31 de mai. de 2010

A Educação muda lentamente...


Por que as mudanças são tão lentas na educação?


José Manuel Moran
Especialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância

Por que numa época de grandes mudanças sociais, elas acontecem de forma tão lenta na educação? Por que profissionais inteligentes se acomodam em rotinas, em modelos repetitivos, que muitas vezes causam pouca realização pessoal, profissional e econômica? Sem dúvida a educação depende de melhores condições de formação, remuneração e valorização profissional. Mas quando observamos instituições educacionais públicas e privadas de renome e que possuem relativamente boas condições de trabalho, ainda assim os resultados são muito inferiores ao desejável. Por que profissionais educacionais bem preparados demoram para executar mudanças pedagógicas e gerenciais necessárias?
Mudanças dependem de uma boa gestão institucional com diretrizes claras e poder de implementação, tendo os melhores profissionais, bem remunerados e formados (realidade ainda muito distante). Mas um dos caminhos que pode esclarecer algumas dificuldades da mudança pessoal é que as pessoas têm atitudes diferentes diante do mundo, da profissão, da vida. Em todos os campos encontramos profissionais com maior ou menor iniciativa, mais ou menos motivados, mais convencionais ou proativos. Nas instituições educacionais – organizações cada vez mais complexas - convivem gestores e professores com perfis pessoais e profissionais bem diferentes.
Numa primeira análise, constatamos que existem, basicamente, dois perfis profissionais (com diferentes variáveis e justificativas): os automotivados e os que precisam de motivações mais externas. Os automotivados são mais ativos, procuram saídas, não se detêm diante dos obstáculos que aparecem e por isso costumam realizar mais avanços a longo prazo. Os motivados externos são mais dependentes, precisam ser mais monitorados, orientados, dirigidos. Sem essa motivação externa perdem o ímpeto, quando aparecem dificuldades, ou quando o controle diminui. Os automotivados pesquisam e, com poucos recursos ou condições, constroem novos projetos. Os dependentes, nas mesmas ou melhores condições, preferem executar tarefas, obedecer ordens, realizar o que outros determinam. Os dependentes querem receitas, os automotivados procuram soluções. Por que uns são mais motivados do que outros? Uma das explicações, na minha opinião, é que os motivados procuram ou encontram um sentido mais profundo no que fazem na vida do que os dependentes, que encaram a educação mais como profissão e sobrevivência econômica, sem outros ideais que os orientem.
Nas mesmas instituições educacionais e nas mesmas condições, gestores, professores, funcionários mostram posturas e perfis diferentes. Encontramos basicamente quatro tipos de profissionais:

1. Profissionais previsíveis

São gestores e professores que aprendem modelos e tendem a repeti-los permanentemente. Gostam da segurança, do conforto da repetição. Dependem de motivações externas. Fazem pequenas alterações, quando pressionados, mas, se a pressão da autoridade diminui, o comportamento tradicional se restabelece.
Encontramos profissionais previsíveis competentes, que realizam um trabalho exemplar, sério, dedicado. E encontramos também previsíveis pouco competentes, pouco preparados, que copiam modelos, receitas sem muita criatividade.

2. Profissionais proativos, automotivados

São gestores e professores que buscam sempre soluções, alternativas, novas técnicas, metodologias. Procuram, em condições menos favoráveis, fazer mudanças (se motivam para continuar aprendendo). Diante de novas propostas ou idéias, fazem pesquisa, e procuram implementá-las e avaliá-las.
Temos duas categorias de proativos: Uns são dinâmicos, ágeis e implementam soluções previsíveis, conhecidas, aprendidas em palestras ou cursos de formação. Outros são proativos inovadores: Trazem propostas diferenciadas, ainda não tentadas antes. Ambos são importantes para fazer avançar a educação, mas é dos inovadores neste momento que precisamos mais.

3. Profissionais acomodados

São professores e gestores que procuram a educação porque – na visão deles - é uma profissão pouco exigente e muito segura. Não se ganha muito, mas permite ser levada como “um bico”, sem muito compromisso. São profissionais burocráticos, que fazem o mínimo para se manter; questionam os motivados, os jovens idealistas; culpam o governo, a estrutura, os alunos pelos problemas. Muitas vezes ocupam cargos importantes e os utilizam em proveito próprio ou de grupos específicos, que os apóiam ou elegem. São um peso desagregador e imobilizador nas escolas, que torna muito mais difícil realizar mudanças.

4. Profissionais com dificuldades maiores

Alguns tem dificuldades momentâneas ou conjunturais. Passam por uma crise pessoal ou familiar, ou alguma doença que dificulta o seu desempenho profissional. Com o tempo se recuperam e retomam o ritmo anterior. Mas também há profissionais que possuem dificuldades mais profundas. Pode ser de relacionamento - são difíceis, complicados, não sabem trabalhar em grupo – de esquizofrenia, de autocentramento – se acham os donos do mundo – e tantas outras. São pessoas difíceis, que complicam muito o andamento institucional, a relação pedagógica e a gestão escolar.
Nas instituições convivem estes quatro tipos de profissionais, que contribuem de forma diferente para os avanços necessários na educação:
- Os previsíveis, mesmo vendo os problemas, preferem continuar com sua rotina confortável e só mudam com uma pressão continuada externa.
- Os proativos estão prontos para fazer mudanças, mesmo antes de serem solicitadas institucionalmente e procuram implementá-las em pequena escala, quando não há ainda uma política institucional que favoreça as mudanças.
- Os acomodados são os que mais criticam o estado das coisas, os que culpam os demais pelos problemas – governo, direção, alunos mal preparados, condições de trabalho, salários baixos – e utilizam esses questionamentos que fazem sentido para justificar sua não ação, sua pouca preocupação com as mudanças efetivas. Criticam muito, realizam pouco e atrapalham os proativos, muitas vezes com críticas corrosivas e pessimistas (“já vimos esse filme antes e não deu em nada”, “isso é fogo de palha, idealismo de jovens...”).
- Os que têm dificuldades maiores são também um peso na mudança, porque ou estão em um período complicado e pouco podem contribuir ou possuem personalidades difíceis, ariscas, autoritárias, que tornam complexa a convivência, quanto mais a mudança.

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30 de mai. de 2010

Minha Torcida para você! Carlos Drumond de Andrade


Adolescência e Limite!


A ADOLESCÊNCIA, A CRIATIVIDADE, OS LIMITES E A ESCOLA*

José Outeiral

A adolescência é um momento muito criativo em função, entre outras coisas, de ser um período de transformações. Nesta etapa da vida se conquista o chamado pensamento formal, que oportuniza a pessoa raciocinar sobre hipóteses e elaborar conclusões a partir delas.
Esta nova possibilidade de pensamento, exercitada pelo adolescente em seu dia-a-dia, propicia-lhe um novo tipo de relação com o mundo adulto. Entretanto, nem sempre as premissas de que se utiliza levam em conta a dimensão possível, do real. Para o adolescente é fácil encontrar soluções para os problemas da humanidade, muito embora a maioria delas não seja exeqüível na prática.
O caráter “mágico” que se estabelece entre o “pensado” e o “exeqüível” cria um espaço importante para desenvolver a criatividade que, de início, mostra-se através de uma atividade impulsiva, difusa e caótica (desde a ótica dos adultos), mas perfeitamente normal. Aos poucos a atividade criativa vai assumindo um perfil mais definido, mais integrado e produtivo. O período de transição, entretanto, necessita de um ambiente propício capaz de suportar as tensões dos momentos iniciais deste processo criativo peculiar, tanto na família como na escola. A criatividade na adolescência articula-se necessariamente com a noção de limites. Limite é uma palavra que tem, muitas vezes, uma conotação negativa, ligada erroneamente à “repressão”, “proibição”, “interdição”, etc.*, inclusive lembrando “repressão política”. No entanto, limite é algo muito além disso: significa a criação de um espaço protegido dentro do qual o adolescente poderá exercer sua espontaneidade e criatividade sem receios e riscos. Precisamos lembrar que não existe conteúdo organizado sem um continente que lhe dê forma.
Dois exemplos do antes exposto:
O primeiro deles refere-se a um problema encontrado em uma escola onde os adolescentes apresentavam uma conduta destrutiva com os móveis e demais objetos da classe, e os professores “não sabiam o que fazer”. Questionavam-se muito, faziam reuniões e, enquanto isso os alunos “quebravam a escola”. Isto parecia incompreensível, pois os professores eram experientes, muitos “pós-graduados” em Educação e a escola tinha um regulamento interno que, formalmente, normatizava o que deveria ser feito nesses casos: “colocar limites”. Esta situação “kafkiana” esclareceu-se com a eclosão, de uma greve dos professores em que veio a “tona” a profunda irritação dos adultos com a instituição mantenedora. Este fato tornou clara e evidente que a dificuldade dos professores em colocar “limites” na agressividade dos adolescentes com a escola era, inconscientemente, porque os adolescentes “executavam” o que eles, adultos, gostariam de fazer: esta era a raiz da dificuldade em colocar “limites”.
Situações idênticas poderão ocorrer nas famílias cujos adolescentes têm problemas de conduta e falta de “limites”. Esta falta de “limites” impede o adolescente de exercitar sua capacidade de pensar, de ser criativo e espontâneo.
Com este exemplo, quero enfatizar que a falta de “limites” na adolescência é conseqüência, em maior ou menor grau, de dificuldades dos adultos, pois nenhuma criança nasce com a noção de limites. A noção de “limites” se desenvolve num longo processo de identificação da criança e do adolescente com seus pais, inicialmente, e, depois, com os adultos que a sociedade disponibiliza como professores, artistas, desportistas, políticos, etc.
O segundo exemplo nos reporta a uma situação em que um grupo de crianças, de dez a doze anos, mostrava-se agitado, com agressões e baixo rendimento escolar. A “bagunça” estendia-se a todos os momentos em que estavam na escola. Um professor observou que brincavam aos empurrões e lhe pareceu que, assim, buscavam um contato físico entre si. Esta observação cuidadosa e oportuna fez com que o Serviço de Orientação Educacional (SOE) reunisse o grupo para “conversar” sobre o que estava acontecendo. Os assuntos trazidos evidenciaram que a puberdade estava produzindo toda a “turbulência” e que mais que “agitados” estavam, realmente, “excitados” davam “puxões” e “empurrões”, faziam freqüentes “reuniões dançantes” e chamavam de “galinha” uma menina que, precocemente, apresentava os primeiros sinais da puberdade e que com suas “características sexuais secundárias” provocava ansiedade na turma, que tentava então “queimá-la” numa versão “púbere” da Inquisição. As reuniões do SOE ofereceram um “limite”, um espaço e um tempo protegido, que propiciou substituir a agitação pela verbalização dos conflitos. Certamente puni-los com “suspensões” e medidas disciplinares não seria um “limite” adequado e sim uma “repressão” no mau sentido que, por vezes, tem esta palavra. Um professor sensível e arguto ajudou os púberes em sua difícil “estrada” rumo ao desenvolvimento adolescente.
É necessário enfatizar que as crianças e os adolescentes “pedem limites” e que o “limite” os ajuda organizar sua mente. Os adultos, às vezes, não colocam “limites” porque assim será mais “cômodo”. Colocar limites significa envolvimento, “conter” o adolescente, suportar suas reclamações e protestos, enfim, enfrentar dificuldades. Os adultos poderão também ter dificuldades em colocar “limites” em função de problemas com seus pais, tendo, talvez, sentido-se “reprimidos” nas suas infâncias e adolescências, têm dificuldades com seus filhos. Buscando evitar que eles passem pelo que não gostariam de ter vivido, acabam contribuindo para o surgimento de “problemas”.
Não devemos esquecer os trabalhos do pedagogo britânico S. Neill, que ao relatar sua experiência em uma escola, escreveu um livro chamado Liberdade sem medo, onde descrevia uma experiência pedagógica extremamente liberal, e alguns anos depois, escreveu um outro que, significativamente, intitulou Liberdade sem excesso.
A escola tem um significado primordial para o adolescente. Conforme o ambiente que ele vivencia teremos um aprendizado prazeroso e propício ou distúrbios de conduta e/ou de aprendizagem.
A função da escola é educar, isto é, conforme o significado etimológico da palavra, “colocar para fora” o potencial do indivíduo e oferecer um ambiente propício ao desenvolvimento destas potencialidades, ao contrário de ensinar, que é in + signo, ou seja, colocar “signos para dentro” do indivíduo. Evidentemente, quando a criança chega na escola, levando consigo aspectos constitucionais e vivências familiares, porém o ambiente escolar será também uma peça fundamental em seu desenvolvimento. Estes três elementos - aspectos constitucionais, vínculos familiares e ambiente escolar - constituirão o tripé do processo educacional.
A Escola, a Educação, vive um momento de perplexidade, sem definição de como conciliar as necessidades de uma sociedade em mudança permanente (com contestação, transformações e mudanças de paradigmas e valores) e uma proposta educacional que prepare o “homem do futuro”. Temos que pensar, então, que nem sempre a escola “tem razão” e que muitas vezes a apreciação do adolescente é correta. A escola é feita por pessoas (professores, supervisores, orientadores e diretores são “pessoas”) que lidam melhor ou pior com determinadas circunstâncias. Os pais têm de estar atentos para situações que se derivam destes fatos. Qualquer “Manual de Educação Moderna” aponta como pressuposto a necessidade de respeitar as características individuais do aluno; entretanto, o que se verifica na prática é a realização de um ensino massificado, em grandes escolas de turmas enormes de alunos, mais ao estilo de uma linha de montagem industrial. Como exemplo, verifica-se, também, não raramente, a dificuldade que os professores e a própria escola têm para “reprovar” (palavra extremamente inadequada) um aluno quando ele não conseguiu dominar o conteúdo X de conhecimento em um tempo Y, e acabam colocando na família e/ou no próprio aluno a resistência em aceitar a reprovação, como desculpa de sua própria insegurança. Os professores, muitas vezes, não toleram as dificuldades de um determinado aluno porque sentem estas dificuldades como “ferida narcísica” em sua capacidade de ensinar.
Os pais e professores deverão saber, por outro lado, que estes serão os “recipientes” de impulsos, fantasias, emoções e pensamentos mais ou menos conscientes que os adolescentes têm em relação aos próprios pais. Amor e agressividade, originalmente dirigidos aos pais, serão “transferidos” para os professores. Poderá acontecer que um adolescente, irritado com seus pais, tenha com estes uma atitude aparentemente “adequada”, extravasando com um professor toda a “bronca” com eles. O professor ficará surpreso com a atitude do aluno, mas sua experiência e intuição lhe farão perceber que “algo está acontecendo”. Os pais, se chamados à escola pelas atitudes do filho, poderão não compreender o que sucede, já que ele está “tão calmo em casa”... . Poderá acontecer, também, tomando o exemplo anterior, que o adolescente não demonstre explicitamente a irritação dirigida aos pais com o professor e que a conduta negativa apareça sob a forma de um baixo rendimento escolar na disciplina. Não serão apenas os sentimentos agressivos que serão “transferidos” desse modo, os amorosos também. Os professores, à vezes, são os primeiros objetos de “amor edípico”, ocorrendo uma “transferência amorosa”. Por exemplo, um menino pode transferir o amor que sente pela mãe para uma determinada professora, por esta lembrar-lhe, consciente ou inconscientemente, a figura materna. Este amor tem um aspecto incestuoso, produzindo ansiedade e culpa, o que poderá se manifestar de uma forma sublimada, através de um grande interesse em aprender, ou, ao contrário, por um desinteresse pela matéria. Algumas dificuldades escolares na adolescência se assemelham a situações desse tipo. É interessante lembrar também, que trabalhar com adolescentes, como já vimos, desperta o adolescente que existe nos adultos, e isto, nos professores, poderá desenvolver distintos sentimentos por um determinado adolescente que lhe evoque as situações de vida de sua própria adolescência.
O que confere à escola importância vital no processo de desenvolvimento do adolescente é o fato dela ter a características de ser uma simulação da vida, na qual existem regras a serem seguidas, mas que se pode transgredi-las sem sofrer as conseqüências, impostas pela sociedade, e ser esta uma oportunidade de aprender com a transgressão.
Deve-se levar em conta, também, que a relação do aluno com a escola é afetada pela significação que os pais dão a ela, aos estudos de seu filho e às relações dele com os demais alunos. Pais que tenham sido submetidos a uma escolarização muito rígida podem, inconscientemente, buscar uma escola permissiva que “compense” a sua vivência escolar de sofrimento. Podem, por outro lado, fazer com que seus filhos sofram tanto quanto eles e “passem” por tal situação para poderem se tornar “tão educados” quanto eles.
O desejo de saber e obter prazer pelo saber certamente está mediatizado em primeiro lugar pelos pais e, depois, mais tarde, pelos professores e pela escola. Um pode compensar o outro, ou até anular seus efeitos.
A escola não oportuniza somente a relação com o saber e, como uma atividade eminentemente grupal, tem também funções de socialização. Em busca de sua identidade, o adolescente encontra na micro-sociedade da escola um sistema de forças que atuam sobre ele, onde, entre outras coisas, reedita seu ciúme fraterno, compete, divide, rivaliza, oprime e é oprimido, ou seja, reproduz o sistema social. É por esta razão que a escola, muitas vezes, pode detectar dificuldades no processo de desenvolvimento do aluno, que aparece por inteiro na busca de si mesmo, e seu olhar sobre ele é, em geral, menos comprometido emocionalmente do que acontece com os pais.
Podemos dizer, “brincando”, que, se ser adolescente é “difícil”, ser um adulto em contato com ele é duplamente “difícil”: primeiro porque temos de lidar com o adolescente “de fora”, externo, real, e depois com o adolescente “de dentro”. Novamente, enfatizamos a importância de que o adulto que está em contato com o adolescente (pais, professores, etc.) tenha uma “visão binocular”, de dentro e de fora, do adolescente real e das “memórias adolescentes”, carregadas ainda de impulsos, fantasias, desejos, emoções, etc., não como algo indesejável, mas como demonstração de vida.
É muito importante também, que exista (se podemos chamar desta forma...) uma “relação de confiança” entre a família e a escola escolhida, evidentemente, pelos pais para educar seus filhos, isto é, para que os “auxilie” a educar seus filhos. Vemos, com freqüência, os pais criticarem a filosofia pedagógica da escola escolhida na presença dos filhos, de uma forma que predispõe o adolescente contra a escola. Evidentemente, críticas existirão de parte a parte, mas elas deverão ser tratadas nos “canais de comunicação” adequados existentes (ou serem criados) ligando o binômio família-escola.
É extremamente necessário que se evitem dissociações (tão freqüentes...) em que os pais criticam a escola (projetando na instituição todos os aspectos negativos do processo ensino-aprendizagem e, por vezes, da conduta dos filhos) e que a escola, por sua vez, faça o mesmo (projetando na família todas as incompetências, falta de colocação de limites, falta de participação, etc.) . A criação de uma “comunidade realmente operante” poderá tornar a relação família-escola mais integrada e com menos “distorção e ruído” na comunicação. Convenhamos que os adolescentes são, em algumas situações, hábeis em promover dissociações entre, por exemplo, pai e mãe, entre família e escola, etc.
A família e a escola deverão compreender que, eventualmente, é melhor uma “troca” de escola do que submeter o adolescente a um ambiente que não lhe é adequado e, para isto, é necessário, às vezes, experimentar mais de uma instituição. Não basta que a escola tenha sido aquela que o pai e a mãe cursaram, ou que os pais “imaginaram” que tenha “a melhor proposta pedagógica”. É necessário encontrar uma instituição escolar que se aproxime do adolescente (e sua família). Esta escola não precisará, inclusive, reproduzir os “valores familiares”, propiciando, desta forma, outros modelos identificatórios para o adolescente, que assim, terá mais elementos para construir sua “identidade”. É imprescindível, entretanto, que a família e a escola saibam que estão “compartindo” esta experiência.

FONTE: Livro 'O mal-estar na escola', de José Outeiral e Cleon Cerezer, Ed. Revinter.

27 de mai. de 2010

Grêmio estudantil: exercício da cidadania


Grêmio estudantil e gestão democrática do processo escolar


Para podermos falar em grêmio estudantil é preciso compreender a base sobre a qual tal idéia está edificada, pois não podemos enxergá-la como uma iniciativa isolada, mas sim como uma mudança de paradigma nas relações entre os entes da comunidade escolar.
O pano de fundo do grêmio estudantil é a existência de uma gestão democrática do processo escolar, capaz de pôr em funcionamento “movimentos importantes de participação de alunos, funcionários, professores e pais, atuando diretamente na desconstrução das relações hierárquicas de poder e na ruptura com os processos de exclusão que têm levado ao fortalecimento dos conflitos entre alunos e professores, como fenômeno de resistência. Neste sentido, a democratização do processo de gestão deve garantir, através do exercício permanente de análise e de ações participativas o acesso igualitário às informações a todos os segmentos da comunidade escolar e a aceitação da diversidade de opiniões e interesses”1.
Assim, o grêmio estudantil constitui um meio de participação dos alunos na vida escolar, o que favorece a formação para a cidadania, tornando-se um espaço de discussão, criação e tomada de decisão acerca do processo escolar, bem como fortalecendo noções a respeito de direitos, deveres e convivência comunitária. “Por isso, é importante deixar claro que um de seus principais objetivos é contribuir para aumentar a participação dos alunos nas atividades de sua escola, organizando campeonatos, palestras, projetos e discussões, fazendo com que eles tenham voz ativa e participem – junto com pais, funcionários, professores, coordenadores e diretores – da programação e da construção das regras dentro da escola”2.
Portanto, ao criar tal espaço de participação, o grêmio estudantil dá aos alunos a possibilidade de transformarem a sua realidade, proporem alternativas, lutarem por seus direitos e, o mais importante, exercerem a sua cidadania.
A importância da participação dos alunos e do movimento estudantil, do qual o grêmio estudantil faz parte, também é afirmada pela legislação brasileira. Entre as principais leis, podemos citar a Lei n° 7.398 de novembro de 1985, que dispõe sobre a organização de entidades estudantis de 1° e 2° graus e assegura aos estudantes o direito de se organizar em grêmios; a Lei Complementar n° 444 de dezembro de 1985, que, em seu artigo 95, dispõe sobre o Conselho de Escola; a Lei n° 8.069 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), que garante, em seu artigo 53, o direito dos estudantes de se organizar e participar de entidades estudantis; e, por fim, a Lei n° 9.394 de dezembro de 1996, que, ao estabelecer as diretrizes e bases da educação, garante a criação dos grêmios estudantis.


FONTE: http://www.promenino.org.br/Ferramentas/Conteudo/tabid/77/ConteudoId/97586458-481d-4e8f-bf95-8fbe921800d2/Default.aspx

QUER SABER MAIS? ACESSE:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/gremio/como_organizar.php

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/gremio/modelo_estatuto.php

Projeto do Grêmio Estudantil : um exemplo a seguir!


25 de mai. de 2010

Indisciplina: ontem e hoje...


 Escola não é redoma


Por Osvino Toillier, presidente do Sinepe/RS

A sociedade é, no mínimo, curiosa: cria um problema, escolhe um boneco e bate nele. Primeiro, foi a droga, largamente usada e tolerada, mas, quando apareceu na escola, foi um escândalo. Agora, é a violência, e a reação é a mesma. Artigos, debates pelo rádio e pela televisão, mas, em síntese, o problema é da escola: como é que se pode admitir falta de respeito em sala de aula, humilhação e agressão ao professor?
Vamos ser honestos: numa sociedade que há tempo – e faz tempo! – desconstituiu a autoridade da instituição educacional (e do professor, por extensão), não pode ser nenhuma surpresa o agravamento do quadro, a ponto de aluna mandar professora para o hospital.
Como sou veterano nesta história, volto-me aos tempos da década de 60, quando iniciei a atividade docente. No início da década de 70, ingressei na função diretiva, de forma que, em ambas as funções, foram três décadas de carreira. A aula era iniciada com os alunos em pé para receber o professor, em silêncio, como ritual de trabalho, sem nenhuma outra conotação. Era apenas início ordeiro, com respeitoso cumprimento ao mestre para o início da jornada.
Assim o foi até a metade da década de 80, quando me transferi do Interior para a Região Metropolitana, onde esse ritual não existia mais, e a disciplina era exercida de outra forma. Tive de apelar para toda minha habilidade e fazer a travessia pessoal para o novo paradigma, muito mais liberal e em que se toleravam procedimentos que anteriormente não se admitiriam. Foi nessa época que também se passou a ter dificuldade de aprovar o regimento escolar junto ao órgão público se abrigasse algum dispositivo disciplinar que falasse em punição. E, à luz de interpretação equivocada do Estatuto da Criança e do Adolescente, aí, sim, se agravou o quadro. E, finalmente, o Código de Defesa do Consumidor passou a ser invocado como proteção ao cliente. Algumas instituições, a pretexto de modernidade, substituíram diretor por gestor, e a piazada começou a se apresentar com a prerrogativa máxima: “O cliente sempre tem razão”.
Sem querer estabelecer juízo de valor, foi necessário mergulhar no caos para se dar conta de que o barco estava à deriva, e os mais ágeis insurgiram-se contra os desmandos e partiram firme e decididamente para o restabelecimento da autoridade.
Não será por passe de mágica que esta confusão será superada, até porque a escola também tolerou ser desconstituída, e o professor curvou-se diante do quadro de permissividade. E os pais esqueceram-se de que eles são os primeiros e eternos educadores; os professores, em sequência, dão continuidade ao processo.
Finalmente, é preciso não separar autoridade de relação amorosa com o aluno, porque sem esta dimensão não há educação de verdade. “Somente o amor é incapaz de querer o mal” e resgata o caráter de sacralidade da escola.

FONTE: http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/oxdaeducacao/19,0,2469135,Artigo-Escola-nao-e-redoma.html

QUER SABER MAIS? ACESSE
http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/oxdaeducacao/19,0,2604417,A-familia-precisa-fornecer-nocoes-basicas-de-civilidade.html

E LEIA:
“A família precisa fornecer noções básicas de civilidade”
Entrevista: Professor Joe Garcia, doutor em Educação e especialista em indisciplina




24 de mai. de 2010

Você sabe o que é WEBQUEST? CONFIRA!!!


A Educação para a troca.

Pelo menos uma vez na vida, você deve ter ouvido a frase "Tente se colocar na situação dele". Pois é, esse exercício agora é feito na escola e ganhou nome: webquest

Quando nos colocamos no lugar de alguém para tentar entender seu ponto de vista, fica mais fácil compreender e aceitar as diferenças culturais, sociais, raciais, intelectuais ou afetivas que sempre fizeram parte do convívio humano. E a educação pode ser uma ferramenta fundamental nessa troca de papéis.

"Educar" para essa troca é um verdadeiro exercício que pode mesmo levar a vida inteira. Mas é muito melhor quando começa cedo. Na escola, a surpresa é que esse exercício tem até nome: webquest. E, como o termo indica, usa-se a internet como meio. Essa metodologia de ensino, que surgiu há cerca de uma década nos Estados Unidos e rapidamente se espalhou pelas escolas do Canadá, da Austrália, de Portugal e da Holanda, entre outros países, ainda engatinha no Brasil.

Criado em 1995 pelo norte-americano Bernie Dodge, da Universidade de San Diego, na Califórnia, o método nada mais é do que uma atividade investigativa em que alguma ou toda informação com que os alunos interagem provém da internet. Os estudantes acessam a rede em busca de temas previamente definidos e com funções bem específicas. Para você entender, funciona da seguinte maneira: o orientador propõe um tema - e pode ser qualquer assunto mesmo, desde uma viagem de férias até como se alimentar de forma mais saudável. O trabalho envolve consultar fontes de informações também previamente definidas, como livros, vídeos, sites e páginas da web - daí a origem do termo webquest. Após a pesquisa, o grupo se reúne e fala sobre as experiências de cada um. Com base nessas informações, é construído, por exemplo, um novo site, uma peça de teatro ou um CD, em que as turmas colocam todo o conhecimento adquirido com a atividade.

Onde entra o colocar-se no lugar do outro? É que, em cada uma das etapas desse método, os estudantes são convidados a assumir a identidade das pessoas envolvidas na questão. Eles podem se colocar, por exemplo, na posição de ecologistas, economistas, serventes, reis, faraós e o que mais a imaginação do orientador e dos grupos permitir. Se o tema é a exploração turística de uma cidade, um pode pesquisar a arquitetura e ser o arquiteto, o outro pesquisar os potenciais pontos turísticos e ser o guia, e um terceiro, os hábitos regionais e marcar presença como um habitante da região com suas dificuldades. O salto desse aprendizado é justamente o momento em que o exercício dá a palavra a todos, com igual importância. Como cada um pesquisou um lado da história, vai poder entender como pensa uma pessoa naquela condição. Além disso, terá a oportunidade de expor seu raciocínio, ouvir outras opiniões e ampliar seu ponto de vista. Se tudo der certo, diminuir a tendência ao prejulgamento.

"O que está envolvido nesse processo é a construção de uma identidade, o desenvolvimento do senso de valor e, sobretudo, uma constante tomada de consciência. Aprende-se que cada indivíduo vê a vida de acordo com sua realidade, cada visão é única. E legítima", destaca Léa da Cruz Fagundes, coordenadora do Laboratório de Estudos Cognitivos da UFRGS.

Em prática

No Brasil, o disseminador do método foi Jarbas Novelino Barato, professor de tecnologia educacional da Universidade São Judas Tadeu, de São Paulo. "Traduzi o artigo do Dodge em 1996 e o espalhei pela rede do Senac-SP (local em que Barato trabalhava na época) dizendo que havia uma novidade em termos de uso da internet na educação. Foi assim que a webquest entrou no Brasil (nas escolas públicas e privadas, de norte a sul do país)", conta o professor, que em 2000 organizou um workshop com o criador do método. Nesse mesmo ano, o Colégio Dante Alighieri, de São Paulo, deu início ao uso da webquest em suas salas de aula. Segundo Valdenice Minatel, coordenadora de tecnologia educacional da instituição, a metodologia é utilizada nos ensinos fundamental e médio do colégio. "A webquest tem a flexibilidade de poder adequar a linguagem de acordo com a idade dos alunos", diz. Para os menores, os temas são mais lúdicos, o que faz com que eles se envolvam facilmente. E o melhor: aprendem desde cedo que o exercício do direito serve para todos.

FONTE: http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/cada-um-lugar-do-outro-423921.shtml

Como transmitir valores na atualidade?


A moral da história
10 respostas para ajudar na formação de crianças e adolescentes

A transmissão de valores é uma das preocupações que todo pai tem ao educar. Como fazer isso no dia-a-dia? Quais valores precisam ser passados? A escola pode ajudar? É natural que dúvidas acabem surgindo: o assunto é sério. Sem transmitir os valores humanos universais, não há como formar cidadãos éticos e preparados para viver em sociedade. Apesar de não existir respostas simples, é possível apontar caminhos a serem seguidos, com o objetivo de amenizar alguns problemas de comportamento enfrentados atualmente.

Indisciplina, rebeldia, birra infantil, envolvimento dos jovens com álcool e drogas e os insatisfatórios níveis de aprendizagem estão entre as reclamações mais comuns das famílias (e das escolas). A pergunta que fica é “como chegamos a esse ponto?”. Para o psicoterapeuta e consultor organizacional José Ernesto Bologna, a realidade de hoje é conseqüência das transformações que marcaram o século 20 - perda do papel da religião como fonte de moralidade, desestruturação da família e, também, nascimento de um novo status para o jovem, que passou a ser reconhecido como uma força social com vontade própria. “Ser jovem passou a ser um ideal para toda a sociedade, mesmo para os idosos”, afirma.
 
Muitos pais associam a Educação fincada na moral e nos valores com autoritarismo e acreditam ser um retrocesso ao conservadorismo. Educar para os valores é convidar alguém a acreditar naquilo que apreciamos, como, por exemplo, respeitar o próximo. Não há valor que se sustente sem bons exemplos. Não adianta os pais defenderem que a criança não pode agir como se ela fosse o centro do universo se eles próprios o fazem em seu dia-a-dia.

O que você precisa saber para transmitir seus valores sem medo? 10 respostas ajudam na formação de crianças e adolescentes:

CONFIRA MAIS NO LINK ABAIXO:

Filosofia para crianças...interessante!


Filosofia para crianças estimula a inteligência e a criatividade.


Filosofia ajuda crianças a compreender a realidade.

 "A princípio, todas crianças são boas e puras por natureza. São intuitivas e emotivas. A filosofia vai ajudar a trabalhar valores com as crianças, como amizade e amor",explica a Pedagoga e Filósofa Tamara Porto de Ávila.

QUER SABER MAIS?

ACESSE: http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/donna/19,206,2911656,Filosofia-para-criancas-estimula-a-inteligencia-e-a-criatividade.html

22 de mai. de 2010

Conhecendo Estatuto da Criança e do Adolescente/ ECA


ECA: informar para não errar!


As lições do Estatuto da Criança e do Adolescente

O Estatuto nos ajuda a não cometer os abusos da escola do passado


Sob diferentes pontos de vista, a Educação atual não vai bem. Na tentativa de encontrar alternativas, é comum a referência a uma escola pública que não existe mais, aquela que nossos pais e avós - e mesmo alguns de nós - frequentaram. Estamos nos referindo àquela instituição em que todos se levantavam para saudar uma autoridade que nos brindava com sua presença em classe. E ninguém ousava questioná-la, mesmo que ela humilhasse alguém.
Ocorria de o professor ou o diretor infringirem um castigo ou corretivo em alguém - palmatória, ajoelhar no milho, puxões de orelha ou cascudos na cabeça - e tudo era entendido como "educativo". Eram felizes os tempos em que metade de uma turma era reprovada no primeiro ano de escolarização? São boas as memórias da escola em que poucos entravam e onde pouquíssimos se formavam? Não. Esses fatos remetem a uma pedagogia sádica, em que havia o prazer no martírio, no fracasso e na exclusão dos pouco adaptados ou adaptáveis ao modelo ideal.
Não dá para separar o inseparável: a qualidade (ou a falta dela) inclui todos os ingredientes de uma instituição e deve ser medida tanto pelos seus objetivos explícitos como pelos implícitos, tanto pelos meios formais que utiliza para fazer as intervenções como pelos informais. Nesse sentido, a escola do passado era excludente, atendia uma minoria e formava as pessoas para uma sociedade autoritária. Será que isso era qualidade? Para quê? Para quem?
Como explicar a necessidade de constar em lei que as crianças e os adolescentes tenham o direito de ser respeitados por seus educadores? Estamos nos referindo ao artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990. Fica evidente que alunos eram desrespeitados por quem deveria educá-los, por mais paradoxal que pareça. Os professores e dirigentes precisam saber, a partir de então, que "submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento", bem como à "tortura", pode levar a, no mínimo, seis meses de detenção e até a 30 anos de reclusão (artigos 232 e 233). No caso do Ensino Fundamental, o ECA é explícito quanto à obrigação de os gestores escolares protegerem os alunos dos maus-tratos, das faltas injustificadas, da evasão e da repetência exagerada, tendo que comunicar aos Conselhos Tutelares tais casos (artigo 56). Além disso, é só no ECA que figura o óbvio direito - ainda não totalmente respeitado - de estudar em uma "escola pública e gratuita próxima de sua residência" (artigo 53). Isso tudo aponta para uma natureza diferente de qualidade na escola.
Sim, os alunos às vezes exorbitam em suas ações e nos desrespeitam. No impulso (ou seguindo a tradição), alguns de nós devolvemos na mesma moeda. A diferença elementar é que temos o dever profissional de educá-los, somos pagos (bem ou mal) para isso. Se ministros, governadores, prefeitos etc. desrespeitam nossas condições de trabalho e não nos propiciam mecanismos e formação para lidar com tais situações, não podemos descontar na parte mais frágil: pessoas em formação, que estão tentando conhecer o mundo e a si mesmas. "Olho por olho e dente por dente" não é um princípio educacional, e sim a aceitação da barbárie, da lei do mais forte e da opressão, caminho que nos afasta da democracia e da paz.
Impossível negar a urgência de restituir a dignidade de nossa profissão, valorizar as condições de trabalho e nos defendermos das diversas agressões físicas e morais. Mas não podemos confundir isso com negar ou combater os direitos alheios. O ECA é um avanço para nossa sociedade e, mesmo que haja eventuais equívocos em sua utilização, é fundamental conhecê-lo melhor para notar os absurdos que vivíamos antes dele.
A escola pública do passado é aquela que continha no currículo Língua Francesa, Prendas Domésticas e Canto Orfeônico. Alguns de seus egressos entravam em boas universidades. Mas era ela mesma que submetia crianças e adolescentes a vexames, constrangimentos e torturas (e não é força de expressão), além de nos legar um enorme contingente de analfabetos e desescolarizados. Chega de saudade! Se a escola atual não está boa, olhar para trás é uma atitude equivocada, ao menos para quem quer um mundo em que a dignidade não seja apenas um acessório e que todos, sem exceção, tenham direito à Educação. Respeitar nossos alunos e fazer com que sejam respeitados é uma aula prática, no presente, sobre como a sociedade do futuro precisa ser.

JUCA GIL é professor da Universidade de São Paulo e especialista em políticas educacionais.
Juca Gil (debatelegal@abril.com.br)


QUER MAIS? A TURMA DA MÔNICA EXPLICA! ACESSE:






20 de mai. de 2010

BULLYING na escola


Saiba mais sobre o BULLYING!


O que é bullying?


Atos agressivos físicos ou verbais só são evitados com a união de diretores, professores, alunos e famílias


Bullying é uma situação que se caracteriza por atos agressivos verbais ou físicos de maneira repetitiva por parte de um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo inglês refere-se ao verbo "ameaçar, intimidar".

Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas. E, não adianta, todo ambiente escolar pode ter esse problema. "A escola que afirma não ter bullying ou não sabe o que é ou está negando sua existência", diz o médico pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), que estuda o problema há nove anos.

Segundo o médico, o papel da escola começa em admitir que é um local passível de bullying, informar professores e alunos sobre o que é e deixar claro que o estabelecimento não admitirá a prática - prevenir é o melhor remédio. O papel dos professores também é fundamental. "Há uma série de atividades que podem ser feitas em sala de aula para falar desse problema com os alunos. Pode ser tema de redação, de pesquisa, teatro etc. É só usar a criatividade para tratar do assunto", diz.

O papel do professor também passa por identificar os atores do bullying - agressores e vítimas. "O agressor não é assim apenas na escola. Normalmente ele tem uma relação familiar onde tudo se revolve pela violência verbal ou física e ele reproduz o que vê no ambiente escolar", explica o especialista. Já a vítima costuma ser uma criança com baixa autoestima e retraída tanto na escola quanto no lar. "Por essas características, é difícil esse jovem conseguir reagir", afirma Lauro. Aí é que entra a questão da repetição no bullying, pois se o aluno reage, a tendência é que a provocação cesse.

Claro que não se pode banir as brincadeiras entre colegas no ambiente escolar. O que a escola precisa é distinguir o limiar entre uma piada aceitável e uma agressão. "Isso não é tão difícil como parece. Basta que o professor se coloque no lugar da vítima. O apelido é engraçado? Mas como eu me sentiria se fosse chamado assim?", orienta o médico. Ao perceber o bullying, o professor deve corrigir o aluno. E em casos de violência física, a escola deve tomar as medidas devidas, sempre envolvendo os pais.

O médico pediatra lembra que só a escola não consegue resolver o problema, mas é normalmente nesse ambiente que se demonstram os primeiros sinais de um agressor. "A tendência é que ele seja assim por toda a vida a menos que seja tratado", diz. Uma das peças fundamentais é que este jovem tenha exemplos a seguir de pessoas que não resolvam as situações com violência - e quem melhor que o professor para isso? No entanto, o mestre não pode tomar toda a responsabilidade para si. "Bullying só se resolve com o envolvimento de toda a escola - direção, docentes e alunos - e a família", afirma o pediatra.


FONTE: http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/bullying-escola-494973.shtml

QUER SABER COMO TRABALHAR BULLYING EM SALA E AULA? ACESSE:

http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/bullying-problema-merece-traducao-475045.shtml


SAIBA SOBRE A LEI 5448/2009, UMA POLÍTICA ANTIBULLYING EM CANOAS. ACESSE:

http://www.leismunicipais.com.br/twitter/114/legislacao/lei-5448-2009-canoas-rs.html

Preserve a NATUREZA...contamos com você!!!


Ecologia...vamos refletir?



DIA DO MEIO AMBIENTE E ECOLOGIA!

No dia 05 de junho comemora-se o dia do meio ambiente.
A criação da data foi em 1972, em virtude de um encontro promovido pela ONU (Organização das Nações Unidas), a fim de tratar assuntos ambientais, que englobam o planeta, mais conhecido como conferência das Nações Unidas.
A conferência reuniu 113 países, além de 250 organizações não governamentais, onde a pauta principal abordava a degradação que o homem tem causado ao meio ambiente e os riscos para sua sobrevivência, onde a diversidade biológica deveria ser preservada acima de qualquer possibilidade.
Nessa reunião, criaram-se vários documentos relacionados às questões ambientais, bem como um plano para traçar as ações da humanidade e dos governantes diante do problema.
A importância da data é devido às discussões que se abrem sobre a poluição do ar, do solo e da água; desmatamento; diminuição da biodiversidade e da água potável ao consumo humano, destruição da camada de ozônio, destruição das espécies vegetais e das florestas, extinção de animais, dentre outros.
A partir de 1974, o Brasil iniciou um trabalho de preservação ambiental, através da secretaria especial do meio ambiente, para levar à população informações acerca das responsabilidades de cada um diante da natureza.
Mas em face da vida moderna, os prejuízos ainda estão maiores. Uma enorme quantidade de lixos é descartada todos os dias, como sacos, copos e garrafas de plástico, latas de alumínio, vidros em geral, papéis e papelões, causando a destruição da natureza e a morte de várias espécies animais.
A política de reaproveitamento do lixo ainda é muito fraca, em várias localidades ainda não há coleta seletiva; o que aumenta a poluição, pois vários tipos de lixos tóxicos, como pilhas e baterias são descartados de qualquer forma, levando a absorção dos mesmos pelo solo e a contaminação dos lençóis subterrâneos de água.
É importante que a população seja conscientizada dos males causados pela poluição do meio ambiente, assim como de políticas que revertam tal situação.
E cada um pode cumprir com o seu papel de cidadão, não jogando lixo nas ruas, usando menos produtos descartáveis e evitando sair de carro todos os dias. Se cada um fizer a sua parte o mundo será transformado e as gerações futuras viverão sem riscos
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Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

FONTE: http://www.brasilescola.com/datacomemorativas/dia-mundial-do-meio-ambiente-ecologia.htm

QUER DICAS INTERESSANTES? ACESSE :

http://www.cienciamao.if.usp.br/tudo/index.php?midia=ema

19 de mai. de 2010

Dicas de como incentivar seu filho a ler!





DICAS IMPORTANTES DE COMO AJUDAR SEU FIHO (a)  A GOSTAR DE LER!
VALE A PENA ASSITIR!

18 de mai. de 2010

Dizer NÃO também é um Ato de AMOR


É possível estabelecer LIMITES nos dias atuais?


Dificuldades de impor limites

Houve um tempo em que criança não tinha vez, querer ou escolhas, não interrompia conversas de adultos e não era prioridade. Aquelas que quebravam estas regras eram castigadas fisicamente pelos pais, hábito aceito pela sociedade como normal e necessário.
Este tipo de relacionamento foi, no decorrer das últimas décadas, amplamente modificado e as crianças passaram a ser reconhecidas como indivíduos que têm vontade própria, direitos e necessidades específicas. O modo de educar os filhos tornou-se muito menos autoritário.
Como toda transição, esta mudança no tipo de relacionamento entre adultos e crianças originou turbulências e, enquanto novos valores eram assumidos, alguns pais e professores “perderam o rumo”, transformando a educação de crianças uma tarefa complicada, desgastante e muitas vezes frustrante.
Muitos confundiram a necessidade de mais liberdade com total falta de limites. Alguns livros e manuais sugeriram aos pais liberdade total para os filhos. Aqueles que foram filhos de pais muito autoritários acreditavam que deviam ser exatamente ao contrário com seus próprios filhos, enquanto outros ainda acreditam que não devem negar nada às crianças.
Esta situação ainda tem gerado muitas dúvidas e confusão nos pais, que muitas vezes se encontram perdidos e não sabem muito bem como lidar com seus filhos na questão de limites. Contribuem também para esta dificuldade o pouco tempo disponível aos filhos atualmente – e consequentemente um sentimento de culpa – e a influência do estímulo ao consumismo exagerado. Mas através de algumas regras básicas, bom senso, respeito e afeto a tarefa de estabelecer limites aos filhos não precisa ser tão difícil ou traumática. Quando se reconhece a sua importância e aprende-se sobre as características normais das crianças em suas diversas idades, temos expectativas realistas e aceitamos que o processo de aprendizagem é naturalmente lento, a missão de educar os filhos pode ser gratificante.


Porque estabelecer limites


Quando os adultos estabelecem regras e limites estão transmitindo às crianças alguns significados importantes, entre eles:
1) Ensinar que todos os indivíduos têm direitos e deveres.
2) Facilitar a compreensão de que os direitos de um acabam onde começam os direitos do outro. Quem não respeita esta regra geralmente são pessoas desagradáveis, inconvenientes, desajustadas, que não sabem se comportar em situações como em filas ou no trânsito.
3) Deixar claro que muitas vezes é necessário dizer e ouvir um “não” e que vamos ouvir esta palavra muitas vezes em nossas vidas (na escola, no trabalho, etc.).
4) Que podemos fazer muitas coisas, mas não todas.
5) Que é necessário tolerar a aprender a conviver com pequenas frustrações, pois elas fazem parte de nossas vidas.
6) Ensinar que muitas vezes é necessário adiar uma satisfação e que temos de esperar os momentos mais adequados para determinadas atividades, evitando o imediatismo.
7) Perceber a diferença entre necessidade e desejo (o calçado é necessário, o tênis que custa mais que salário mínimo é desejo).
8) Aprender a conviver com as diferenças sócio-econômicas típicas de nossa sociedade e que isto se reflete em diversos aspectos de nossas vidas, como padrões de consumo, por exemplo.
Os limites ensinam a criança a ter comportamentos adequados, a se proteger contra situações de risco e a respeitar os demais. Colocar limites é, portanto, um investimento. Sem eles estaremos criando filhos difíceis, alunos problemáticos e adultos desajustados socialmente.
As crianças e jovens precisam de limites, embora sistematicamente os contestem, o que é absolutamente normal e esperado.



Como estabelecer limites

Estabelecer limites não precisa ser tão complicado como muitos imaginam. É claro que não existem receitas únicas, padronizadas, pois as características familiares e individuais (tanto dos pais como dos filhos) são importantes para definir as escolhas e decisões a serem tomadas. Mas algumas orientações básicas são úteis para a maioria dos pais.
Alguns aspectos que precisam estar claros ao estabelecer limites:
a) Reconhecer que dificuldades não são por culpa dos filhos (contestar os limites é uma atitude normal em crianças e adolescentes).
b) Ter muita paciência, persistência e dedicação. É preciso ser mais persistente que a criança.
c) Ter afeto e amor incondicional, mesmo nas horas mais difíceis.
d) Reconhecer que educar é um processo longo, repetitivo e cujos resultados não são imediatos.
f) Reconhecer as próprias limitações (os erros, o fato de algumas vezes estar cansado e que é normal perder a calma em algumas situações).
g) Combater o sentimento de culpa por não atender a todos os desejos dos filhos.

E algumas regras básicas são as seguintes:
1) Agir de acordo com a idade da criança: é preciso conhecer a sua fase do desenvolvimento e sua capacidade cognitiva para transmitir informações, regras e limites. É necessário reconhecer a capacidade do filho em entender as regras e as conseqüências do não cumprimento das mesmas e ter expectativas coerentes e de acordo com a idade e características individuais da criança. Não exigir nem demais nem de menos.
2) Iniciar o mais cedo possível, antes de um ano de idade, quando a criança começa a perceber o significado de certas palavras, inclusive o “não”.
3) Manter a coerência entre os pais e demais familiares. A dificuldade é grande quando pai corrige e a mãe perdoa (ou vice-versa). Um não pode desautorizar o outro. E os demais familiares (como tios ou avós) não devem interferir nas decisões e atitudes dos pais. Os pais saberão que estão agindo certos quando os filhos disserem: “isto não é justo, vocês dois estão contra mim!”.
4) Dar o exemplo é a melhor forma de educar (melhor do que dar conselhos). Nas pequenas atitudes do dia a dia, como em filas, ao manifestar respeito às demais pessoas, ao exercer comportamento ético e honesto é possível mostrar às crianças quais comportamento são corretos e quais são inadequados ou inaceitáveis.
5) As regras devem ser claras, definidas e estáveis. Estabelecer de forma clara o que pode e o que não pode. Não dá para ficar mudando as regras com freqüência, pois isto confunde a criança em seu aprendizado. Não é possível mudar de atitude como quem muda de roupa. E as regras devem ser estabelecidas pensando na adequada educação da criança e não apenas no benefício dos pais.
6) É preciso ser persistente (mais do que as crianças). Se a criança insistir mil vezes em fazer algo errado, é preciso corrigi-la mil e uma vezes.
7) Cumprir o que foi dito. Se houve a ameaça de que o filho ficaria sem assistir TV se não fizesse os temas, é preciso cumprir a penalidade se a criança realmente não fez os temas. Sem voltar atrás ou “perdoar, ficar com peninha”. Os pais precisam ser claros, firmes, determinados, confiantes e tranqüilos. Não dá para ficar com pena porque a criança chorou ou ficou triste se você estiver confiante de que tomou a atitude correta.
8) Criticar o ato cometido em si e não o indivíduo ou sua personalidade. Deve-se reclamar que o quarto está bagunçado, mas não é necessário dizer que o filho é relaxado ou bagunceiro. Quando ele briga não dizer que é mau, se não estuda que é preguiçoso. Deve-se ressaltar o comportamento em si e não utilizar rótulos. Criticar e corrigir o gesto ou atitude, não a criança. Frases do tipo “você é” (egoísta, impossível, não tem jeito) qualificam a criança e não a sua atitude. E ela com certeza não merece estes “carimbos ou rótulos”.
9) E também, muito importante, lembrar que elogiar os bons comportamentos é fundamental, pois geralmente o mais comum é reclamarmos quando os filhos fazem coisas erradas. Lembrar que premiar não é dar coisas materiais, mas sim elogiar e demonstrar afeto. Não economizar elogios (um elogio vale muito mais que várias críticas). Os "prêmios" são imprescindíveis na socialização da criança, principalmente o sorriso de aprovação, o elogio verbal, o gesto afetuoso de um adulto querido. No entanto, a criança deverá se comportar de determinada forma, conscientemente, por opção e não para conquistar determinado prêmio.



Fonte: Aprendendo a Vida: http://montardo-ap.blogspot.com/2009/01/limites-i-importncia-dos-limites.html



16 de mai. de 2010

TRABALHO EM GRUPO



Em duplas, trios, quartetos... Para definir a melhor alternativa, é necessário diagnosticar o que cada um sabe sobre o conteúdo. Como forma de ajudar nessa tarefa na aprendizagem veremos algumas dicas já realizadas por educadores.
Colocar, trabalhando juntos, os que têm saberes diferentes é uma forma poderosa de fazer todos aprenderem. Para tanto, iniciar a atividade com um diagnóstico em que verifica o que cada um sabe sobre o tema em questão, só então planejar as situações de interação. Trabalhar em grupo não é apenas importante, mas fundamental. Estudos realizados destacam as condições em que se dá esse processo - o que inclui o conteúdo e o conhecimento prévio da turma, além da importância do intercâmbio cognitivo, que traz avanços conceituais. O progresso alcançado quando os integrantes de um grupo confrontam pontos de vista moderadamente divergentes foi comprovado por pesquisa na Suíça. Independentemente das opiniões dos estudantes estarem certas, foi comprovado que a diversidade de posições leva a conflitos e, em conseqüência, ao desenvolvimento intelectual e à aprendizagem. Abaixo estão alguns exemplos de Critérios de agrupamento:

1. Como montar grupos que sejam produtivos?
Deve-se pensar no conteúdo e nos objetivos da atividade. Tendo claras as duas informações verificar o que a turma já sabe, o que se alcança com a investigação do nível de conhecimento de todos e de cada aluno. Esse mapeamento é o ponto de partida das ações do professor e o que dá apoio para a divisão em grupos, em que se reúnem os que têm condições de trocar em determinada tarefa. Quanto mais se sabe sobre o nível de conhecimento dos alunos e o conteúdo a ser ensinado, mais produtivo é o agrupamento. Não basta fazer um diagnóstico no começo do ano, deve-se repetir ao longo do ano o desempenho de cada um, acompanhado de perto em observações e na análise das produções. Diferentes conteúdos exigem variados tipos de diagnóstico. Para verificar o que as crianças sabem sobre o handebol, por exemplo, nada melhor do que primeiro proporcionar a visualização de uma partida e façam comentários. Logo após, entregar uma bola a elas e deixar que mostrem esse conhecimento na prática, em quadra.

2. Grupos de acordo com a afinidades?
A decisão depende da proposta. Podem escolher com quem vão trabalhar se a atividade não tiver como objetivo ensinar um conteúdo. Por ex.: jogos conhecidos ou conhecimentos já adquiridos. Porém tudo muda se o objetivo é a aprendizagem. Nesse caso, a afinidade não cabe como um critério de agrupamento, pois o principal objetivo da estratégia é a interação cognitiva e a construção de conhecimentos. Se os escolhidos para trabalhar juntos não se relacionam bem, um dos caminhos é mediar possíveis atritos para que a produtividade não seja prejudicada. Essa é também uma oportunidade para todos aprenderem a lidar com as diferenças e se respeitarem, independentemente dos vínculos emocionais. Ser capaz de perceber o ponto de vista alheio e considerá-lo exige aprendizado como uma construção progressiva e que depende da vivência de situações que promovam avanços nas relações, em direção à cooperação e à autonomia.


3. Agrupar os mais agitados com outros mais calmos e os mais tímidos com os extrovertidos é um bom critério?

Não. Ao definir as equipes, é importante garantir a máxima circulação de conhecimentos e informações. Quando se utilizam critérios como esse, não se configura necessariamente uma boa situação de trabalho. As características pessoais podem facilitar o debate e a discussão, mas o mais importante é que as equipes sejam produtivas do ponto de vista dos conteúdos que você pretende ensinar. Todas as interações pressupõem um empenho para que o bom relacionamento prevaleça. É papel do professor garantir que isso aconteça, criando condições para a colaboração e evitando que uns se calem ou obedeçam, enquanto outros dominam o trabalho. De modo geral, ninguém é o tempo todo calmo, agitado, tímido ou extrovertido. Um jovem que tenha mais facilidade em Matemática tende a ser mais participativo nas aulas dessa disciplina e menos nas de outra em que não se saia tão bem.

4. Como não errar na formação de duplas, trios, quartetos, quintetos, etc?
Os erros não acontecem quando se tem em mente que o mais relevante para definir as formas de agrupamento é levar as crianças a avançar. Fazer um diagnóstico detalhado também é essencial para pensar nos desafios que precisam ser vencidos por elas, nas hipóteses e nos saberes que cada uma apresenta e, acima de tudo, nos progressos a promover. Um erro comum é dividir a turma para realizar uma atividade que originalmente seria individual. Antes de apresentar um trabalho coletivo, é preciso avaliar se é realmente a hora de promover a troca de conhecimento ou se é melhor pedir que cada aluno faça o seu.

5. Dar autonomia à classe ou intervir sempre de modo a mediar o trabalho?
Dar autonomia não significa deixar de intervir. César Coll diferencia dois mecanismos de influência do educador: as situações de construção dirigida de conhecimento e as de construção colaborativa. A primeira se caracteriza pela participação coletiva da turma com a orientação docente. A segunda é marcada pela interação entre os pares. Nesse momento, no entanto, é comum ver crianças sem assistência e livres para fazer o que quiserem - o que não garante a troca de conhecimentos. Para evitar que isso ocorra, deve-se notar que o trabalho em grupo transforma o papel tradicional do mestre, que passa a criar as condições para que a garotada tome decisões e resolva as situações-problema sem ter o processo todo dirigido. Cabe a ele definir a tarefa a ser realizada, dar instruções e sugestões de encaminhamentos, indicar materiais, explicar as regras sobre cooperação entre os participantes e fazer correções de rotas. Na atividade em grupo, tem lugar uma troca horizontal (aluno com aluno) e não vertical (professor com aluno). Por isso, tirar uma dúvida do grupo não significa responder às perguntas, mas levar os integrantes a relacionar conhecimentos e informações que levem à resposta.

6. Como aproveitar a heterogeneidade e despertar interesse e a participação de todos?
Ajudando um a compartilhar com o outro seu modo de pensar sobre determinada situação-problema. Depois de identificar o nível de conhecimento de cada um no início de um processo de ensino, torna-se importante observar o desempenho de todos no processo e modificar a formação dos grupos conforme a necessidade. Esse cuidado é essencial para garantir a atenção e a vontade de contribuir. Além disso, as atividades devem estar de acordo com os níveis de aprendizagem: nem muito fáceis nem muito complicadas.

7. É possível começar o ensino de um conteúdo pedindo uma atividade individual e só depois fazer agrupamentos?
Sim. A articulação do trabalho de grupo e individual se dá em processos complementares: um ascendente e outro descendente. No primeiro, a produção individual ou de duplas é o ponto de partida para o processo de aprendizagem, que em seguida é discutido em grupos maiores e, enfim, compartilhado por toda a turma. O modo de organização descendente, por sua vez, começa com o trabalho coletivo e termina no individual ou em dupla. Ele se aplica preferencialmente quando já se sabe que a dificuldade imposta pela tarefa é grande e que, sozinho, ninguém vai conseguir realizá-la. Um exemplo é a leitura de textos mais complexos. O professor faz a leitura para todos, depois pede que leiam em pequenos grupos e, em seguida, individualmente.

8. É possível dar tarefas diferentes para cada agrupamento?
Sim, desde que haja um objetivo geral e comum a todos os grupos. Essa situação se justifica no caso em que é preciso variar o grau de desafio da proposta para melhor atender à diversidade da classe. Também é essencial prever as necessidades de cada grupo no desenvolvimento das tarefas e pensar nas intervenções a fazer, já que elas serão mais diversas que de costume. Para garantir a unidade, uma idéia interessante é realizar um projeto em que o trabalho de cada grupo sirva de base para a construção de outro, da sala inteira (um seminário, por exemplo, reunindo o resultado dos diferentes trabalhos realizados pelas equipes em um novo conhecimento partilhado e construído coletivamente).



9. Como evitar que alguns alunos fiquem ociosos, esperando os colegas terminarem?
Fazendo um planejamento minucioso. Essa preparação inclui estruturar a atividade e coordená-la para que os estudantes não atribuam a responsabilidade de realizá-la apenas a um ou dividam as tarefas - o que impede que interajam. Isso não significa que todos os membros da equipe devam contribuir da mesma maneira. Para perceber se a troca de informações está sendo feita de forma desejável, o professor necessita acompanhar o trabalho e identificar as dificuldades. Outra ajuda é definir a atuação de cada um. Por fim, caso perceba que um deles não está produzindo porque tem um nível muito diferente do apresentado pelos demais - por um erro de diagnóstico, a saída é reagrupar.

10. Alguns pais dizem que, nos trabalhos em grupo, o filho faz tudo e outros, que a criança só copia do colega. Como resolver isso?
Se realmente há quem faça tudo ou não faça nada, os pais têm razão. Quando eles estavam na escola, provavelmente esse tipo de atividade não envolvia a interação, mas a divisão de tarefas. Nesse caso, o trabalho acaba sendo feito individualmente, e as produções reunidas antes da entrega, sem construção coletiva de conhecimento nem orientação do professor. Exemplo: a situação no caso de um trabalho de Ciências. Quando o educador passa um roteiro pedindo o nome de frutas e as vitaminas que elas contêm, provavelmente as crianças dividem as funções e cada uma procura um dos itens. Isso não é trabalho coletivo. O melhor, nesse caso, é apresentar uma situação-problema: por que é importante comer frutas? Dessa forma, o conhecimento é construído por meio da pesquisa e do debate entre as crianças.Se o professor já tem uma atividade planejada e considera o nível de conhecimento da garotada sobre o conteúdo, acompanha e avalia o trabalho, provavelmente está promovendo um agrupamento produtivo. Cabe a ele mostrar as vantagens desse tipo de estratégia didática aos pais que reclamarem.

11. Os alunos devem sempre ter um papel definido dentro do grupo?
Vale esclarecer que ter um papel não significa ter uma tarefa e dar conta dela sozinho. A criança pode ter uma função - definida de acordo com o que precisa aprender ou ensinar -, desde que a desempenhe com a ajuda dos demais.As questões atitudinais no trabalho em grupo devem ser vistas como um conteúdo em si. De acordo com ele, para que a atividade seja produtiva, é essencial que os alunos tenham reforçado o que chama de papéis positivos, como propor idéias, avaliar, manter o foco, coordenar e conciliar. Por outro lado, os papéis negativos precisam ser neutralizados. São eles os de quem se retrai, brinca demais, chama a atenção para si, agride, domina e compete. Sem levar em conta a questão atitudinal, não há como obter sucesso na aprendizagem conceitual (Bonals).

12. Que tipo de atividade em grupo ganha mais significado para os estudantes?
Aquelas que eles dão conta de realizar por meio da troca de saberes com os colegas, com pouca interferência do professor. Com pouca interferência do Prof., todos aprenderam com os colegas e ensinam a eles.

Jaqueline Oliveira
Supervisora Educacional.

UMA BELA MENSAGEM AOS MEUS QUERIDOS AMIGOS!!!


Um abraço, Jaqueline Oliveira.

Supervisora Educacional.