensadores da Educação: Emilia Ferreiro



A vanguarda na alfabetização
Denise Pellegrini


Emilia Ferreiro

Psicolingüista argentina, doutorou-se pela Universidade de Genebra, orientada por Jean Piaget. Inovou ao utilizar a teoria do mestre para investigar um campo que não tinha sido objeto de estudo piagetiano. Aos 62 anos, é pesquisadora do Instituto Politécnico Nacional, no México.

O que ficou

As crianças chegam à escola sabendo várias coisas sobre a língua. É preciso avaliá-las para determinar estratégias para sua alfabetização.

Um alerta

Apesar de a criança construir seu próprio conhecimento, no que se refere à alfabetização, cabe a você, professor, organizar atividades que favoreçam a reflexão sobre a escrita.
A rede estadual do Ceará mantinha, até 1996, classes de alfabetização. Anteriores ao Ensino Fundamental, elas retinham crianças por anos a fio fora do ensino regular porque não conseguiam aprender a ler e escrever. A rede cearense é hoje organizada em ciclos, o que permite aos alunos se alfabetizar ao longo dos anos. Com uma proposta calcada nas idéias de Jean Piaget, Lev Vygotsky e Paulo Freire, as escolas estaduais cearenses têm, no que se refere especificamente à alfabetização, a psicolingüista argentina Emilia Ferreiro como referência básica. "Respeitamos o nível de desenvolvimento dos estudantes, verificando em primeiro lugar em que altura do processo da leitura e da escrita eles estão", conta Lindalva Pereira Carmo, responsável pela Coordenadoria de Desenvolvimento Técnico e Pedagógico do Estado.
Diagnosticar quanto os alunos já sabem antes de iniciar o processo de alfabetização é um preceito básico do livro Psicogênese da Língua Escrita, que Emilia escreveu com Ana Teberosky em 1979. A obra, um marco na área, mostra que as crianças não chegam à escola vazias, sem saber nada sobre a língua. De acordo com a teoria, toda criança passa por quatro fases até que esteja alfabetizada:

 pré-silábica: não consegue relacionar as letras com os sons da língua falada;

 silábica: interpreta a letra à sua maneira, atribuindo valor de sílaba a cada letra;

 silábico-alfabética: mistura a lógica da fase anterior com a identificação de algumas sílabas;

 alfabética: domina, enfim, o valor das letras e sílabas.

Hoje, o conhecimento sobre esse processo continua avançando. "Analisar que representações sobre a escrita o estudante tem é importante para o professor saber como agir", afirma Telma Weisz, consultora do Ministério da Educação e autora de tese de doutorado orientada por Emilia Ferreiro. "Não é porque o aluno participa de forma direta da construção do seu conhecimento que o professor não precisa ensiná-lo", ressalta. Ou seja, cabe a você organizar atividades que favoreçam a reflexão da criança sobre a escrita, porque é pensando que ela aprende.
"Apesar de ter proporcionado aos educadores uma nova maneira de analisar a aprendizagem da língua escrita, o trabalho da pesquisadora argentina não dá indicações de como produzir ensino", avisa a educadora Telma. Definitivamente, não existe o "método Emilia Ferreiro", com passos predeterminados, como muitos ainda possam pensar. Os professores têm à disposição uma metodologia de ensino da língua escrita coerente com as mudanças apontadas pela psicolingüista, produzida por educadores de vários países.
"Essa metodologia é estruturada em torno de princípios que organizam a prática do professor", explica Telma. O fato de a criança aprender a ler e escrever lendo e escrevendo, mesmo sem saber fazer isso, é um desses princípios. Nas escolas verdadeiramente construtivistas, os alunos se alfabetizam participando de práticas sociais de leitura e de escrita. A referência de texto para eles não é mais uma cartilha, com frases sem sentido.
No Ceará, por exemplo, os estudantes aprendem a ler em rótulos de produtos, propagandas e bulas de remédio, além de ter à disposição muitos livros. "Com a implantação dos ciclos, os professores de todas as séries passam a ser responsáveis pelo processo de aquisição da leitura e da escrita", completa Lindalva.



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20 de out. de 2010

Ser Feliz...


Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver.
Apesar de todos os desafios,
Incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas
E se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si,
Mas ser capaz de encontrar um oásis
No recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma crítica,
Mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou
Construir um castelo ...
Fernando Pessoa

17 de out. de 2010

Cidadania começa em casa!




Construção do cidadão
Içami Tiba

A cidadania deve começar em casa já com os primeiros passos da criança.

O planeta Terra está passando por um período muito delicado. Ele está precisando muito do espírito cidadão para ser cuidado e preservado.
Diz-se que a Terra precisa de seus habitantes, mas são os seus habitantes é que precisam dela, pois ela existe com ou sem eles. Basta que a temperatura básica global suba 5ºC para que muitas cidades em beiras de água (lagos, represas, rios, mares e oceanos) tenham perdas incalculáveis, levando-se em conta que são onde vive a maioria da população. Países como Holanda, cidades como Nova York, ilhas paradisíacas formadas por corais e blocos de gelo das calotas polares sofrerão incalculáveis perdas gerando talvez bilhões de migrantes do aquecimento global.
Algumas pessoas pedem a diminuição da maioridade penal para combater a violência juvenil, acreditando que a impunidade é sua maior causa, enquanto outras pedem que se libere a maconha, já que se torna impossível o seu controle. Para terceiras, a cerveja passou a ser refrigerante. Cada vez mais ministros, governantes e outros políticos estão envolvidos em grandes crimes contra o País.

Onde está a cidadania?

A família atual tem que incluir a cidadania na educação dos seus filhos. É a cidadania familiar praticada desde a infância. Os filhos, se tratados como príncipes quando crianças, tornam-se tiranos quando maiores. Mesmo sem competência querem fazer do ''seu jeito'' e acabam com qualquer herança em pouco tempo. O pior é que esperam que o mundo funcione como os seus pais, que lhe davam tudo e nada lhe cobravam. São as pessoas que exigem seus direitos, mas não cumprem os seus deveres.
Uma criança tem que aprender que sua brincadeira acaba quando ela guarda os brinquedos de volta no lugar que antes estavam. Ela tem de aprender a cuidar dos seus brinquedos, do seu quarto, da sua casa. É dessa maneira que ela, no futuro, vai querer cuidar também da Terra em que vive. Quando os adultos guardam os brinquedos que ela deixou, acabam desenvolvendo nela que isso não é sua obrigação. Fica essa falha na sua formação. Ela não se interessa em deixar o mundo melhor do que quando o encontrou. O amor é muito importante, mas só ele é insuficiente para formar um cidadão. É preciso que seja complementado pela educação. Portanto, quem ama tem que também educar. Daí o título do meu livro: Quem ama, educa!
Nenhum filho pode ofender, gritar, maltratar sua própria mãe. Se a mãe aceita, não tem por que a criança respeitar outras pessoas em casa, e muito menos fora de casa. Juntando a irresponsabilidade material com a falta de respeito ao próximo, acabamos destruindo o mundo.
Portanto, na cidadania familiar a criança tem de começar a praticar em casa o que o cidadão vai ter que fazer no social, e ela não pode fazer em casa o que não poderá fazer na sociedade.
Para um adulto, torna-se simples aceitar regras sociais, enfrentar filas, não jogar lixo no chão e não fazer desperdícios se ele aprender tudo isso já dentro de casa.
A ignorância pode fazer com que uma pessoa varra sua casa jogando o lixo na rua, que beba água contaminada, mas ela pode aprender a ser cidadã. O pior é fazer o que sabe que é errado, mas fazer porque ''ninguém está olhando'', e vai ficar impune.
Mas as conseqüências não tardam a chegar. O aquecimento global, a violência social, a corrupção e a ''lei do espertinho'' são resultados da ignorância e da falta de cidadania de algumas pessoas, mas são todos os habitantes da Terra que acabam pagando.


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16 de out. de 2010

Existem escolas e escolas...



Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

Rubem Alves

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.



FONTE: http://www.pensador.info/poemas_de_rubem_alves

10 de out. de 2010

O perfil do Educador no século XXI.



O novo perfil do professor
Anderson Moço

Diferentes demandas se apresentam hoje como essenciais para quem está à frente de uma sala de aula.

Em 2008, a consultoria norteamericana McKinsey elaborou um estudo compilando o que os países com melhor desempenho em Educação fazem para atingir a excelência. Selecionar os melhores professores está entre as conclusões do trabalho, medida que começa a ser levada a sério pelo Brasil. Para estabelecer parâmetros de qualidade na hora de escolher quem vai lecionar para nossas crianças, o Governo Federal está criando o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente, que deve, em 2011, servir de referência para a contratação na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental em todo o país.
O projeto inclui uma lista com 20 características que todo profissional de Educação deve ter. NOVA ESCOLA reagrupou essas habilidades na reportagem Seis características do professor do século 21, ilustrada com depoimentos de profissionais que já as desenvolveram. Vindos de diferentes pontos do país, eles explicam como o aprimoramento é importante em sua prática. "Para promover a aprendizagem dos alunos, é fundamental desenvolver-se continuamente: olhar para a própria trajetória profissional, perceber falhas, saber o que ainda falta aprender e assumir o desafio de ser melhor a cada dia", resume Angela Maria Martins, doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC).
De fato, não é mais possível dar aulas apenas com o que foi aprendido na graduação. Ou achar que a tecnologia é coisa para especialistas. Trabalhar sozinho, sem trocar experiências com os colegas, e ignorar as didáticas de cada área são outras práticas condenadas pelos especialistas quando se pensa no professor do século 21. Planejar e avaliar constantemente, acreditando que o aluno pode aprender, por outro lado, é essencial na rotina dos bons profissionais.
Essa nova configuração no perfil profissional está embasada em medidas governamentais e em pesquisas sobre a prática docente e o desenvolvimento infantil."Antes, achávamos que a principal função do professor era passar o conhecimento aos alunos. Jean Piaget, Lev Vygotsky e outros estudiosos mostraram que o que realmente importa é ser um mediador na construção do conhecimento e isso requer uma postura ativa de reflexão, autoavaliação e estudo constantes", diz Rubens Barbosa, da Universidade de São Paulo (USP).
Tudo isso, é claro, porque os alunos também não são os mesmos de décadas atrás - longe disso. Com a democratização do acesso à internet, no fim dos anos 1990, passamos a ter nas escolas crianças que interagem desde cedo com as chamadas tecnologias de informação e comunicação, o que exige um olhar diferente sobre o impacto disso na aprendizagem. Finalmente, não podemos nos esquecer de que esses estudantes conectados têm uma relação diferente com o tempo e com o mundo, o que coloca desafios para a docência. A boa notícia é que há muita gente encarando esse novo mundo nas escolas. Confira as histórias de seis professores que estão firmes nesse caminho.


 
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5 de out. de 2010

Saiba mais sobre o DIA DA CRIANÇA!



Como surgiu o Dia da Criança

O Dia das Crianças no Brasil foi "inventado" por um político. O deputado federal Galdino do Valle Filho teve a idéia de criar um dia em homenagem às crianças na década de 1920.
Na década de 1920, o deputado federal Galdino do Valle Filho teve a idéia de "criar" o dia das crianças. Os deputados aprovaram e o dia 12 de outubro foi oficializado como Dia da Criança pelo presidente Arthur Bernardes, por meio do decreto nº 4867, de 5 de novembro de 1924.
Mas somente em 1960, quando a Fábrica de Brinquedos Estrela fez uma promoção conjunta com a Johnson & Johnson para lançar a "Semana do Bebê Robusto" e aumentar suas vendas, é que a data passou a ser comemorada. A estratégia deu certo, pois desde então o dia das Crianças é comemorado com muitos presentes!
Logo depois, outras empresas decidiram criar a Semana da Criança, para aumentar as vendas. No ano seguinte, os fabricantes de brinquedos decidiram escolher um único dia para a promoção e fizeram ressurgir o antigo decreto.
A partir daí, o dia 12 de outubro se tornou uma data importante para o setor de brinquedos.

Em outros países

Alguns países comemoram o dia das Crianças em datas diferentes do Brasil. Na Índia, por exemplo, a data é comemorada em 15 de novembro. Em Portugal e Moçambique, a comemoração acontece no dia 1º de junho. Em 5 de maio, é a vez das crianças da China e do Japão comemorarem!


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1 de out. de 2010

Alfabeto em Libras.


Profissional de Libras é reconhecido!



Intérpretes de Língua Brasileira de Sinais têm profissão reconhecida
Mariana Pereira

Só em Joinville, onde estima-se que haja 22 mil pessoas com deficiência auditiva, 18 intérpretes de Libras atuam na rede pública

Os intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras), que promovem a inclusão social de pessoas surdas em todo o País, tiveram a profissão reconhecida. Foi sancionada, no dia 2 de setembro, a lei que regulamenta a profissão e que pode contribuir para a redução de um déficit de profissionais para atender à demanda, principalmente da rede pública de ensino.
Em 2009, havia 280 profissionais para 293 municípios, não chegava a um profissional por cidade. Só em Joinville, onde estima-se que haja 22 mil pessoas com deficiência auditiva, 18 intérpretes de Libras atuam na rede pública.
Lueli Rohweder é uma delas. Formada em Educação Inclusiva e especializada em Libras, ela atua há 16 anos como intérprete em escolas públicas e privadas.
Na sala de aula, é ela quem dá voz e ouvidos a alunos surdos, possibilitando que eles possam entender o conteúdo como qualquer outro aluno.
— Acompanho todas as disciplinas interpretando o que os professores dizem para o aluno. E quando ele faz alguma pergunta, traduzo a linguagem dos sinais para o professor —, explica. Ela também traduz a conversa com os colegas.
Carin Schulze Fettback, do núcleo de Educação Inclusiva da Secretaria Municipal de Educação, explica que nem todos os alunos contam com intérprete em sala de aula, porque nem todos sabem se comunicar em Libras e alguns preferem apenas fazer a leitura labial. Mas Lueli reforça a importância do aprendizado na língua dos sinais.
— É fundamental para o desenvolvimento do raciocínio, porque é por meio dos sinais que ele vai exteriorizar os pensamentos —, diz.
— Em Joinville, a escola pólo, onde os estudantes são alfabetizados em Libras, é a Rui Barbosa —, conta.

MAIS PROFISSONAIS NO MERCADO

Atualmente, a maior parte dos intérpretes de Libras são pessoas com formação em pedagogia ou licenciatura, especializadas em Libras, que passaram pela prova de proficiência do Ministério da Educação para atuar nas escolas.
Como a profissão não era reconhecida, eram contratados como professores, auxiliares ou monitores. Situação que deve mudar com a provação da lei.
— A tendência é de que, com a regulamentação, fique mais fácil a contratação, por meio de concursos, de profissionais específicos para trabalhar como intérpretes —, diz o vice-presidente do Conselho Municipal dos Diretos da Pessoa com Deficiência, Sergio Luiz da Silva.
— A nova lei exige apenas nível médio, o que deve representar também um aumento no número de contratações para reduzir a carência de profissionais no mercado —, diz o presidente da Associação Catarinense de Tradutores e Intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Acatils), Tiago Coimbra Nogueira.
— As instituições têm até 2016 para se adequar e atender ao decreto de 2005, que diz que pessoas surdas tem direito a intérprete em escolas e repartições públicas.
Secretaria de Gestão de Pessoas de Joinville começou um curso de Libras para capacitar servidores públicos, em cumprimento a uma lei municipal de 2002, que assegura aos surdos o direito de atendimento nas repartições públicas municipais, por funcionários aptos a se comunicarem por meio da linguagem de sinais.
Em 2008, 50 servidores passaram pelo curso. Neste anos, cem funcionários da Saúde já fizeram as aulas e outros 120, da secretaria de Educação, estão aprendendo a Libras.

 
FONTE:


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