29 de set. de 2010

Educação Brasileira: problemas e soluções.



Estratégias Múltiplas
Marta Avancini


Características e necessidades regionais exigem a adoção de um cardápio variado de soluções para a educação brasileira. No entanto, não é possível negligenciar o que não é priorizado.

Em época de campanha eleitoral, a educação volta à cena de duas maneiras aparentemente contraditórias: como solução para as grandes questões do Brasil e como um problema que permanece. É nesse cenário que surgem as promessas de grandes mudanças e de superação dos históricos gargalos e entraves de atendimento e aprendizagem.
A experiência, contudo, demonstra que, muitas vezes, as respostas para os desafios da Educação Básica brasileira passam bem longe da retórica e dos discursos generalizantes. Em todo o país, escolas e redes de ensino têm realizado ações concebidas a partir de necessidades e características específicas.
Um dos fatores que possibilitam isso é a implantação, ocorrida nas duas últimas décadas, de instrumentos diagnósticos como o Censo Escolar, Prova Brasil, Saeb e Ideb, que permitem perceber particularidades regionais. Com suas características e objetivos específicos, eles fornecem um retrato do país, das redes estaduais e municipais, chegando ao nível mais micro das escolas e dos alunos. Evidenciam avanços, mudanças, bem como deficiências e desafios a serem enfrentados.
Assim, quem atua no dia a dia das escolas e dos sistemas de ensino sabe que não existem fórmulas prontas ou globais, mas que as mudanças e melhorias são construídas no cotidiano e, por isso, os caminhos a serem percorridos não são (e não devem ser) os mesmos.
O problema que se coloca no Amazonas não é o mesmo do Rio Grande do Sul. No primeiro estado, as longas distâncias e a dificuldade de locomoção remetem à necessidade de se implementar estratégias que assegurem que o aluno chegue à escola e tenha condições de frequentá-la. Investir na educação a distância foi a saída encontrada pela secretaria estadual de Educação.
No Rio Grande, as avaliações mostraram fragilidades na aprendizagem de língua portuguesa e matemática no final do primeiro ciclo do ensino fundamental. Então, o foco da Secretaria de Estado da Educação local foi fortalecer a alfabetização das crianças, por meio de um programa que combina a oferta de três métodos distintos de alfabetização às escolas, com capacitação de professores e acompanhamento contínuo.
A diversidade de estratégias e modos de atuação também caracteriza municípios que estão conseguindo melhorar seus indicadores, segundo um estudo realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Uma das estratégias em Palmas, capital do Tocantins, se deu no campo do financiamento: foi criada uma rubrica específica para a educação, o que gerou um aumento de 2% do montante aplicado na área entre 2005 e 2006, chegando a 27,3% do orçamento municipal naquele ano.
Em São João do Sabugi, município de 6 mil habitantes no Rio Grande do Norte, o prefeito nomeou uma secretária para cuidar exclusivamente da educação após o mau desempenho no Ideb de 2005 (2,1). A gestão exclusiva apostou em novas práticas de planejamento na áreas administrativa e pedagógica. Em 2007, o resultado foi 4,4 e em 2009, 5,3.

Desafios e prioridades

A diversidade de práticas, caminhos e soluções se delineia a partir do mapa construído por meio da Prova Brasil e do Saeb. Ele sinaliza para alguns problemas centrais: a precariedade da aprendizagem (que tende a ficar mais evidente conforme os alunos avançam na escola) e a desigualdade entre as regiões e, muitas vezes, dentro do próprio sistema de ensino. "A desigualdade está no nosso DNA", constata o coordenador do Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais (Game), Francisco Soares, que também leciona na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
"São vários pacientes com vários tipos de doenças", complementa Mozart Ramos Neves membro do Conselho de Governança do movimento Todos pela Educação. "Não há equidade no diz respeito à aprendizagem. São vários brasis", conclui.
Análise realizada pelo movimento demonstra, por exemplo, que na região Norte, 13,1% dos alunos têm desempenho adequado à série em que estudam nas avaliações do MEC, enquanto no Sul e no Sudeste, a proporção chega a 31,6%. Tais números, além de revelarem as discrepâncias regionais, apontam para a necessidade urgente de se investir em ações para promover a aprendizagem, já que apenas uma minoria sabe o mínimo esperado.
Embora os indicadores sejam ruins, as avaliações sinalizam para uma "progressiva e lenta melhora" principalmente nos anos iniciais do fundamental, analisa a educadora Guiomar Namo de Mello. Isso é bom, mas remete a um questionamento: "O que isso realmente significa em termos de aprendizagem? Alguns municípios atingiram 6 ou 7 no Ideb, mas, mesmo que cheguemos a esse patamar, nós não seremos a Finlândia", provoca.
"Enquanto estamos perseguindo o nível dos países desenvolvidos, estes já estão trabalhando com um patamar mais avançado." Ou seja, nesse passo e norteando-se apenas por índices, a educação brasileira não vai dar o salto de qualidade necessário. "O foco tem de ser a melhoria, não o simples cumprimento da meta", conclui Guiomar.
A ênfase nos índices também remete ao problema da desigualdade, pois de maneira geral eles traduzem uma média (da rede de ensino, de uma escola) que não traduz a situação das pontas, os melhores e os piores. "Muitos municípios têm uma boa média, mas há uma ou duas escolas que não estão bem. O Ideb do município não vai mostrar isso, mas é fundamental que o gestor olhe e trabalhe com estas escolas. O objetivo é a educação de qualidade para todos", defende Francisco Soares, da UFMG.
É por isso que, na opinião da coordenadora de Educação do Unicef, Maria de Salete Silva, toda e qualquer ação tem de ter como foco a redução das desigualdades - seja entre os alunos de uma mesma escola, seja entre as escolas de uma mesma rede. "As redes de ensino são, na verdade, redes de aprendizagem. Então, não interessa se o sistema atinge a meta, mas não reduz as desigualdades."
Considerando esse cenário, organização, estruturação e planejamento surgem como palavras-chave. Isso envolve diversos aspectos relacionados às ações para melhorar a aprendizagem e o desempenho dos alunos, como o fortalecimento da gestão, o aprimoramento da formação e das condições de trabalho dos professores e a melhoria do currículo.
No que diz respeito às prioridades do momento atual, os especialistas ouvidos destacam o fortalecimento da alfabetização, a correção da distorção idade-série, a qualificação dos professores, a ampliação do tempo de atividades, a melhoria da qualidade da aprendizagem e as mudanças curriculares. A lista não para por aí: o aumento do volume de recursos destinados à educação e a melhoria da qualidade do gasto, além da continuidade das políticas em diferentes governos, também são desafios mencionados.
Embora os problemas e desafios sejam muitos e bastante diferentes entre si, não basta atacar alguns aspectos isoladamente. "Não há nenhuma ação isolada que resolva o problema da educação do Brasil", afirma a coordenadora Salete, do Unicef.

Alfabetização

Fazer com que as crianças sejam efetivamente alfabetizadas até nos dois primeiros anos do ensino fundamental é um desafio central. Sem isso, não se consegue melhorar a aprendizagem, nem garantir a permanência do aluno na escola. Por isso, as ações voltadas para a melhoria da alfabetização estão entre as prioridades das redes estaduais de ensino de Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
"Mesmo com os resultados apresentados nas avaliações oficiais, a aprendizagem da língua escrita na escola ainda está num nível muito baixo", analisa Magda Becker Soares, professora titular emérita da UFMG, especializada no tema.
Para ela, o problema tem origem na falta de clareza do que se entende por alfabetização. Até os anos 1980, considerava-se alfabetizado o aluno que sabia ler e escrever, ou seja, sabia codificar e decodificar. "Isso dava tranquilidade para o professor avaliar se a criança estava alfabetizada ou não."
Com a mudança para o conceito de letramento - que pode ser sintetizado na capacidade de utilização da leitura e da escrita -, alargou-se o entendimento do que é alfabetização, que se diluiu em várias competências e habilidades. A professora Magda aponta que esse processo está relacionado às demandas sociais de nossa sociedade, que é centrada na escrita, e às recentes descobertas no campo da linguística e da psicologia cognitiva sobre os processos de aprendizagem e uso da linguagem escrita.
Nesse cenário, ela vê como positiva a iniciativa da secretaria estadual de Educação do Rio Grande do Sul, onde foi implantado um programa que prioriza a alfabetização, por meio da oferta de três tipos de métodos que podem ser escolhidos pelas escolas, acompanhado de formação e assessoria às escolas.
A rede estadual de Minas Gerais é outra que dá atenção especial à questão da alfabetização. Há quatro anos, foi implantado um programa para fortalecê-la e assegurar que todas as crianças tenham domínio dos processos básicos de leitura e escrita até os 8 anos.
O coordenador do Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais também considera que a falta de clareza sobre o que é alfabetização prejudica a aprendizagem, mas pondera que independentemente do método adotado e dos critérios de avaliação do professor é importante trazer para o debate público a questão da redução das metas relativas ao domínio da leitura e da escrita.
Na opinião de Soares, a meta de que a criança esteja alfabetizada aos 8 anos é "pouco desafiadora". "Seria importante trazer para o debate público a discussão da mudança desse patamar para os 7 anos", postula. Para ele, essa discussão deve se vincular a uma "ênfase maior na alfabetização". "Se a criança não aprende a ler, terá dificuldade a vida toda."
Soares também enfatiza a necessidade de reforçar a aprendizagem em matemática. "Esta é uma linguagem que faz parte da sociedade moderna e as escolas costumam dar pouca ênfase ao conhecimento matemático".

Reforma curricular

O currículo é outro nó a ser desatado. Essa é a questão que se coloca nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. Guiomar Namo de Mello, que integrou o Conselho Nacional de Educação no final dos anos 1990 e foi relatora das Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental, avalia que parte das dificuldades existentes hoje nessa área - e que acarretam, por exemplo, a elevada evasão de alunos - está relacionada à maneira como as mudanças curriculares foram implementadas à época.
Reavaliando a história, ela considera que o país viveu um período de anomia, referindo-se à opção feita pelo Ministério da Educação de então de distribuir os novos parâmetros curriculares diretamente às escolas. "Hoje, vejo que talvez tivesse sido melhor trabalhar os parâmetros com as secretarias estaduais e municipais, que cuidariam de especificar o currículo."
Declarando-se contra um currículo nacional, Guiomar reitera que os profissionais das escolas tiveram de lidar com drásticas mudanças em curto espaço de tempo, saindo de um currículo excessivamente fragmentado para um contexto de grande abertura para definir o quê e como ensinar. O resultado foi indefinição. "Acabaram usando os parâmetros como currículo quando, na verdade, eles devem funcionar como uma indicação."
Passada essa fase e diante dos resultados das avaliações oficiais, o momento é de formatar currículos com mais clareza dos objetivos e metas a serem alcançados. Francisco Soares segue a mesma linha de raciocínio e defende que o currículo seja estruturado. É nesse contexto que ambos veem como positiva a adoção de sistemas de ensino prontos e fechados, elaborados por grupos privados, pela rede pública de ensino - o que já vem acontecendo em algumas localidades do Estado de São Paulo.
Os currículos polivalentes, em que um único professor assume disciplinas afins, são outra possibilidade, na visão de Guiomar. Isso ocorre em algumas escolas particulares, como o colégio Vera Cruz de São Paulo.
Na rede pública, esse tipo de iniciativa não é tão comum, mas já começam a surgir iniciativas, como a da rede estadual de São Paulo que, com base nos resultados das avaliações locais, implantou novos padrões curriculares e definiu um novo currículo para o ensino fundamental.
Mas mexer no currículo de maneira isolada não é a solução; na verdade, os analistas consideram que a qualificação do professor pode fazer a diferença, mesmo que o currículo seja inadequado. "Se o professor fosse mais bem formado, teria condições de trabalhar melhor o currículo e os conteúdos", analisa Soares.

Formação de professores

A qualificação e as condições de trabalho do docente são encaradas como o ponto central a ser atacado para que a educação brasileira consiga avançar na qualidade.
"É preciso reconhecer que é necessário encarar de maneira séria a questão do docente", afirma o professor da USP, Romualdo Portela. No campo da formação, ele defende a melhoria da qualidade dos cursos de pedagogia. No campo da carreira, o foco deve ser a melhoria geral das condições de trabalho. "E não adianta utilizar as políticas de estímulo por meio de bônus. À luz do direito da educação, qualquer ação tem de ser voltada para todos."
A melhoria dos cursos envolve um conjunto de ações, no sentido de mudar o foco da formação e valorizá-la. "Os cursos de pedagogia estão muito atrasados em relação à cultura do mundo do trabalho do século 21. O professor tem de aprender a fazer, não a reproduzir", propõe o professor Portela.
Além da qualidade da formação, Mozart Ramos Neves considera problemático o acesso aos cursos de nível superior, principalmente no Norte e no Nordeste. "No Sul e no Sudeste, os profissionais acabam tendo mais acesso à formação, ainda que ela não seja a ideal. Isso não ocorre no Amazonas, por exemplo, onde a educação a distância é utilizada para formar docente, além de facilitar o acesso de crianças e jovens à Educação Básica."
Neves também aponta a necessidade de fortalecer as políticas e ações de nível nacional para a formação docente, como já ocorre por meio do Plano Nacional de Formação de Professores de Educação Básica (Parfor). Embora o sistema ainda não esteja funcionando a pleno vapor, em locais como a Bahia, onde a situação é crítica - 80% dos 93 mil professores das redes municipais não têm formação - a iniciativa está dando bons resultados.
O quadro de precariedade da formação se replica em outras regiões: no Mato Grosso, o município de Colniza - que integra o grupo de municípios de menor Ideb do país e por isso recebem assessoria do MEC mediante a formulação do Plano de Ações Articuladas (PAR) - também está se valendo do Parfor e outros programas do governo federal para fortalecer a formação docente. O município também se comprometeu a realizar concurso público para regularizar a situação dos professores. Lá, dos 168 professores da rede, somente 48 são efetivos.

Gestão e recursos

Sem dinheiro e planejamento muito pouco se pode fazer em educação. "Não tem como separar gestão de financiamento", afirma o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara. O recado vale principalmente para os municípios. "Muitos municípios têm uma arrecadação muito baixa e dependem dos repasses e recursos do governo federal, seja via Fundeb, salário-educação ou programas do PDE."
Assim, não se trata apenas de ampliar a arrecadação: a questão é como os recursos são utilizados. O município de Castro, no Paraná, teve o terceiro maior avanço do Ideb em 2009 no estado, resultado que os dirigentes locais atribuem à chamada gestão em rede e ao planejamento das ações em articulação com as demandas e necessidades da área pedagógica, entre outras iniciativas.
Palmas, no Tocantins, ao aumentar as verbas para a educação, conseguiu um avanço significativo no Ideb entre 2005 e 2007. Medidas destinadas a aprimorar o fluxo, como os programas de correção de distorção idade-série, adotados em várias partes do país, como no Estado do Tocantins, colaboram para uma melhor gestão dos recursos.
Melhorar o planejamento ajuda, mas ainda assim é necessário aumentar o volume de recursos para a educação, defende o professor Portela, da USP. "O Brasil aplica 4,7% do PIB, pouco menos do que os Estados Unidos. A diferença é que os Estados Unidos têm um sistema estável e nós ainda não. Temos necessidades enormes a suprir", avalia.
Por isso, na visão dele, seria necessário que o país assumisse uma postura semelhante à a da Coreia, que investiu 10% do PIB em educação durante duas décadas e conseguiu se tornar uma das potências mundiais nesse campo. "O Brasil investe pouco e mal", sintetiza.




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26 de set. de 2010

Dia Internacional do Idoso! Vamos refletir!



Dia Internacional da Terceira Idade: data para reflexão sobre a qualidade de vida dos idosos.
Soraya Hissa de Carvalho

No dia 01 de outubro comemora-se o Dia Internacional da Terceira Idade. Com uma das maiores populações idosas do mundo, o Brasil precisa refletir a qualidade de vida que é oferecida as pessoas com mais de 60 anos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo 2000, atualmente o país possui cerca de 14,5 milhões de idosos. O que equivale a 8,6% da população.
Segundo a geriatra e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho, o crescimento acelerado da população idosa encontrou nossa estrutura sócio-cultural despreparada. “Até pouco tempo, o Brasil era uma nação de jovens. Agora, caminhamos para nos tornarmos o sexto país do mundo em número de idosos. Mas ainda é grande a desinformação e as particularidades do envelhecimento em nosso contexto social”, alerta a médica.
A expectativa de vida praticamente dobrou no decorrer do século XX e isso trouxe mudanças e problemas. “São muitos os que chegam aos 70, 80 anos em condições físicas, às vezes, muito boas, mas aposentados desde os 50 anos, e, por causa da inatividade na sociedade, com saúde psicológica abalada. Em outros casos, encontramos idosos dessa idade, com saúde física e mental sem qualidade”, afirma a médica.
O aumento da longevidade criou também problemas sérios no relacionamento familiar, especialmente no que se refere a como lidar com um parente de idade mais avançada. Atualmente, é difícil uma família que não tenha alguém com 70, 80 anos em condições físicas nem sempre ideais.
“No entanto, não são poucas as pessoas que envelhecem e chegam aos 80 anos em plena atividade sem passar pelo processo de caduquice física e intelectual que tanto nos assusta”, explica a psicanalista.
Para a geriatra, o Dia Internacional do Idoso tenta chamar nossa atenção para o envelhecimento da sociedade. “Precisamos refletir sobre o nosso comportamento com e na terceira idade, e o desenvolvimento de uma nova postura em relação a essa etapa da vida, mesmo porque todos nós queremos chegar lá. E essa é uma oportunidade especial para alertarmos e sugerirmos mudança de comportamento para aqueles que lidam com idosos ou que já estão com a idade avançada”, lembra Soraya.
Segundo ela, a saúde na terceira idade depende dos cuidados no passado, pois a qualidade de vida depois dos 60 é determinada pelas atividades que a pessoa desenvolveu, de como se alimentou e se comportou. Soraya garante que é possível gozar de vida saudável mesmo nas idades mais avançadas, e que, envelhecer pode representar uma conquista e não um castigo, quando se tem uma vida saudável antes, durante e depois do processo de envelhecimento. “A lista de recomendações é enorme, mas qualidade de vida com exercícios físicos, alimentação equilibrada, auto-estima, equilíbrio emocional, sono reparador e prevenção são os grandes pilares da saúde também na terceira idade”, finaliza a médica e psicanalista



 
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23 de set. de 2010

Crianças X Computadores. LEIA!!



Crianças X computadores: benefícios e males da era tecnológica.
Renata Losso

Manter as crianças longe do computador ou ensiná-las desde cedo? Especialistas debatem o dilema entre educação e proibição.

Antigamente não tinha choro nem vela: a brincadeira fora ou dentro de casa consistia basicamente de atividades com bolas, bonecos, carrinhos e jogos como esconde-esconde. Hoje, são poucas as crianças que nunca pediram para mexer no celular da mãe ou não tentaram descobrir o que havia de tão interessante na tela do computador do pai. Mas até que ponto permitir o envolvimento com estes eletrônicos é benéfico aos filhos? Para Valdemar Setzer, professor aposentado do Departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística da USP (Universidade de São Paulo), não há o que discutir: até que eles cheguem aos 17 anos, passatempos tecnológicos deveriam estar fora de questão.
“Tanto o computador como todos os outros meios eletrônicos exigem uma enorme autodisciplina e um enorme autocontrole, coisa que as crianças e jovens não possuem”, afirma o especialista, também autor do livro “Meios Eletrônicos e a Educação: Uma Visão Alternativa” (Editora Escrituras). Segundo Setzer, as crianças ainda estão desenvolvendo a capacidade de discernir o que é verdadeiro ou falso, bom ou mau, e colocá-las diante de uma tela cheia de possibilidades e informações é uma porta aberta para diferentes perigos. Mas nem todos os especialistas são tão radicais. Tadeu Terra, professor e Diretor Editorial de Mídia Digital do COC, escola pioneira no uso de computadores em salas de aula, defende que o papel dos pais é ser guia e mediador na relação com a tecnologia, e não proibidor – até porque, segundo ele, as crianças terão contato com celulares, computadores e com a internet quer os pais permitam, quer não.
Para Setzer, o tipo de pensamento estimulado pelo computador é excessivamente exato e restrito para uma criança. “Ele prejudica a capacidade de pensar e imaginar delas, mostrando que o uso frequente do computador é um dos fatores para a piora do rendimento escolar, por exemplo”.

Criatividade em falta?

“Qualquer atividade virtual é irreal e se apresentam figuras e desenhos, não há a imaginação. Porque usar o computador se há jogos que podem ser jogados com as mãos?”, questiona Setzer. Ao contrário dele, Tadeu Terra não vê o universo virtual como tamanha ameaça às crianças. “Os jogos físicos e virtuais podem ser equivalentes: a questão está na proposta do jogo, e não no meio utilizado”, diz. Segundo ele, os pais devem pensar primeiro em quais habilidades a criança está desenvolvendo.
O pediatra antroposófico Antonio Carlos de Souza Aranha concorda com a questão levantada por Setzer. “É importante que a criança desenvolva primeiramente a criatividade e o raciocínio para depois utilizar os meios eletrônicos livremente, sem se tornar dependente da tecnologia”, acredita. As festas infantis atuais exemplificam bem o que ele quer dizer: enquanto hoje costuma haver a necessidade de um ambiente temático, além de um profissional para animar a festa de aniversário do filho, antigamente só era necessário deixar as crianças no quintal para que elas inventassem o que fazer e se divertissem. “Hoje em dia as crianças são cada vez mais consumidoras e menos criativas em todos os níveis – ação, emoção e pensamento – e isso é um grande perigo”, diz o pediatra.
No entanto, se houver uma ênfase da família em desenvolver estes três níveis de capacidade, colocar a criança em contato com o computador ou até mesmo com a televisão pode ocorrer sem malefícios. Por outro lado, se houver acomodação dos pais, a coisa muda de figura: colocar uma criança sem supervisão diante de um destes meios é arriscado.

Tecnologia 24 horas

Deixar a criança brincando no computador o tempo inteiro está mesmo fora de cogitação. De acordo com Terra, os pais devem estabelecer uma disciplina para o uso dos meios eletrônicos, e não simplesmente eliminar o computador da vida dos filhos. “As crianças já possuem uma atração muito grande pela tecnologia, a menos que você nunca a deixe chegar perto de qualquer meio eletrônico”, afirma. Contando que grande número de adultos anda para lá e para cá com celulares em mãos, este contato se torna inevitável. “Uma criança de três anos já é capaz de entrar sozinha na internet e assistir um vídeo no Youtube, então você precisa mostrar o que aquilo significa”, revela ele.
Embora os meios eletrônicos estejam espalhados por todos os lados e haja a possibilidade de serem utilizados de maneira correta por crianças e jovens, Terra ainda aponta que há riscos a serem evitados. “Como pai e educador, minha função não é a de tirar o computador das crianças, mas sim de mostrar o que significa. Senão ele vai fazer escondido”, afirma.
Evitar que um pré-adolescente crie um perfil numa rede social, por exemplo, é bastante difícil, mesmo que os pais o proíbam. A questão, portanto, é: quem irá informá-lo sobre as medidas que devem ser tomadas por questão de segurança, como por exemplo, não revelar informações pessoais? “Existem vários pais que acham que os filhos nem sabem mexer no computador, mas um dia descobrem que eles têm até perfil no Orkut. Incluir a tecnologia como algo que faz parte do dia a dia e vê-la de forma positiva é necessário”, acredita Terra.
Mas tampouco é preciso colocar um computador no quarto do seu filho para que ele não se sinta “por fora” diante dos colegas de escola. O pediatra ressalta que, junto às atividades de introdução à informática, é essencial que as crianças tenham outros estímulos: “Os pais devem se preocupar em desenvolvê-las através das artes, das atividades criativas e também das atividades físicas”. Afinal, levar somente a facilidade mecânica dos computadores em consideração não colabora para o desenvolvimento de novas capacidades. É como aprender a fazer contas direto na calculadora: você perde a aquisição da capacidade mental de calcular.

Faixa etária e autonomia

O professor Valdemar Setzer é categórico: o uso de computadores sozinho, sem supervisão dos pais, deve começar somente a partir dos 17 anos – segundo ele, a idade em que o jovem já está preparado para utilizar a tecnologia de forma saudável. O pediatra Antonio Carlos de Souza Aranha é menos radical: para ele, a partir dos 14 anos já é possível que o jovem utilize a informática com autonomia, sem a possibilidade de se tornar dependente: “Os pais são livres para educarem os filhos como preferirem, mas a criança que não desenvolver capacidades criativas poderá usar o computador para fugir do contato com o mundo – assim como algumas fogem nas drogas”.
Terra discorda. “Existem atividades educativas que as crianças de quatro anos já podem realizar no computador, naturalmente acompanhadas dos pais”, revela ele. “Mas é necessário realizar um trabalho para que ele chegue na adolescência agindo de forma segura diante da internet, por exemplo”, completa. Segundo ele, a criança entrará em contato, de uma maneira ou de outra, com a tecnologia, e terá mais interesse de descobrir o que é o plano digital. “À medida que ela for solicitando isso, os pais devem ter muita atenção: não é como deixar a criança brincando com uma bola no quintal. Os riscos que ela corre diante do computador são realmente maiores”, revela o especialista.
“A civilização não andaria hoje sem o computador, mas a criança deve passar pelas etapas que a humanidade toda já passou até agora”, resume Antonio Carlos. Ou seja: desenvolver primeiro a criatividade e o raciocínio próprios, para depois dominar uma ferramenta que é parte integrante da vida moderna – e que jamais funcionaria sem a criatividade e o raciocínio humanos.


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18 de set. de 2010

''Educação no Trânsito''


18 a 25/09: Semana Nacional do Trânsito!


SEMANA NACIONAL DE TRÂNSITO 2010
TEMA: CINTO DE SEGURANÇA E CADEIRINHA

ALFREDO PERES DA SILVA
Presidente do Contran e Diretor do Denatran

A redução das lesões e mortes no trânsito é um desafio mundial. Mais de um milhão de pessoas de todas as nações são vítimas fatais de acidentes de trânsito. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há cinco fatores que causam o maior número de mortes e lesões no trânsito entre os quais está a não utilização do cinto de segurança.
No Brasil, em 2008, de acordo com pesquisa da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), 88% dos ocupantes dos bancos dianteiros de veículos automotores utilizam o cinto de segurança. Provavelmente, este comportamento reflete ações de educação e fiscalização de trânsito que mobilizaram os cidadãos de forma eficiente. Prática de notável relevância para segurança do trânsito brasileiro haja vista que o uso do cinto pelo condutor e pelo passageiro do banco dianteiro reduz em 50% o risco de morte em uma colisão de trânsito.
Apesar disso,o mesmo estudo realizado pela SBOT indica que apenas 11% dos passageiros utilizam o cinto no banco traseiro. O risco de morte de um condutor utilizando o cinto de segurança, como resultado de um passageiro do banco traseiro sem cinto, é cinco vezes maior do que seria se esse passageiro estivesse retido pelo cinto.
Os acidentes de trânsito representam a principal causa de morte de crianças de 1 a 14 anos no Brasil. Em 2008 foram registradas 22.472 vítimas não fatais de acidentes de trânsito, com idade entre 0 e 12 anos de idade e 802 vítimas fatais de mesma faixa etária (Dados Denatran).
Dentre estes acidentes de trânsito, estão os que vitimam a criança na condição de passageira de veículos. Neste caso é exatamente o uso do dispositivo de retenção, popularmente conhecido como bebê conforto, cadeirinha ou assento de elevação, que pode diminuir drasticamente as chances de lesões graves – e de morte – no caso de uma colisão.
O uso do cinto de segurança não é a forma mais segura para transporte de crianças em veículos, pois foi desenvolvido para pessoas com no mínimo 1,45 de altura. Por este motivo é necessário o uso de um dispositivo de retenção adequado às condições da criança.
O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) realizou um levantamento de dados constituídos a partir da pesquisa “A balada, a carona e a Lei Seca”, realizado em 2009, em seis capitais brasileiras, onde registrou que apenas 2 em cada 10 jovens do ensino médio usam SEMPRE o cinto de segurança.
Nesse sentido, trabalhar pela utilização do cinto de segurança e dos dispositivos de retenção adequado às condições da criança é um desafio; um compromisso a ser assumido por todos os profissionais da área. Além de diminuir a taxa de mortalidade em acidentes, o cinto de segurança reduz a severidade das lesões sofridas pelos ocupantes do veículo em uma colisão. Acrescenta-se ainda que o cinto previne a ejeção de condutor e passageiros do veículo, comum em capotamentos. De acordo com o American College of Emergency Physicians, 44% dos passageiros que viajavam sem cinto e que morreram foram ejetados, parcial ou totalmente, do veículo.
Importante considerar que a prevenção de mortes e lesões no trânsito a partir da utilização do cinto de segurança impacta diretamente nos custos hospitalares e demandas de reabilitação.
O tema “CINTO DE SEGURANÇA E CADEIRINHA”, da Semana Nacional de Trânsito de 2010, possibilitará que os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito promovam, à população em geral, ações de segurança a partir de um aspecto pontual. É uma oportunidade para suscitar reflexões, incentivar discussões e criar atividades que explorem com profundidade a real importância e necessidade do uso do cinto de segurança e dos dispositivos de retenção adequado às condições da criança.



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17 de set. de 2010

20 de Setembro: Saiba mais!



O 20 de setembro
Emília Fernandes

20 DE SETEMBRO, AFIRMAÇÃO DO SENTIMENTO DE RESISTÊNCIA, DE LIBERDADE E PATRIOTISMO.

O mês de setembro tem uma grande importância para o Rio Grande do Sul. 20 de Setembro é a data máxima do Estado e do nosso povo. Neste dia, em todos os recantos, os gaúchos reverenciam a Revolução Farroupilha - marco da história e da formação política da sociedade rio-grandense - suas causas e ensinamentos.
Data transformada em feriado, por decisão da Assembléia Legislativa, a partir de Lei aprovada no Congresso Nacional, em 1996, que estendeu a mesma possibilidade a todos os Estados, o 20 de setembro é uma data que aprofunda o espírito de solidariedade, de ação unitária e coletiva e de patriotismo do povo gaúcho!
As comemorações da Semana Farroupilha, que se estendem até o dia 20, iniciaram este ano (1997) no dia 12 passado, quando cerca de 50 cavaleiros, devidamente pilchados, ou seja, trajados tipicamente, percorreram as ruas da Capital gaúcha levando a "Chama Crioula", fogo que simbolicamente mantém viva a história rio-grandense. Ao som dos clarins da Brigada Militar, e dos hinos do Rio Grande do Sul e do Brasil, ela chegou ao Palácio Piratini, onde foi aceso o "Candieiro Crioulo", abrindo oficialmente a temporada de eventos que mobiliza todas as comunidades gaúchas.
A chama, também levada pelos cavaleiros até o Monumento Bento Gonçalves, à Secretaria da Educação, ao Centro Administrativo, ao Palácio da Polícia e à Loja Maçônica, se espalhou por todos os recantos tradicionalistas da Capital do Estado e região Metropolitana. Na ocasião, também os representantes dos CTGs - Centros de Tradições Gaúcha, do interior se dirigem à Capital para colher uma centelha da chama simbólica e levá-la aos seus respectivos municípios - alguns cavalgando até 700 quilômetros, como no caso dos cavaleiros da fronteira.
O Movimento Tradicionalista do Rio Grande do Sul surgiu no ano de 1947, a partir da criação do Departamento Tradicionalista organizado por estudantes da famosa Escola Pública Estadual Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, liderado por João Carlos Paixão Cortes.
"O Grêmio Estudantil Júlio de Castilhos, sentindo a necessidade da perpetuação das tradições gaúchas, fundou, aliando aos seus já numerosos departamentos o das "Tradições Gaúchas", procurando assim preservar esse legado imenso dos nossos antepassados, constituído do amor à liberdade, grandeza de convicções, representadas pelo sentimento de igualdade e humanidade" - parte de nota publicada à imprensa.
Em Porto Alegre, neste período, se ergue, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, entre prédios residenciais e públicos, uma espécie de vila, com cerca de 400 barracas e galpões de madeira, denominada "Ronda Crioula". Completando 50 anos, desde 1947 a Ronda Crioula reúne integrantes de CTGs - Centros de Tradições Gaúchas, piquetes e milhares de pessoas, que visitam o local, e celebram a data, ao redor do fogo de chão, com churrasco e chimarrão, poesia, música e dança, relembrando a história e contando causos.
Todos confraternizando diuturnamente, através da cuia de chimarrão, elo afetivo e real da amizade, igualdade e compreensão mútua, enraizando no gaúcho, por instinto e condicionamento, o mais amplo sentido de democracia. Além disso, tanto na Ronda Crioula, como em outros locais públicos, ou privados, ocorrem palestras, debates, sessões solenes e outras formas de manifestação voltadas ao resgate das tradições e da afirmação da cultura regional. Também dentro das comemorações, este ano, como destaque, está sendo lançado, em diversas cidades do Estado, o filme épico "Anahy de las Misiones", de Sérgio Silva.
Como ponto máximo, encerrando as comemorações, os desfiles a cavalo ou em charretes reúnem em todo o Estado milhares de gaúchos, trajando as vestimentas típicas - os homens: bombachas, botas, lenços e chapéus de aba larga; as mulheres: vestidos de prenda, rodados e coloridos, e com belas flores nos cabelos.
Em clima de união, de clamor cívico e consciência viva, os gaúchos dão uma profunda demonstração de igualdade, integração do campo e da cidade e de respeito a sua história, reverenciando seus antecedentes, unindo gerações e vislumbrando o futuro.
É importante destacar que as comemorações da Revolução Farroupilha integram os rio-grandenses de todas as origens - sejam alemães, italianos, poloneses, árabes, negros, judeus, japoneses e demais raças - que, sem abdicar de sua própria cultura, encontram-se perfeiramente integrados com os valores da tradição gaúcha.
A Revolução Farroupilha, iniciada em 20 de setembro de 1835, e que durou cerca de 10 anos, envolveu em sucessivos e espetaculares combates, segundo os historiadores, cerca de 20 mil homens e mulheres em luta, resultando na morte heróica de aproximadamente 3.500 pessoas, em sua maioria revolucionários.
Unindo e mobilizando os farrapos, sob a liderança de homens e mulheres do porte de Bento Goançalves, Giuseppe Garibaldi, David Canabarro, Antônio da Silva Neto, Domingos Crescêncio e Anita Garibaldi, estava o sentimento de rebeldia contra a centralização do Poder Federal, que se manifestava, de forma especial, na espoliação econômica da região.
Entre as principais causas do levante, estavam a penalização dos produtos agropecuários, especialmente o charque, com altos impostos e, também, a expropriação e desvio dos recursos acumulados no Estado, até mesmo para pagar dívidas federais junto à Inglaterra.
Mas, além disso, a Revolução Farroupilha transformou-se em um momento de construção e afirmação dos princípios sociais, políticos, econômicos, culturais, e, talvez, principalmente ideológicos, que orientam a sociedade gaúcha até hoje.
Apesar da guerra, do ataque constante do poder imperial, os rebeldes farrapos mantiveram a atividade econômica, desenvolveram as estruturas de poder, tanto civil quanto militar, e introduziram revolucionárias práticas democráticas.
Em 1837 e 1838, libertaram os escravos, que haviam participado da revolução; reduziram os impostos sobre exportação e restabeleceram o imposto sobre importação de gado; criaram uma fábrica de arreios e outra de curtir couros e promoveram o recenseamento da população.
Ainda, dentre as medidas mais importantes, institui-se a Assembléia Constituinte e o sistema eleitoral baseado no sufrágio universal, com voto obrigatório e apuração perante o povo reunido.
O processo revolucionário, em sua radicalidade, também foi determinante para aprofundar a definição do perfil da mulher gaúcha, que, no rigor da guerra, destacou-se pela determinação, iniciativa, objetividade, ousadia e coragem.
Além daquelas que participaram diretamente da revolução, milhares de mulheres, na ausência dos homens, deslocados para a guerra, passaram a responder integralmente pelas atividades produtivas, pelas questões sociais, pela administração das propriedades e pela educação da família, bem como, todas as demais responsabilidades. A Revolução Farroupilha não teria sucesso sem a participação também heróica, dessas milhares de mulheres anônimas. Aliás, arrisco dizer que, considerando o fato do Rio Grande ter vivido praticamente 100 anos em guerras fronteiriças constantes, a história do Estado, e mesmo do Brasil, seria diferente, não fosse a atuação da mulher.
A Revolução Farroupilha, portanto, deixou muitos ensinamentos, dentre os quais, certamente, destacam-se o sentimento de soberania em relação ao poder central, o profundo espírito de integração da sociedade com o poder público e um grande senso de patriotismo.
Tal reconhecimento ensejou ao povo sulino, sensorialmente, o sentimento de firmeza de caráter e de ação dos seus ancestrais, sensibilizando-o como um seu predestinado continuado no tempo e no espaço.
Neste momento, além do registro das atividades, gostaria de destacar o crescimento da participação da sociedade gaúcha nas comemorações de sua data máxima.
Herança maior da gente do interior, do campeiro, do lavrador, do fronteiriço, do homem e da mulher da cidade, o espírito farrapo manifesta-se cada vez com mais força, expressando o sentimento de insatisfação e de resistência diante da situação econômica e política atual.
Se os farroupilhas lutaram para defender o couro, o charque, o sebo e a gordura, ou seja, as suas fontes de riquezas, hoje os produtores rurais gaúchos se levantam em defesa da agropecuária do Rio Grande que vem sendo massacrada pela política econômica em curso no país, apesar de âncora do Plano Real.
A vitoriosa guerra contra a sangria dos impostos naquela época, por parte do poder central, certamente inspira a mobilização de prefeitos e vereadores contra o verdadeiro saque aos cofres dos municípios, promovido pela Lei Kandir e pelo Fundo de Estabilização Fiscal, especialmente. Naquela época, o governo central se apropriava do superávit acumulado pelo Estado, para sua livre utilização, inclusive para pagar empréstimos federais externos; hoje assistimos o mesmo poder retirar recursos da economia regional, da ordem de cerca de 300 milhões de reais, por conta apenas dessas duas medidas, para alimentar a ciranda financeira internacional.
O mesmo sentimento de valorização da economia regional, que orientou àqueles revolucionários, também hoje estimula os gaúchos a lutarem contra a abertura indiscriminada da economia rio-grandense e brasileira à concorrência externa desleal, predatória e extremamente prejudicial ao desenvolvimento do Estado e do País.
Por outro lado, cada vez mais os riograndenses constatam que, ao invés de um Estado fragilizado, ausente das suas funções básicas e estratégicas e com seus funcionários desmotivados, é preciso resgatar o princípio da unidade entre Governo e povo, como parceiros de um processo de promoção dos interesses coletivos, que sempre norteou a construção da sociedade gaúcha. E, ainda, neste momento de resgate histórico, é também crescente o sentimento de que, antes da subserviência, da fidelidade irrestrita ao poder central, o que ainda vale, e que melhor defende os interesses do Rio Grande, é a aplicação dos princípios farroupilhas de dignidade, de independência, de coerência e de justiça.
O Rio Grande, da mesma forma que o Brasil, vive um grande desafio, de busca de um novo caminho para as relações econômicas, políticas e sociais; momento em que não pode prescindir da experiência histórica acumulada pelo povo, como contribuição fundamental para o sucesso dessa tarefa que está colocada para a atual e futuras gerações.
Ao encerrar, quero destacar que as comemorações em torno da Semana Farroupilha extrapolam os limites do Rio Grande, mobilizando os gaúchos que residem, trabalham e produzem em outros Estados da Federação, ou mesmo no exterior. São homens e mulheres que, mesmo longe do pampa, não esquecem a história, as tradições, os costumes e a cultura da sua terra e da sua gente, e se unem para também reverenciar a nossa data máxima.
Tais manifestações, inseridas entre as mais destacadas dentre todos os povos do mundo, deve-se, em grande parte, ao compromisso com a cultura e as tradições, com o espírito cívico e com o trabalho desenvolvido por milhares de lideranças tradicionalistas, patronagem de CTGs e galpões e ao povo em geral, que apóia e participa, os quais merecem o nosso aplauso e de toda a sociedade gaúcha e brasileira.
O somatório dessas influências, revela-nos, à sociedade, o porque deste apego ao torrão natal, desse amor aos pagos, dessa ternura pela querência. É o gaúcho, na verdadeira acepção do termo, se reencontrando. Na qualidade de Senadora da República, envolvida pela força das bandeiras do Rio Grande do Sul e do MTG - Movimento Tradicionalista Gaúcho, que ostento em meu gabinete, aqui no Senado Federal, e integrada no espírito farroupilha que orienta o tradicionalismo, sentindo-me cada vez mais irmanada ao povo do Rio Grande, quero reafirmar meu compromisso de representar o meu Estado com determinação, coerência e trabalho.
Ainda mais, neste momento gostaria de compartilhar com todos aqueles brasileiros que nos ouvem ou assistem, o lema dos farroupilhas, escrito na bandeira do Rio Grande do Sul - Liberdade, Igualdade, Humanidade - com a certeza de que, juntos, podemos transformar tais valores em realidade viva, expressa nos sentimentos e na ação de cada cidadão cidadão deste País.


SAIBA MAIS!



14 de set. de 2010

Política: um por todos e todos por um!



Política é coisa de idiota?
Mario Sergio Cortella

Os gregos davam um nome apropriado a quem cuidasse da vida pública, da comunidade e que acreditasse que a mais nobre regra é "um por todos e todos por um": este era chamado de político.

"Política é coisa de idiota!". Mas não poder ser! Essa sentença aparece em comentários indignados, cada vez mais frequentes no Brasil, e, em nome da verdade histórica, o que podemos constatar é que acabou se invertendo o conceito original de idiota, pois a expressão idiótes, em grego, significava aquele que só vive a vida privada, que recusa a política, que diz não à política. Em outros termos, os gregos antigo chamavam de idiota a pessoa que achava que a regra da vida é "cada um por si e Deus por todos".
Os mesmos gregos davam um nome apropriado a quem cuidasse também da vida pública, da comunidade, e que acreditasse que a mais nobre regra é "um por todos e todos por um": este era chamado de político. E se entendia que todas e todas éramos e deveríamos ser políticos, a partir da noção de que pólis é a comunidade, a cidade, a sociedade, e é nela, com ela e por ela que vivemos.
No cotidiano, o que se fez foi um sequestro semântico, uma inversão do que seria o sentido original de idiota, a ponto de muitas e muitos hoje pensarem que só deixa de ser idiota aquele que vive fechado dentro de si e só se interessa pela vida no âmbito pessoal. Sua expressão generalizada é: "Não me meto em política".
Recusemos tal percepção negativa da política, pois afeta a convivência decente e saudável e, antes de mais nada, esquece que "os ausentes nunca tem razão". De fato, muitos se sentem assim em relação a um determinado modo de fazer política, mas não corresponde à ideia mais abrangente de política, dado que ausentar-se em nome da liberdade e do interesse próprio esbarra novamente no mundo clássico, para o qual o idiota não é livre (porque toma conta só do próprio nariz), pois entendiam que só é livre aquele que se envolve na vida pública, na vida coletiva.
Assim, a política é vista aí como convivência coletiva, mesmo que moremos cada um em nossa própria, usando o latim, domus, ou seja, em casa, nosso domínio. Porém, na prática, porque vivemos juntos e só assim o conseguimos, a questão é que não temos domus, só temos con-domínios. Viver é conviver, seja na cidade, ainda que em casa ou prédio, seja no país, seja no planeta.
A vida humana é condomínio. E só existe política como capacidade de convivência exatamente em razão do condomínio.
*Mario Sergio Cortella é filósofo, professor-titular da PUC-SP e escreveu com o filósofo Renato Janine Ribeiro (USP) o livro Política: para não ser idiota (Papirus, 2010)

FONTE: http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/politica-eleicoes-594962.shtml

SAIBA MAIS!

http://educarparacrescer.abril.com.br/blog/educar-nas-eleicoes/2010/08/30/eleicoes-2010/
http://educarparacrescer.abril.com.br/blog/educar-nas-eleicoes/2010/08/31/identifique-as-boas-propostas/#more-138
http://educarparacrescer.abril.com.br/blog/educar-nas-eleicoes/2010/08/31/nao-basta-votar-certo/
http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=638

 



12 de set. de 2010

Recuperação terapêutica...como fazer?




Como fazer recuperação sem deixar de cumprir o programa
Anderson Moço

Se um aluno não compreendeu um conteúdo, é preciso retomar os conceitos com novas atividades e estratégias - sem, é claro, deixar de seguir com o programa.

Qualquer um conhece o esquema: no fim do ano, a escola dá a última chance aos que não alcançaram a nota mínima. Durante duas semanas, já devidamente rotulados de "aqueles com dificuldade de aprendizagem", eles têm de rever todos os conteúdos (juntamente com colegas das demais salas) e fazer uma prova. Quem tira nota boa passa de ano. Quem não tira é reprovado. Você acha que a recuperação funciona (só) assim? Esta reportagem indica um novo caminho - e mostra que é possível adotar uma concepção de ensino e de aprendizagem diferente da antiga visão de que, "se o estudante não sabe a matéria, o problema é (d)ele".
Já é amplamente conhecida a premissa de que todos podem aprender, sem exceção - e que cada um se desenvolve de um jeito próprio - e num ritmo particular. "Os professores sabem que a classe não responde de forma homogênea à apresentação de um conteúdo de estudo e que nem todos compreendem usando as mesmas estratégias cognitivas", explica Jussara Hoffmann, especialista em avaliação e professora aposentada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O que fazer, então? Cipriano Luckesi, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), sugere a seguinte abordagem: "Se, ao verificar quem aprendeu o quê, você percebe que um ou mais estão com dificuldade, é preciso repensar as estratégias e materiais para eles". Ou seja, para quem acredita que ninguém vai ficar para trás, a única saída é fazer a tal recuperação sempre.
A chave do processo é avançar e retroceder ao mesmo tempo. Quem atingiu o esperado tem de continuar aprendendo. E os demais não devem ser abandonados, certo? "É preciso trabalhar as dúvidas em atividades, dentro da própria sala de aula, assim que elas aparecem, em vez de deixar que se acumulem", reforça Maria Celina Melchior, professora da pós-graduação em Educação e coordenadora pedagógica da Faculdade Novo Hamburgo, na Grande Porto Alegre.
E mais. Como ainda estamos em setembro, é perfeitamente possível coordenar esforços para fazer com que todos avancem. O primeiro passo é diagnosticar, em detalhes, o que cada um sabe. Caso muitos tenham a(s) mesma(s) dificuldade(s), não pense duas vezes: é hora de retomar esse(s) conteúdo(s) de um jeito novo, pois a aula original provavelmente foi ineficaz. Se os problemas são diferentes, o segredo também é apresentar a matéria de forma a proporcionar aos que precisam a construção de outros caminhos. Uma boa estratégia, garantem os especialistas, é iniciar ou intensificar o trabalho em grupos.
Mas como retomar os conteúdos sem deixar de cumprir o programa? E como fazer tudo isso sendo apenas um professor dentro da sala? A resposta para essas e outras perguntas fundamentais quando se pensa em recuperação é o que você vai encontrar a seguir. Esclarecemos os 11 questionamentos mais comuns (do diagnóstico à lição de casa, passando pelas estratégias para garantir que o trabalho esteja dando resultado) para você e seus colegas ajudarem a cumprir o maior papel da escola: ensinar de verdade.

*Reportagem sugerida por 3 leitores: Hélio Tadeu Guimarães, São João de Meriti, RJ, Sandra Verônica Macedo Lopes, Juazeiro do Piauí, PI, e Vivian Campos Bittencourt, Salvador, BA


SAIBA MAIS!


8 de set. de 2010

Para refletir!



EU NÃO SOU VOCÊ, VOCÊ NÃO É EU...
Madalena Freire


Eu não sou você
Você não é eu
Mas sei muito de mim
Vivendo com você.
E você, sabe muito de você vivendo comigo?
Eu não sou você
Você não é eu.
Mas encontrei comigo e me vi
Enquanto olhava pra você
Na sua, minha, insegurança
Na sua, minha, desconfiança
Na sua, minha, competição
Na sua, minha, birra birra infantil
Na sua, minha, omissão
Na sua, minha, firmez
Na sua, minha, impaciência
Na sua, minha, prepotência
Na sua, minha, fragilidade doce
Na sua, minha, mudez aterrorizada
E você se encontrou e se viu, enquanto olhava pra mim?
Eu não sou você
Você não é eu.
Mas foi vivendo minha solidão que conversei
Com você, e você conversou comigo na sua solidão
Ou fugiu dela, de mim e de você?
Eu não sou você
Você não é eu
Mas sou mais eu, quando consigo
Lhe ver, porque você me reflete
No que eu ainda sou
No que já sou e
No que quero vir a ser…
Eu não sou você
Você não é eu
Mas somos um grupo, enquanto
Somos capazes de, diferenciadamente,
Eu ser eu, vivendo com você e
Você ser você, vivendo comigo.





7 de set. de 2010

Alfabetização: por onde começar?


Dicas para alfabetizar!



Alfabetizar é todo dia
Thales de Menezes

O professor deve planejar com antecedência e constantemente as atividades de leitura e escrita. Por isso, manter-se atualizado com as novas pesquisas didáticas é essencial.
Alfabetizar todos os alunos nas séries iniciais tem implicações em todo o desenvolvimento deles nos anos seguintes. Segundo a educadora Telma Weisz, supervisora do Programa Ler e Escrever, da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, "a leitura e a escrita são o conteúdo central da escola e têm a função de incorporar a criança à cultura do grupo em que ela vive". Por isso, o desafio requer trabalho planejado, constante e diário, conhecimento sobre as teorias e atualização em relação a pesquisas sobre as didáticas específicas.
Esta edição especial traz o que há de mais consistente na área. Hoje se sabe que as crianças constroem simultaneamente conhecimentos sobre a escrita e a linguagem que se escreve. Conhecer as políticas públicas de Educação no país e seus instrumentos de avaliação é um meio de direcionar o trabalho. Um exemplo é a Provinha Brasil, que avalia se as crianças dominam a escrita e também seus usos e funções. Para a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda e Silva, o grande mérito do teste de avaliação que mede as competências das crianças na fase inicial de alfabetização é fornecer instrumentos para o professor interpretar os resultados, além de sugerir práticas pedagógicas eficazes para alcançá-los. "É um material que ajuda o professor na reflexão porque nenhuma avaliação serve para nada quando se limita a constatar. Ela só faz sentido para mudar práticas e identificar as dificuldades de cada aluno.”
E não há tempo a perder. No início do ano, como agora, a tarefa essencial é descobrir quais as hipóteses de escrita das crianças, mesmo antes que saibam ler e escrever convencionalmente (leia mais sobre como fazer um bom diagnóstico). Assim, fica mais fácil acompanhar, durante o ano, a evolução individual para planejar as intervenções necessárias que permitam que todos efetivamente avancem. Essa sondagem inicial influi na distribuição da turma em grupos produtivos de trabalho, como mostra a reportagem Parceiros em Ação.
Da mesma forma, organizar a rotina é imprescindível. Uma distribuição de atividades deve ser estabelecida com antecedência, contemplando trabalhos diários, sequências com prazos determinados e projetos que durem várias semanas ou meses (confira dicas preciosas sobre o planejamento). Ao montar essa programação, cabe ao professor abrir espaço para as quatro situações didáticas que, segundo as pesquisas, são essenciais para o sucesso na alfabetização: ler para os alunos, fazer com que eles leiam mesmo antes de saber ler, assumir a função de escriba para textos que a turma produz oralmente e promover situações que permitam a cada um deles escrever até que todos dominem de fato o sistema de escrita. Nesta edição, você encontra as bases teóricas e casos reais de professoras que obtiveram sucesso ao desenvolver cada uma das situações (com sugestões detalhadas de atividades).
Sabe-se, já há algum tempo, que as crianças começam a pensar na escrita muito antes de ingressar na escola. Por isso, precisam ter a oportunidade de colocar em prática esse saber, o que deve ser feito em atividades que estimulem a reflexão sobre o sistema alfabético.
No livro Aprender a Ler e a Escrever, as educadoras Ana Teberosky e Teresa Colomer apontam que o desenvolvimento do aluno se dá “por reconstruções de conhecimentos anteriores, que dão lugar a novos saberes”. Essa condição está presente nos 12 planos de aula deste especial. Em todos, transparece a necessidade de abrir espaço para que a turma debata o que produz, permitindo que a reflexão leve a avanços nas hipóteses iniciais de cada estudante.
É fundamental levar para a escola as muitas fontes de texto que nos cercam no cotidiano, como livros, revistas, jornais, gibis, enciclopédias etc. Variedade é realmente fundamental para os alfabetizadores, que devem ainda abordar todos os gêneros de escrita (textos informativos, listas, contos e muito mais). E, nas atividades de produção de texto, a intervenção do professor é vital para negociar a passagem da linguagem oral, mais informal, à linguagem escrita.
O número do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), de 2007, mostra que só 28% da população brasileira está na condição de alfabetizados plenos. Para impedir que mais pessoas fiquem restritas a compreender apenas enunciados simples, o desempenho escolar nos anos iniciais precisa de resultados melhores. Essa preocupação deve ser compartilhada por professores e órgãos públicos. “O governo está fazendo uma intervenção específica nas séries iniciais para ter resultados rapidamente, com dois docentes por sala, material didático de apoio, formação continuada e avaliação bimestral”, afirma Maria Helena Guimarães de Castro, secretária estadual de Educação de São Paulo.
As principais redes de ensino do país, como a estadual e a municipal de São Paulo, trabalham com a meta de alfabetizar as turmas em no máximo dois anos. Para garantir que essas expectativas de aprendizagem sejam atingidas, é preciso um compromisso dos coordenadores pedagógicos em utilizar os horários de trabalho coletivo para afinar a capacitação das equipes. “Pesquisas, debates e orientações curriculares têm de ser incentivados”, sugere Célia Maria Carolino Pires, que coordenou em 2008 o Programa de Orientações Curriculares da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.
Nas próximas páginas, você confere uma lista, adaptada por NOVA ESCOLA, de expectativas de aprendizagem em Língua Portuguesa para o 1º e o 2º ano da rede municipal paulistana. Com base nela, você pode adequar suas propostas de trabalho e fazer com que, em 2009, nenhum aluno da turma fique para trás. Pois superar os desafios da alfabetização é apenas o primeiro passo para que todos tenham uma vida escolar cheia de aprendizagens cada vez mais significativas.

 
 
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