29 de ago. de 2010

Campanha Contra Tabagismo Ministerio da Saude


DIA 29/08: Dia Nacional de Combate ao Fumo!



Tabagismo provoca envelhecimento precoce da pele

Todos os anos, cerca de cinco milhões de pessoas morrem no mundo por doenças decorrentes do tabagismo - 200 mil delas no Brasil. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é a segunda maior causa de mortes de fumantes ativos e a terceira de fumantes passivos.
29 de agosto é o Dia Nacional de Combate ao Fumo, sabemos há muito tempo as implicações que o tabagismo pode causar na saúde do ser humano. Há comprovação científica de que os elementos decorrentes do tabagismo que penetram no organismo, como o alcatrão e a nicotina, entre outros, estão associados a várias doenças (mais de 50, segundo a OMS). O tabagismo traz também implicações para os pacientes que passam por cirurgias plásticas.
O fumo está associado ao envelhecimento precoce, com perda do turgor (intumescimento), do brilho e da elasticidade da pele. Em geral, ocorre o aparecimento precoce das rugas, e isso deixa a pele com um aspecto pardo ou amarelado. Outra característica que os fumantes normalmente expõem na face são as populares manchas.

Fumo está relacionado ao envelhecimento

Existem alguns estudos feitos com gêmeos, em que somente um tem o hábito de fumar, que demonstram que aquele que fuma pode aparecer até oito anos mais velho que o irmão. Alguns trabalhos americanos apontam que cada dez anos de uso de cigarros correspondem a dois anos e meio a mais de envelhecimento. Então, após 30 anos fumando, o paciente pode parecer em torno de oito anos mais velho, quando comparado a pessoas que não fumaram.
O mecanismo que conduz ao envelhecimento precoce está associado à vasoconstrição periférica, isto é, à diminuição do fluxo sanguíneo na pele. Isso significa menor oferta de nutrientes e de oxigênio, o que constitui um envelhecimento prematuro com diminuição da produção de colágeno. Como se já não bastasse, há um aumento do consumo do colágeno e da elastina, elementos que proporcionam brilho, tônus e elasticidade à pele.
O hábito de fumar leva também ao aparecimento de rugas ao redor da boca. Primeiro, pelo consumo de elementos estruturais da pele e, segundo, pela contração de músculos ao redor dos lábios, levando ao surgimento de sulcos e à diminuição dos lábios. Como os músculos da face são interligados, juntamente com o aparecimento de rugas por toda a face, é muito comum o surgimento das bolsas malares.
"Se entre dois gêmeos, um fumar durante trinta anos, ele parecerá no mínimo oito anos mais velho que seu irmão"Cirurgia em fumantes requer cuidados
Uma grande preocupação na cirurgia plástica diz respeito à cicatrização. O hábito de fumar leva ao aumento da produção de radicais livres, desencadeando uma reação de oxidação -o que é uma das teorias do envelhecimento.
Além da produção de radicais livres, cada cigarro leva a um período de vasoconstrição ou de diminuição do aporte de sangue, oxigênio e nutrientes na região da pele, durante 45 minutos. Com isso, dependendo da quantidade de cigarros que o paciente vai consumir, podemos ter um período muito longo sem nutrientes essenciais no processo de cicatrização pós-cirúrgica.
Nos casos em que se realizam cirurgias com amplos descolamentos, a tendência é de haver um risco maior de comprometimento do processo de cicatrização. Isso pode levar ao surgimento de necroses teciduais, afastamentos das partes costuradas e de coleções líquidas, entre outras complicações.
Em cirurgias plásticas realizadas com pessoas que têm o hábito de fumar, faz-se necessário adequar técnicas menos agressivas, com descolamentos teciduais menores, para proteger os pacientes de possíveis complicações.
É interessante também indicar o uso de antioxidantes - sendo o mais conhecido a vitamina C -, previamente. Em altas doses, os antioxidantes podem funcionar como um cofator positivo na cicatrização, diminuindo os efeitos negativos da nicotina, já que ela é considerada um cofator negativo para a cicatrização.
Ainda é importante frisar que, em algumas situações, a cirurgia deve ser contraindicada, até que o paciente interrompa o hábito de fumar. É o caso, por exemplo, de cirurgias em que se faz necessário o uso de microcirurgias, ou de transferências de "retalhos", quando são feitas reconstruções de determinadas áreas. Os riscos de insucesso são muito grandes se o paciente não interromper completamente o hábito de fumar.
Em termos de cirurgia plástica, o hábito de fumar, associado à exposição solar sem proteção, constitui um fator externo que agrava, e muito, o processo de envelhecimento natural.
Sempre que pensar em realizar um procedimento de cirurgia plástica, o interessado deve consultar um especialista membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Na condição de médico, ele estará apto, inclusive, a dar as devidas orientações para quem é fumante.


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Por Especialistas

26 de ago. de 2010

Educação emocional....pense nisso!



Educar para as emoções
Cynthia Costa

Crie seu filho para que ele saiba se relacionar com as pessoas e o mundo. O sucesso profissional será uma consequência

A criança precisa de um momento em que não esteja sendo julgada ou cobrada, em que possa simplesmente fantasiar e fazer o que quer“Meu filho vai ter nome de santo / Quero o nome mais bonito”. Os versos da música-ícone “Pais e Filhos”, da banda Legião Urbana, simbolizam a vontade que quase todo pai tem de fazer o melhor para o seu herdeiro. Antes mesmo de o bebê nascer, pai e mãe embarcam num planejamento detalhado, que vai do nome de batismo à escolha da escola. Não raro, a criança mal saiu do berço e já está disputando vaga num dos melhores colégios de sua cidade, fenômeno percebido principalmente entre as famílias de classe média alta.
“Os filhos hoje são verdadeiros tesouros de seus pais. Dizemos que são superinvestidos”, sinaliza o médico Luiz Carlos Prado, psicoterapeuta familiar de Porto Alegre, RS. Esse superinvestimento se dá em diversos sentidos. Não apenas as crianças são muito amadas, vigiadas e protegidas, como frequentam escolas concorridas e têm acesso a bens materiais caríssimos, como videogames e computadores de última geração.
Expectativas demasiadas e excesso de proteção e de mimos, porém, conduzem muitas vezes a um quadro indesejável: a criança pode se tornar um jovem cheio de conhecimentos, entretanto pouco capaz de se relacionar em grupo e, pior, insatisfeito e infeliz. Acostumado a ter tudo à mão, ele reage mal diante das dificuldades intrínsecas à vida e à convivência em sociedade. Consequentemente, não desenvolve a segurança e o jogo de cintura necessários para a satisfação pessoal e o sucesso profissional.
A ironia é que são essas características prejudicadas pelo excesso de investimento – habilidade para conviver, empatia, flexibilidade – que o mundo profissional mais tem procurado. Em um estudo recente, a IMC Consultoria Empresarial, do Rio de Janeiro, divulgou que 75% das empresas brasileiras consideram a chamada “inteligência emocional” mais importante do que os conhecimentos práticos de seus funcionários. Não adianta, portanto, investir na hiperqualificação de seu filho sem, ao mesmo tempo, lhe garantir uma formação emocional tão sólida quanto.
Pensando nisso, o Educar para Crescer conversou com especialistas e traçou algumas orientações fundamentais para que pais não percam de vista as emoções de seus filhos. Confira!

Não transforme a vida de seu filho na sua.
 Quem não gostaria de ter sido mais popular, o primeiro a ser escolhido para o time de futebol, a menina mais bonita da escola? Todos gostaríamos de ter sofrido menos e de ter sido mais admirados. Mas lembremos: cada um vive uma história única. Portanto, não adianta canalizar para o seu filho a expectativa de que ele será tudo que você gostaria de ter sido. Ou terá tudo o que você gostaria de ter tido. Além da impossibilidade universal de ser 100% feliz e amado todo o tempo, leve em conta também que seu filho é outra pessoa, provavelmente com aptidões e vontades diferentes das suas.
"Muitas vezes, os filhos parecem ser a extensão narcísica dos pais", aponta a psicóloga e psicanalista Elizabeth Brandão, de São Paulo, professora do curso de psicologia da PUC-SP. Isso quer dizer que a criança não irá complementar a sua vida, muito menos compensá-la. Ela terá uma vida dela, com suas próprias dificuldades e conquistas.
Pressionada para que seja uma versão melhorada de você, a criança irá falhar e, pior, perceberá esse fracasso como uma espécie de decepção para os pais. Por isso, desde cedo, procure dar espaço para a diferença de gostos e de objetivos em sua família. Nunca perca de vista que criar um filho é acompanhar o desenvolvimento da vida de outro ser humano e auxiliá-lo nessa trajetória, e não moldar alguém ao seu gosto.

Promova um retorno à simplicidade.
 O videogame mais moderno. Festinhas de aniversário em bufês caros. Férias em resorts. Será mesmo que as crianças precisam de toda essa sofisticação? A resposta é simples: não. É a nossa sociedade de consumo exacerbado que vê nas crianças um público bastante influenciável, já que os pais costumam se dobrar ao menor de seus desejos. E por que os pais atendem aos apelos? Porque eles mesmos estão inseridos nesse contexto capitalista e também não questionam a serventia do que é propagandeado. "Os pais não gostam de se privar e, por isso, não querem privar os filhos", resume o médico e psicoterapeuta Luiz Carlos Prado, autor dos livros "Entre a Realidade e os Sonhos" e "Amor & Violência nos Casais e nas Famílias" (ambos da editora Sinopse). A psicanalista Elizabeth Brandão reforça, questionando: "Que valor teria uma roupa de grife para uma criança, por exemplo? É apenas o entorno que a convence disso".
Além de supervalorizar aquilo que o dinheiro pode comprar, o problema dessa indulgência toda é que a criança passa a esperar muito de tudo e deixa de reconhecer oportunidades - e alegrias - na simplicidade. E estas podem ser muitas. Uma bola para jogar futebol ou um giz para desenhar uma amarelinha fazem facilmente a alegria da garotada. Em dia de chuva, que tal desenhar, aprender a fazer um bolo ou apenas virar cambalhotas no chão da sala? Todas essas são atividades saudáveis, que ajudam a desenvolver a sociabilidade e a autoestima. "Entre o shopping e a pracinha, fique sem dúvida com a pracinha. Entre um brinquedo cheio de luzes e sons e um de sucata, fique com o segundo", sugere Elizabeth, lembrando que é na experimentação que a criança desenvolve a criatividade.
O videogame e os jogos de computador não devem ser proibidos, claro. Mas não é recomendável basear toda a diversão das crianças em eletrônicos e parquinhos modernosos, sob o risco de frear a sua capacidade criativa e torná-las consumistas e insaciáveis - desesperadas pelo último modelo de qualquer coisa. A liberdade para descobrir e traçar as próprias regras é essencial na construção do jogo de cintura que será tão apreciado mais tarde, no mercado de trabalho. E, claro, tem papel fundamental na própria felicidade.

Converse com seu filho de coração aberto.
 Pare um momento para pensar: você realmente escuta o que seu filho tem a dizer e, inclusive, aprende com ele? E, mais: já mudou de ideia em relação a um assunto após ouvir um argumento dele? Se sua resposta sincera for não, talvez esteja na hora de realmente abrir o coração e compartilhar. Para o psicanalista Ignacio Gerber, de São Paulo, o diálogo sincero é uma das bases para uma boa relação entre pais e filhos."O ideal seria uma conversa sem pressupostos, na qual realmente se realize uma troca", sugere o psicanalista, enfatizando, ainda, o poder da verdade nas relações: "Como dizia Bion e outros pensadores, a verdade faz bem para a saúde; já a mentira, intoxica".
Isso quer dizer que pais, em vez de se colocarem num pedestal, como se tudo já soubessem e nada temessem, talvez possam se humanizar mais e, na troca de experiências, desenvolver um vínculo real com seus filhos. Por exemplo, por que esconder da criança que houve um contratempo em seu dia? Se for algo que possa ser compreendido por ela, vale a pena dividir. Assim ela saberá que tropeços acontecem na vida de todos, até daqueles que ela mais admira, e não apenas na dela, e se sentirá, dessa forma, mais segura.
Quando sente que é ouvida pelos pais, a criança também se valoriza mais e vai firmando a sua própria voz. Um estudo realizado na Suíça em 2007/2008 mostrou, por exemplo, que crianças ouvidas em casa tendem a tirar notas mais altas na escola.

Sirva de modelo para seu filho.
 Especialistas são unânimes ao afirmar que nada é mais valioso numa educação do que o exemplo dado pelos pais. Como nem sempre pais avaliam suas próprias atitudes antes de orientar os filhos, cria-se uma contradição pouco construtiva nessa relação. O psicanalista Ignacio Gerber dá um exemplo: "Dizemos que pai nenhum deve entrar numa loja de brinquedos e deixar os filhos comprarem o que quiserem. Mas e se esses pais forem indulgentes consigo mesmos, enchendo a garagem de carros e a casa de acessórios? Como impor ao filho um padrão diferente?".
Ou seja: quando os próprios pais se presenteiam constantemente com "brinquedos", fica difícil mesmo convencer os filhos a não fazerem o mesmo. E, caso os pais não percebam essa contradição, não há dúvida de que os filhos perceberão e se ressentirão disso.
A máxima de Gandhi "seja para o mundo o que gostaria que o mundo fosse" pode ser muito bem aplicada na criação dos filhos. Quer crianças menos consumistas? Consuma menos e expresse que existe satisfação e felicidade em outras conquistas, que não envolvam dinheiro e lojas. Quer que seu filho brinque mais lá fora? Não tenha receio de arrancar os sapatos e pisar na grama molhada.
E nem é preciso dizer que filhos de leitores assíduos tendem a ler mais. Uma pesquisa realizada no ano passado pelo governo americano mostrou que 74% dos jovens que estudam em boas universidades liam com seus pais quando eram pequenos.

Dê espaço para a fantasia e a brincadeira.
 E entenda que a brincadeira não pode se restringir a desvendar os botões de uma boneca falante ou de um carrinho supersônico. A melhor brincadeira é aquela que é espontânea, criada pelas próprias crianças, sozinhas ou em grupo. É experimentando que a criança desenvolve segurança, tornando-se, mais tarde, um adulto mais centrado e confiante em seu próprio taco. "A criança precisa de um momento em que não esteja sendo julgada ou cobrada, em que possa simplesmente fantasiar e fazer o que quer. Assim ela saberá que não depende do olhar do outro para ser alguém", explica a psicanalista Elizabeth Brandão, lembrando que não é recomendável preencher todos os dias da criança com cursos extracurriculares, e nem mesmo com atividades recreativas "dirigidas".
Durval Checchinato, psicanalista de Campinas, SP, e autor do livro “Criança: Sintoma dos Pais”, também enfatiza que a falta de ócio pode limitar a plenitude da infância. "Deve haver um limite para o engajamento dos pais. Em nossa sociedade, pais tentam ocupar os filhos com múltiplas atividades (esportes, línguas), que os deixa sem fôlego e tempo para viver a infância ou mesmo a adolescência", observa. "Essa ganância atropela a criança, que fica sem tempo para curtir sua infância. E, queimando essa etapa da vida, ficará um vazio irrecuperável na vida adulta".
Hoje, também costumamos achar que a criança deve ser estimulada em todos os momentos, até quando está brincando. Tudo tem de ser educativo, instrutivo, informativo. Mas atente para o exagero. "É um equívoco ‘estimular ao máximo’ a criança. Ela acaba se tornando irriquieta, hipermotiva, como se não vivesse mais sem estímulo", alerta Checchinato.
Outro ponto levantado pelo psicanalista é o excesso de tratamentos a que as crianças têm sido submetidas - frequentemente, são atendidas por psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos e psiquiatras. "Os pais têm de saber que eles mesmos podem resolver a maior parte dos problemas de seus filhos. Autoavaliando-se, eles podem perceber a origem das questões e trabalhá-las em família", acredita.

Dê limites, um ato de amor.
 Este é um jargão repetido entre especialistas. E o que significa dar limite? Entre outras coisas, definir horários na rotina da criança, repreendê-la se cometer atos agressivos e não lhe dar tudo que quer. Em síntese: saber dizer não quando julgar necessário. E por que se trata de um ato de amor? Porque só quem recebeu limites consegue ser feliz.
Se comêssemos brigadeiro todos os dias, ele teria o mesmo gosto? Provavelmente não. A partir desse raciocínio básico, avalie se tem deixado espaço para seu filho desejar coisas que não tem - não apenas coisas materiais, mas também aquilo que ele conquistará com o tempo, construindo sua identidade no mundo: mais liberdade para ir e vir e maior poder de decisão.
O sentimento de falta tem a grande vantagem de nos empurrar em direção a conquistas, como ressalta o psicoterapeuta Luiz Carlos Prado: "A falta nos movimenta. Vamos atrás daquilo que não temos. Não é à toa ouvirmos falar de pessoas que partiram do nada e alcançaram muita coisa". Na mesma linha, o psicanalista Durval Checchinato reforça: "É bom lembrar que não há desejo sem falta nem saudade. Quanto mais propiciarmos que nossos filhos encarem essa realidade estrutural, mais os ajudaremos e os prepararemos para a vida". Assim, não projete em seu filho a possibilidade de ter tudo, e nem procure dar a ele tudo que puder como forma de compensar outras faltas que você não possa controlar. Curvando-se a todas as suas vontades e temendo que ele se revolte diante do menor dos nãos, você o prejudica muito mais do que se deixá-lo chateado vez ou outra ao negar um pedido ou repreendê-lo devido a um comportamento inadequado.
"Nada mais prejudica um filho ou o infantiliza do que o superproteger, mimá-lo ou poupá-lo do real da vida", explica Checchinato. "A criança precisa desde cedo ser ensinada a enfrentar esse real e ser conscientizada de que frustrações fazem parte do viver. Apoiada e incentivada pelos pais, ela se habitua a superar obstáculos e a vencer etapas. Autoconfiança é uma virtude que ela conquistará passo a passo, pois não vem de fora".

Transmita a noção de hierarquia e de respeito ao próximo.
 "Respeitar os mais velhos" parece coisa de outro tempo? Pois justamente por parecer uma coisa antiga que se tornou comum ouvir a reclamação "como as crianças andam mal-educadas". Respeitar os mais velhos não significa que a criança deva obedecer cegamente a pais e professores, muito menos sentir-se ameaçada na presença de um adulto.
Mas, sim, ter consciência de como essas pessoas são importantes em sua vida e, por isso, valorizá-las. É fundamental, por exemplo, que a criança perceba que aprende com seu professor e se sinta grata por isso.
O respeito ao próximo também se aplica, é claro, a coleguinhas de sua mesma idade e de outras pessoas de sua convivência, inclusive aquelas que trabalham em sua casa, como a babá e a empregada.
Para os pais, a missão é deixar claro para a criança, de maneira natural, que ela não conseguiria viver sozinha. "Desde sempre os pais podem transmitir à criança que nada somos sem o outro. Em tudo dependemos do outro: na concepção, na gestação, no nascimento, nos cuidados com a criança, no amor, no carinho, na alimentação, na higiene...", sugere o psicanalista Durval Checchinato.
Outra dica para os pais é chamar a atenção da criança, no dia a dia, para os sentimentos alheios, ajudando-a, assim, a desenvolver a empatia e a compaixão. Um estudo recente do Instituto Nacional de Saúde Mental, nos Estados Unidos, mostrou que crianças se tornam mais empáticas quando, após agredirem ou ofenderem um coleguinha, são confrontadas com observações como "Olha só, ele está chorando porque doeu" ou "Ele ficou triste, por que você não pede desculpas?".

 
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22 de ago. de 2010

22/08, dia do Supervisor Educacional. Parabéns!



Desafios do coordenador pedagógico.
Silvana Augusto (gestao@atleitor.com.br)

Mais do que resolver problemas de emergência e explicar as dificuldades de relacionamento ou aprendizagem dos alunos, seu papel é ajudar na formação dos professores

Muito se tem falado sobre o papel do coordenador pedagógico. Afinal, por que ele é necessário? Quem dera coordenar fosse simples como diz o dicionário: dispor segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar.
O coordenador pedagógico, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário da escola sob as mais estranhas caricaturas. Às vezes, atuava como fiscal, alguém que checava o que ocorria em sala de aula e normatizava o que podia ou não ser feito. Pouco sabia de ensino e não conhecia os reais problemas da sala de aula e da instituição. Obviamente, não era bem aceito na sala dos professores como alguém confiável para compartilhar experiências.
Outra imagem recorrente desse velho coordenador é a de atendente. Sem um campo específico de atuação, responde às emergências, apaga focos de incêndios e apazigua os ânimos de professores, alunos e pais. Engolido pelo cotidiano, não consegue construir uma experiência no campo pedagógico. Em ocasiões esporádicas, ele explica as causas da agressividade de uma criança ou as dificuldades de aprendizagem de uma turma. Hoje o coordenador organiza eventos, orienta os pais sobre a aprendizagem dos filhos e informa a comunidade sobre os feitos da escola.
Mas isso é muito pouco. Na verdade, ele se faz cada vez mais necessário porque professores e alunos não se bastam. Além das histórias individuais que todos escrevemos, é preciso construir histórias institucionais. É duro constatar a fragilidade de tantas escolas que montam um currículo e uma prática efetiva durante anos e perdem tudo com a transferência ou a aposentadoria de professores. Construir história nos torna humanos, e é de estranhar que, justamente na escola, tantas vezes tudo recomece do zero. O coordenador eficiente centraliza as conquistas do grupo de professores e assegura que as boas idéias tenham continuidade.
Além do que se passa dentro das quatro paredes da sala de aula, há muito mais a aprender no convívio do coletivo - no parque, no refeitório, na rua, na comunidade. A dinâmica nesses espaços deve ser ritmada pelo coordenador. É preciso lembrar ainda que só quem não está em classe, imerso naquela realidade, é capaz de estranhar. E isso é ótimo! É do estranhamento que surgem bons problemas, o que é muito mais importante do que quando as respostas aparecem prontas.
Só assim é possível que o coordenador efetivamente forme professores (e esse é o seu papel primordial). Ampliando a significação do dicionário, eu diria que no dia-a-dia de uma instituição educativa é preciso:
- dispor segundo certa ordem e método as ações que colaboram para o fortalecimento das relações entre a cultura e a escola;
- organizar o produto da reflexão dos professores, do planejamento, dos planos de ensino e da avaliação da prática;
- arranjar as rotinas pedagógicas de acordo com os desejos e as necessidades de todos; e ligar e interligar pessoas, ampliando os ambientes de aprendizagem.
Esse é o sentido de ser um bom coordenador, não de uma instituição, mas de processos de aprendizagem e de desenvolvimento tão complexos como os que temos nas escolas. Que os que desejam se responsabilizar por essa importante função vejam aqui um convite para criar um estilo de coordenar.


ACESSE E LEIA MAIS:

http://papeldoprofessor.blogspot.com/
http://www.saladosprofessores.com/index.php?option=com_smf&Itemid=62&topic=14230.0
http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/coordenador-pedagogico/caminhos-formacao-professores-476133.shtml
http://www.educador.brasilescola.com/trabalho-docente/o-papel-coordenador-pedagogico.htm


21 de ago. de 2010

Dislalia: você sabe o que é?



Dislalia

Dislalia é a má formação da articulação de fonemas, dos sons da fala. Não é um problema de ordem neurológica, mas de ordem funcional, referente à forma como estes sons são emitidos”, explica a fonoaudióloga Rosane Paiva. Segundo ela, este som alterado pode se manifestar de diversas formas, havendo distorções, sons muito próximos mas diferentes do real ; omissão, ato em que se deixa de pronunciar algum fonema da palavra; transposições na ordem de apresentação dos fonemas (dizer mánica em vez de máquina, por exemplo); e, por fim, acréscimos de sons. Estas alterações mais comuns caracterizam uma dislalia.
Rosane explica que a dislalia pode ser fonética, quando o problema se apresenta somente na alteração constante de fonemas mas a criança conhece o significado da palavra, ou fonológica, quando a criança simplesmente não ordena de modo estável os sons de sua fala. Para evitar tais problemas,a Fonoaudiologia deve ser também preventiva: “
A maioria das pessoas ainda não tem o hábito de fazer uma avaliação fonoaudiológica preventiva, nos primeiros anos de vida, como ocorre no que diz respeito à Pediatria. Mas eu penso que se deve estar atento também à saúde da voz, da fala e da audição, e acompanhar este desenvolvimento, principalmente quando se pretende expor a criança a uma aprendizagem formal, na idade certa”- diz Rosane.
Muitos fatores, segundo a fonoaudióloga, podem influir para que dislalias venham a surgir: “crianças que usam a chupeta por muito tempo, ou que mamam na mamadeira por tempo prolongado, ou mesmo aquelas que mamam pouco tempo no peito terminam por alterar as funções de mastigação, respiração e amamentação. Estas crianças podem apresentar um quadro de dislalia”- explica. E ressalta que, embora não se possa dizer que haja uma relação direta, é inegável que tais crianças acabem apresentando flacidez muscular e postura de língua indevida, o que pode ocasionar dislalia. Sendo assim, a dislalia pode ser prevenida por mães bem orientadas durante a amamentação e o pré-natal.
O tratamento da dislalia varia de acordo com a necessidade de cada criança. Em primeiro lugar, é feita uma avaliação após um contato com a família, e faz-se um levantamento histórico da criança para, só depois, iniciar o trabalho com a percepção dos sons que ela não executa. Rosane explica que existem crianças que têm dificuldade de perceber auditivamente os sons. O fonoaudiólogo deve, então, usar recursos corporais e visuais para chegar ao seu objetivo. Outras crianças apresentam línguas hipotônicas (flácidas), o que às vezes chega a ocasionar alterações na arcada dentária. Ou ainda, mostram falhas na pronúncia de certos fonemas devido a postura e respiração deficientes. “Para cada criança, tem-se um procedimento diferente, mas, em geral, o fonoaudiólogo atua, na terapia, sobre a falha e a dificuldade, usando, de preferência, meios lúdicos para ampliar a possibilidade de utilização dos sons, até que a criança se sinta segura”- explica.

Recadinho para os Professores

-Repetir somente a palavra correta para que a criança não fixe a forma errada que acabou de pronunciar.
- É importante que o professor articule bem as palavras, fazendo com que as crianças percebam claramente todos os fonemas.
- Assim que perceber alterações na fala de um aluno, o professor deve evitar criar constrangimentos em sala de aula ou chamar a atenção para o fato. O recomendável é que não se espere muito tempo para avisar a família e procurar um fonoaudiólogo.
- Uma criança que falta às aulas regularmente por problemas de audição, como otites freqüentes, requer maior atenção.
- Os professores devem ser bem -orientados em relação a estes fatores e , para isto, é preciso que haja interação entre eles e os fonoaudiólogos.
- O ato da fala é um ato motor elaborado e, portanto, os professores devem trocar informações com os educadores esportivos e professores de Educação Física, que normalmente observam o desenvolvimento psicomotor das crianças.
- O ideal é que a criança faça uma avaliação fonoaudiológica antes de iniciar a alfabetização, além de exames auditivos e oftalmológicos.

O Jogo do Jardim Zoológico

Michele Adum utiliza bastante uma brincadeira muito comum no universo infantil: o joguinho dos bichos. “Desenvolvo muitas áreas incentivando a criança a ‘montar’ o seu Jardim Zoológico, com bichinhos de plástico e cercados - diz ela. E explica que é possível trabalhar a área afetiva, por exemplo, quando a criança coloca lado a lado os membros de uma ‘família’: touro, vaca e bezerros”.
Segundo ela, é possível trabalhar também níveis de classificação, já que “a criança separa os bichos por tamanho, classes, espécies, cores”. Ou ainda, a coordenação motora - a própria criança monta os cercados e encaixa as cerquinhas - e a organização do pensamento. Até a Matemática é enfocada, pois, com base na classificação, Michele pode abordar conceitos de união, interseção, conter e estar contido. “O Jardim Zoológico é uma excelente ferramenta de avaliação e terapia”, diz ela. A utilização de todo jogo, no entanto, é controlada e sistemática, visando a atingir um objetivo específico.




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15 de ago. de 2010

Miss Imperfeita, muito prazer!


Miss Imperfeita

Texto da Revista do Jornal O Globo
Martha Medeiros - Jornalista e Escritora

'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora.
Você é, humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor.
Três dias.
Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'
 

Mães modernas...



Mães: é possível conciliar família, filhos e vida profissional?
Por Especialistas

As mulheres ainda carregam estigmas que moldam suas maneiras de ser .
As inquietações não cessam diante do assunto da conciliação entre família, filhos e vida profissional na trajetória da mulher que opta em constituir sua vida nesses aspectos. São inúmeros os trabalhos acadêmicos sobre o tema, mas parece que tudo que se escreve e que se pensa ainda não esgota o assunto.
Não raras vezes chegamos a certos impasses que nos fazem, como mulheres, retrocedermos desanimadas à posição do "não tem jeito" ou "terei que conviver com essa culpa o resto da vida", "ser mãe é para sempre, não há solução" e tantas outras frases que ouvimos todos os dias por diversas mulheres, sejam aquelas que optam por ter uma vida profissional, sejam aquelas que optam em se manter trabalhando em casa.
Constituir uma família é uma experiência interminável, que requer dos seus membros, pai e mãe, dedicação, comprometimento e muita pareceria. Contudo, ainda é da mulher que se espera mais, não? Raras vezes me pedem para escrever como o homem pode conciliar sua vida profissional e familiar. Parece que "a vida está ganha para os homens" e que não sofrem as pressões de precisar ganhar os recursos materiais, cuidar dos filhos e da vida conjugal. Mas será que as coisas acontecem com esta simplicidade? Tenho muitas dúvidas...
"As funções atribuídas à mulher construíram-se, ao longo do tempo, na intersecção entre o cultural e o biológico"As funções atribuídas à mulher construíram-se, ao longo do tempo, na intersecção entre o cultural e o biológico. Valores, crenças e estereótipos foram sendo criados em torno do que é ser uma verdadeira mãe, uma mãe exemplar e uma mãe dedicada. Apesar das grandes lutas travadas pelas mulheres por um lugar de reconhecimento, além da vida privada doméstica, bem diferente de anos atrás, a nossa velha e companheira culpa nos acompanha, ditando regras, moldando maneiras de ser da mulher e de ser mãe.
O que fazer? Como agir para sair desse jogo que cerca a vida da mulher que opta por ter filhos, formar uma família e continuar investindo na sua vida profissional? Regras não existem! Ainda bem, pois estaríamos trocando as regras do passado pelas regras do presente. Muito pouco eficiente!
Entretanto, respeitando a história e a maneira de cada mulher estar no mundo, podemos levantar algumas sugestões que podem tornar a caminhada menos árdua e mais prazerosa.
- Quem opta por ser mãe pode compreender que a maternidade é um processo infindável e que pressupõe contar com uma dose importante de tolerância a frustração. Nossos filhos e nossa família possuem funcionamentos próprios, são pessoas com recursos e com capacidade de resolução, portanto nem sempre as mães estão no centro de tudo. Delegar, acreditar e aceitar que o pai, o filho ou filha podem fazer e estar sem nós, pode facilitar.
- Optar pela maternidade não exclui continuar sendo você, mulher. Seus projetos, seus sonhos, suas vontades e desejos precisam de atenção. Quanto maior sua satisfação pessoal mais ganhos para sua família, mais ganho para o seu trabalho. Amor e trabalho são absolutamente conciliáveis, desde que sejam suas verdadeiras opções.
- Sucesso profissional e sucesso na vida dependem muito mais do quanto alguém se permite SER, buscando seus verdadeiros caminhos, que no acúmulo de tarefas e jornadas. O que vale é travessia na vida, é o processo pelo qual passamos e a coragem que vamos adquirindo para enfrentar os desafios.

Motivação no trabalho aumenta produtividade

- Trabalhar fora ou dentro de casa pode ser, para muitas, um ato de amor, tanto quanto criar seus filhos e cuidar da sua família. A relação que os pais têm com seu trabalho é fonte de grande aprendizado para os filhos. Ali se constitui o amor pelo conhecimento, pela determinação, pela perseverança e pelo mérito.
- As mulheres mães contribuem muito para educação e formação dos seus filhos, não pelo tempo que passam ao seu lado, mas pela atitude de doação, de inteireza e de coerência no trato do dia a dia.
- Sucesso depende da coerência entre o que se diz e o que se faz, já que não educamos e criamos nossos filhos com as palavras, mas precisamente com nossas atitudes.


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14 de ago. de 2010

Violência contra o Professor: Projetos de Lei.



Tempos sombrios
Beatriz Rey


Três projetos de lei que tratam da violência contra o docente tramitam no Congresso Nacional; número indica que o assunto ganhou a atenção pública
Há cinco anos, quando o estudo "Cotidiano das Escolas: entre violências", realizado pela Unesco, foi divulgado, soube-se que 47% dos professores ou funcionários das escolas analisadas já haviam sido xingados por alunos. Nas 110 escolas pesquisadas, 11% dos membros do corpo técnico-pedagógico declararam ter sofrido agressão física na escola no ano anterior. A análise foi feita em seis capitais do país. Não demorou muito para que outra pesquisa ganhasse a atenção pública. "A vitimização de professores e a alunocracia", análise feita por Tânia Maria Scuro Mendes e Juliana Mousquer, da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), apontou há dois anos que 58% dos docentes ouvidos não se sentem seguros em relação às condições ambientais e psicológicas nos seus contextos de trabalho. Além disso, 89% declararam que gostariam de contar com leis que os amparassem no que diz respeito a essa insegurança. A pesquisa envolveu questionários e entrevistas com 200 professores das rede pública e privada de dez escolas na Grande Porto Alegre (RS).
O material chegou às mãos do senador Paulo Paim (PT-RS), que propôs, no ano passado, um projeto de lei (PL 191/2009) sobre a violência contra o professor. A exemplo da Lei Maria da Penha, que combate a violência contra a mulher, sancionada em 2007, a ideia do projeto é estabelecer normas de encaminhamento para o professor agredido e de criminalização do agressor. O projeto, aprovado em novembro pela Comissão de Educação do Senado, também cria medidas protetivas.
Na mesma época, o deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) apresentou à Câmara projeto similar (6269/2009), que prevê a criação de um Programa Nacional de Prevenção à Violência contra Educadores (Pnave) e o estabelecimento de penas específicas aos agressores (leia texto na página 44). Por fim, a senadora Marisa Serrano (PMDB/MS) propôs projeto que estabelece um Sistema Nacional de Acompanhamento e Combate à Violência nas Escolas (Save). O PL 251/09 também foi aprovado pela Comissão de Educação do Senado.
A quantidade de projetos apresentados em apenas um ano é um indício de que o tema é motivo de preocupação pública. "O número é significativo porque mostra que o tema está na agenda pública e preocupa ao menos alguns parlamentares", analisa o cientista político da USP Sérgio Praça. Não há, entretanto, dados sistemáticos que apontem um crescimento no número de casos de violência contra o professor. Na verdade, não é nem possível afirmar que esse é um fenômeno da escola pública como um todo. "Temos levantamentos parciais, em escolas de capitais nos centros urbanos. Esse tipo de violência chama atenção porque vem ganhando um grau de agressividade maior", alerta Renato Alves, do Núcleo de Estudos da Violência da USP.
Para o especialista, a própria criação de leis específicas para dar conta do problema é um equívoco. Primeiro, porque o agressor já pode ser enquadrado pelo Código Penal ou pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que estabelecem medidas punitivas. "Cada vez mais, parece que os problemas são resolvidos com a edição de leis", diz Alves. Para ele, os projetos de lei, no caso da educação, funcionam como paliativos de problemas maiores nos quais a escola está envolvida. Em outras palavras: criar mecanismos criminais dentro da escola não é a solução dos problemas, já que a violência continua solta na sociedade. "Não é a criminalização que se faz ali dentro que vai impedir os casos. A lei de sequestro não fez com que o número de sequestros caísse", pontua.

Docente agredido

Enquanto os projetos tramitam no Congresso, os casos de violência seguem se repetindo aqui e acolá. Uma professora de geografia da rede estadual de São Paulo que não quis se identificar faz relatos contundentes de uma situação que vivenciou em sala de aula. "Fui amordaçada dentro da sala de aula. Minhas mãos, minha boca e meus pés ficaram amarrados. Me pisotearam e me furaram com caneta. Em outra ocasião, um aluno invadiu a sala dos professores e me deu um soco no estômago porque queria nota para passar de ano", relata. A docente se posiciona a favor dos projetos porque enxerga que os pais e os alunos saem sempre impunes dos casos de violência.
No geral, quando comparada com a escola particular, a pública conta com menos mecanismos de controle da disciplina do aluno. E com menos apoio institucional nos casos de violência, queixa recorrente dos docentes.
A professora Maria Cristina Viegas de Macedo, que leciona língua portuguesa para os 7ºs anos do Colégio Santa Maria, em São Pauo, identifica dois desses mecanismos: a presença forte da família e a seleção prévia dos alunos antes da matrícula. "É o conhecimento que segura o aluno. Se você tem o que dizer, não há agressão", acredita.
Se ela enxerga um movimento de "vitimização" do professor no que diz respeito à violência, há quem aponte uma "superproteção" do aluno pelo ECA. Na rede pública, muitos professores se dizem impedidos de dar broncas nos alunos por medo de eventuais implicações decorrentes do ECA. Um de seus redatores, Antonio Carlos Gomes da Costa considera que essa é uma reclamação gerada por má interpretação. Em sua quarta seção, o estatuto prevê que o adolescente que comete violência ou grave ameaça contra um adulto pode sofrer os efeitos de uma medida privativa de liberdade de até três anos. "Passaram a falar que o adolescente tem direito a tudo e o professor a nada. A agressão ao professor não é consequência do ECA e sim da degradação da qualidade de ensino", diz. Para ele, o ECA traz os mesmos conceitos de direitos humanos recomendados pela Unesco, que são aplicados em todos os países. "Por que no resto do mundo a violência contra o professor não acontece?", questiona.

Depois da agressão

Quando um professor sofre violência hoje, faz um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima. O autor da agressão não precisa estar presente, já que será chamado depois pelo delegado. O próximo passo é o encaminhamento da denúncia ao Fórum. A não ser que seja um caso de homicídio ou lesão corporal séria, segundo o Código Penal, o autor responde por lesão corporal leve e, se condenado, é enquadrado por crimes de menor potencial ofensivos. "Geralmente, o juiz determina que o sujeito não deve sair da comarca, deve doar uma cesta básica ou prestar serviço à comunidade. Quase 90% dos casos terminam assim", lembra César Pimentel, advogado do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).
O projeto do deputado Rollemberg não trata a violência apenas no aspecto penal, mas estabelece um programa com ações educativas e preventivas. A senadora Marisa Serrano também se preocupa com o levantamento das informações e ocorrências de violência escolar, ao propor o Save. Já o projeto do senador Paim dá mais ênfase ao atendimento inicial ao docente, das medidas protetivas e dos procedimentos penais. "Na medida em que você torna a resposta do Estado mais rápida, evita que a ação se repita. Os projetos simbolizam o reconhecimento de que o problema existe", opina Pimentel, da Apeoesp. Como ainda aguardam aprovação em comissões permanentes da Câmara e do Senado, não há previsão de aprovação dos projetos. Para Sérgio Praça, pode ser que nem saiam do papel. "Se não há um pedido de urgência dos líderes partidários para que o projeto seja apreciado em plenário, o que normalmente ocorre quando há interesse político, os projetos de parlamentares ficam parados. Raramente são aprovados", afirma.

Incongruências

Em seu artigo quarto, incisos quinto e sexto, o projeto do deputado Rodrigo Rollemberg prevê: "pena de detenção de três a nove meses ou multa nos casos de agressão moral ao educador e pena de detenção de 12 meses a quatro anos no caso de ato de desacato mediante agressão física ao educador". Para o advogado criminalista Alberto Toron, há uma incoerência do projeto de lei em relação ao Código Penal. O artigo 331 do Código prevê pena de seis meses a dois anos para o desacato a funcionário público no exercício de sua função. "As penas previstas pelo projeto são muito altas para violência escolar", opina Toron. No artigo quarto do projeto de Rollemberg, o mesmo artigo 331 do Código Penal seria acrescido de uma pena de 12 meses a quatro anos no caso de agressão física ao educador e de três a nove meses no caso de agressão moral ao mesmo.
O projeto do senador Paulo Paim traz mais alternativas. Estabelece que, nos casos de violência contra o professor, a autoridade policial deverá seguir o Código Penal ou o ECA - não há penas específicas. Além disso, prevê multa para as instituições que não atuarem de forma satisfatória para a solução de conflitos entre alunos e professores. E institui medidas como o afastamento do aluno agressor da escola em questão. A novidade, para Toron, estaria aí: os projetos trazem medidas protetivas ao professor.
"Isso veio com a Lei Maria da Penha. Trocar o aluno de escola é uma medida protetiva. Quando você transfere o aluno com a polícia presente, há um efeito que leva à diminuição dos casos", opina.

6 de ago. de 2010

Para crescer, é preciso MUDAR!


Crescer dá trabalho mas vale a pena!
Roberto Shinyashiki

Crescer significa deixar o conforto para ousar uma nova dimensão da vida
Se você quer que seus resultados mudem, antes de tudo você precisa mudar.
Para o homem de muita coragem, arriscar perder o que conquistou não representa um problema, pois ele sabe que a conquista não foi obra do acaso e sim resultado da própria capacidade.
No entanto, saber que a própria capacidade determina o tamanho das conquistas faz com que ele sempre procure crescer antes de iniciar uma nova empreitada.
O campeão sente fascínio por novas conquistas, não para receber novos aplausos, mas para conhecer e aprimorar sua força.
Estar vivo é estar em crescimento permanente. Por isso se diz que uma pessoa ou está crescendo ou está morrendo. A acomodação é o último estágio antes da morte psicológica!
Mas crescer realmente dá trabalho. Por certo, por esse motivo muitos preferem a mediocridade. Como disse o teatrólogo francês Jean Giraudoux: “Somente os medíocres estão sempre em seu máximo”.
Crescer significa deixar o conforto, para ousar uma nova dimensão de vida — e a maioria das pessoas tem medo de perder a comodidade. São muito apegadas aos hábitos, mesmo em situações angustiantes.
Crescer significa lançar-se ao desconhecido. Às vezes, isso quer dizer mudar todo o negócio para que sua empresa possa dar um salto qualitativo.
Crescer não é para covardes!
Crescer significa aprender a escutar. Quando um amigo, chefe, subalterno ou cliente nos faz uma crítica, é fundamental oferecer também o outro ouvido: “O que mais você tem a me dizer?”.
Crie condições para as pessoas manifestarem opiniões a seu respeito, mesmo que elas sejam duras.
Quando fizer uma pergunta, ouça a resposta. O importante não é quem fala, mas quem escuta e o uso que faz do que escutou.
Quando alguém ouve uma crítica e reage de maneira agressiva, ou tenta se justificar como se nada pudesse macular sua imagem de perfeição, perde a oportunidade de crescer.
Um campeão cresce sempre, não importa que situação enfrente ou o trabalho que isso dê
Veja o seguinte episódio:
Um sacristão analfabeto viveu muitos anos ajudando um padre, que acabou morrendo de velhice.
Quando o substituto do padre apareceu, pediu ao sacristão que escrevesse um relatório de suas atividades. Então, o sacristão disse:
— Não sei ler nem escrever.
O novo padre não teve dúvidas ao dizer:
— Não posso ter um analfabeto como auxiliar. O senhor está demitido.
Chateado, o pobre homem saiu da igreja muito triste, querendo fumar um cigarro, mas não conseguiu porque não tinha dinheiro para comprar um maço inteiro. Foi então que lhe veio a ideia de passar a vender cigarros por unidade, em um bairro pobre. Assim pensou, assim fez. A partir daí, surgiu um pequeno negócio, que foi crescendo, e cresceu tanto que o antigo sacristão passou a valorizar as próprias ideias, investiu em novos projetos que imaginou e se tornou um rico empresário.
Um dia, ao fechar um contrato com um banco, o gerente pediu a ele que verificasse se as cláusulas estavam corretas. Ele admitiu que não sabia ler, e o gerente se espantou:
— Mesmo sem saber ler, o senhor é um empresário competente, um autêntico vencedor. Imagine aonde teria chegado se soubesse ler!
A resposta foi imediata:
— Eu não teria passado de um simples sacristão.
Crescer também significa aceitar que, muitas vezes, perder faz parte do jogo. O campeão sempre aproveita as derrotas como estímulo para evoluir.

4 de ago. de 2010

Refletindo sobre agressividade.



Agressividade e psicanálise
Por: Wagner

A Agressividade é constitucional e necessária para auto conservação e conservação da espécie, porque possibilita nos posicionarmos nas situações e construirmos coisas. Ela está relacionada à ação
Todos os seres humanos (e inclusive os animais) trazem consigo um impulso agressivo.
A agressividade é um comportamento emocional que faz parte da afetividade de todas as pessoas. Portanto, é algo natural.
Nas sociedades ocidentais, bastante competitivas, a agressividade costuma ser aceita e estimulada quando esta vale como sinônimo de iniciativa, ambição, decisão ou coragem.
A agressividade é um tipo de comportamento normal que se manifesta nos primeiros anos de vida.
Na infância, a agressividade é uma forma encontrada pelas crianças para chamar a atenção para si. É uma espécie de reação que adquire quando está à frente de algum acontecimento que faz com que se sintam frágeis e inseguras.
Na fase adulta, a agressividade se manifesta ainda como reação a fatos que aparentemente induzem o indivíduo à disputa e ainda a sentimentos.
A agressividade é uma qualidade natural, humana ou animal, que tem a função de defesa diante dos perigos enfrentados e dos ataques recebidos.
Agressividade e medo são emoções fundamentais na sustentação de processos decisórios.
A agressividade é uma forma de nos protegermos, de dar limites, em família ou no trabalho.
A ação está na agressividade, e a reação na violência.

Classificação da agressividade humana

1º.Agressão hostil (hostilidade)
Agressão hostil é emocional e geralmente impulsiva. É um comportamento que visa causar danos ao outro, independentemente de qualquer vantagem que se possa obter. Agressão hostil quando, por exemplo, um elemento que conduz um veículo colide propositadamente na traseira do automóvel que o ultrapassou. Este comportamento só trouxe desvantagens para o próprio: tem de pagar os danos do seu carro, do carro do outro condutor, podendo ainda vir a ter problemas com a justiça. O termo raiva pode designar esse sentimento em oposição à agressão premeditada.

2º.Agressão instrumental
É aquela em que é planejada visa um objeto, que tem por fim conseguir algo independentemente do dano que possa causar. É, freqüentemente, não impulsiva. Como exemplo de agressão instrumental: o assalto a um banco; pode ocorrer no decurso da ação uma agressão, mas não é esse o objetivo. O seu fim é conseguir o dinheiro, a agressão que possa surgir é um subproduto da ação.

3º.Agressão direta
O comportamento agressivo dirige-se à pessoa ou ao objeto que justifica a agressão. Na agressão sexual o objeto almejado confunde-se com o motivo da agressão na categoria acima descrita. Os motivos fúteis opõem-se à defesa da vida como critério de gravidade do ato agressivo.

4º.Agressão deslocada
O sujeito dirige a agressão a um alvo que não é responsável pela causa que lhe deu origem. Em animais também se observa esse mecanismo de controle dos impulsos agressivos.

5º.Auto-agressão
O sujeito desloca a agressão para si próprio. Ex: Suicídio, auto mutilação.

6º.Agressão aberta
Este tipo de agressão, que se pode manifestar pela violência física ou psicológica, é explicita, isto é, concretiza-se, por exemplo, em espancamentos, ataques à auto-estima, humilhações.

7º.Agressão dissimulada
Este tipo de agressão recorre a meios não abertos para agredir. O sarcasmo e o cinismo são formas de agressão que visam provocar o outro, feri-lo na sua auto-estima, gerando ansiedade. A teoria psicanalítica tem como explicação desta forma de agressão a motivação inconsciente.

8º.Agressão inibida
Como o próprio nome indica, o sujeito não manifesta agressão para com o outro, mas dirige-se a si próprio. O sentimento de rancor é um exemplo desta forma de expressão da agressão. Algumas teorias psicológicas têm a agressão inibida como causa de diversas doenças psicossomáticas. O grau mais severo do rancor pode ser designado por ódio, contudo ainda não existe um consenso para essa terminologia.

Origens da agressividade

"Amor e ódio constituem os dois principais elementos a partir dos quais se constroem as relações humanas. Mas amor e ódio envolvem agressividade. Por outro lado, a agressão pode ser um sintoma de medo. [...] De todas as tendências humanas, a agressividade, em especial, é escondida, disfarçada, desviada, atribuída a agentes externos, e quando se manifesta é sempre uma tarefa difícil identificar suas origens”.
Winnicott, 1939.

PESSOA AGRESSIVA
Definindo dentro de um parâmetro psicológico, a pessoa agressiva patológica (processos neuróticos infantis) é aquela que reage a todo acontecimento, como se fosse uma competição, contenda ou disputa na sua leitura mental.
A disputa passa a reinar na alma da pessoa; e se fizermos um levantamento da história do indivíduo, descobriremos que desde cedo o mesmo se esforçou em demasia para não vivenciar a experiência da exclusão.
Devastadora é a crítica para estas pessoas. Esta definição contempla os aspectos negativos do fenômeno.
A agressividade é um divisor de formas de conduta ou personalidade, pois o oposto é uma pessoa que vive em lamúria ou autocomiseração.
Já os agressivos têm uma precipitação de reações ou sentimentos.
A sociedade amplia o conceito de agressividade, considerando que a própria sinceridade e autenticidade são resultados da mesma.

AGRESSIVIDADE E CRESCIMENTO
Fundamental é a agressividade para o crescimento e conquista do espaço pessoa, sinal de que não se esta sendo passivo frente às imposições do social e dos outros.
A agressividade não é sinônima de falta de amor. Desta forma, casais que se amam podem ter momentos de agressividade, sentir raiva, ódio e vontade de ficar longe por alguns instantes sem que isso signifique que não se gostam.

AGRESSIVIDADE X NORMALIDADE X PATOLOGIA
A agressividade é um tipo de comportamento normal que se manifesta nos primeiros anos de vida.
A agressividade é uma forma encontrada pelas crianças para chamar a atenção para si. É uma espécie de reação que adquire quando está à frente de algum acontecimento que faz com que se sintam frágeis e inseguras.
Na fase adulta, a agressividade se manifesta ainda como reação a fatos que aparentemente induzem o indivíduo à disputa e ainda a sentimentos.
A criança quando agressiva tenta despertar nos pais ou responsáveis os sentimentos internos que esses não conseguem perceber.
Muitas vezes as crianças são rotuladas e castigadas pelo comportamento, porém é importante conhecer primeiramente as suas causas, para que se aplique algum tipo de manifestação relacionada à agressividade. O adulto, por sua vez, quando agressivo reage precipitadamente a qualquer tipo de acontecimento, o que possivelmente causa traumas inesquecíveis. Também age como forma de depositar sentimentos negativos como raiva, inferioridade, frustração e outros.
Por ser um comportamento normal que se inicia na infância e que pode permanecer ou não durante o amadurecimento do ser humano, existem terapias que auxiliam o agressor a controlar sua reação impulsiva diante dos acontecimentos que lhes parecem desafiadores. Tal reação deve ser estudada por um profissional e controlada por quem a possui, pois pessoas agressivas normalmente não conseguem conviver com outras pessoas.

COMPORTAMENTO AGRESSIVO
O Comportamento Agressivo consiste na defesa dos direitos pessoais e expressão dos pensamentos, sentimento e opiniões de uma maneira inapropriada e não positiva que transgride os direitos das outras pessoas.
O objetivo habitual da agressão é dominar as outras pessoas. A vitória assegura-se por meio da humilhação e da degradação. Trata-se, em último caso, de que os outros sejam mais débeis e menos capazes de expressar e defender os seus direitos e necessidades.
O comportamento agressivo é o reflexo de uma conduta ambiciosa, que tenta conseguir os objetivos a qualquer preço, inclusivamente se isso supõe transgredir as normas éticas e pisar os direitos dos outros. As conseqüências deste tipo de comportamentos são sempre negativas e as vítimas destas pessoas acabam, mais cedo ou mais tarde, por se sentir ressentidas e evitar a pessoa agressiva.

COMPORTAMENTOS  AGRESSSIVOS X PAIS.
A ausência de limites, a tolerância excessiva dos pais, a falta de tolerância perante frustrações, violência física ou emocional, ausência de carinho são fatores que provocam comportamentos agressivos, porém é interessante observar também se a criança não está passando por um momento de transformação em sua família, como separação dos pais, ganho ou perda de novos membros na família, seja por nascimento de irmão ou morte de alguém querido.

VIOLÊNCIA X AGRESSIVIDADE
A agressividade é uma qualidade natural, humana ou animal, que tem a função de defesa diante dos perigos enfrentados e dos ataques recebidos.
A violência nos relacionamentos humanos, a agressividade desequilibrada, fora das situações de perigo, acontece fora e dentro das famílias. É uma reação ao sentimento interior de frustração, de carência, de incapacidade de amar, que desencadeia comportamentos destrutivos, diante da privação ou impossibilidade de satisfazer nossas necessidades naturais e atingir nossas motivações.
Todos nós temos necessidades naturais – de alimentos (fome), de líquido (sede), de sono, de repouso, de atividade produtiva, de gostar de si mesmo (auto-estima), de afeto, de aprovação social, de independência, de realização… Essas necessidades naturais criam motivações dentro de todos nós, que se apresentam como anseios, ideais ou desejos, que buscamos satisfazer o tempo todo – o nosso desejo de felicidade e paz, o desejo de saúde, o desejo de sucesso, o desejo de riqueza…
A violência, a agressividade desequilibrada, gera um ambiente doentio, interior e exterior. Gera medo, tensão, estresse, tristezas, ressentimentos, mágoas, culpas, inseguranças… Sentimentos que estão na origem da grande parte das doenças físicas.
Agressividade é constitucional e necessária para auto conservação e conservação da espécie, porque possibilita nos posicionarmos nas situações e construirmos coisas. Ela está relacionada à ação.
A violência é sempre uma reação por algo passado ou presente. Por exemplo, no desenvolvimento da criança ela pode sofrer abusos, espancamentos, maus tratos, etc. Mais tarde frente a determinados fatos ela pode ter uma reação, muitas vezes inconsciente, expressando uma violência desmedida frente a situação. Muitas vezes dependendo do que o individuo é submetido, ele pode apresentar uma reação de violência. Um animal em cativeiro é sempre violento.

A violência é sempre uma reação e não uma ação.
A agressividade está ligada a autopreservação, por que temos que nos posicionar, marcar espaço e isso é necessário para vivermos em sociedade.
Toda vez que a violência ocorre, ela está relacionada a algum fato de submissão no passado ou no presente.
A agressividade é constitucional e está ligada a ação.
A violência é uma reação e sempre está relacionada a um fato, passado ou presente.
A ação está na agressividade, e a reação na violência.

DEPRESSÃO X AGRESSIVIDADE
Algumas vezes, quando deparamos com alguém depressivo, percebemos apatia e comentamos sobre sua falta de vitalidade. Existe aí falta de "agressividade"?
Mas o que dizer de pessoas que usam sua energia de vida para hostilizar e destruir? Estamos tratando nesse momento de agressividade negativa, geralmente utilizada como instrumento de expressão de sentimentos como mágoa, insegurança ou incapacidade de lidar com as frustrações.

CRIANÇA E A AGRESSIVIDADE
Quando pensamos em crianças, logo associamos à imagem angelical de pureza e doçura. Por isso nos causam grande espanto e desorientação ao ver atitudes agressivas em crianças pequenas.
A agressividade é uma força instintiva que como outras são inatas em todos os seres humanos. Especialmente a criança, expressa tudo o que é mais essencial do ser humano, uma vez que ela ainda não completou seu amadurecimento moral e intelectual, ou seja, ela não tem recursos próprios para se relacionar com o mundo.
Assim, nas crianças percebemos as características essenciais e instintivas do ser humano com a agressividade, porém é individual de cada uma como e o quanto esta se manifesta.
O seu filho revela umas atitudes demasiadamente rebeldes, impulsivas e agressivas.
Os seus súbitos ataques de raiva fazem-na temer pelo futuro, mas nem sempre a fúria é negativa. Os pais não sabem muito bem o que se passa.
Os filhos andam muito irrequietos, agressivos e parecem estar a reagir com muita arrogância. Preocupados, os pais acham que se pode estar a passar alguma coisa e não compreendem tanta agressividade. Embora não saiba, as crianças devem revelar um pouco da agressividade que guardam dentro de si. Se não é saudável guardarem-na, também não é saudável a soltarem a todo o momento, mas se esta for equilibrada até é bom para combater o stress.
Logo à nascença, a criança solta o seu grito de agressividade. O primeiro grito de muitos outros que se seguirão, sem motivo aparente ou que pelo menos os pais não conseguem identificar qual o motivo, para além dos gritos de dor e de fome.
Quando se zangam por coisas mínimas e inexplicáveis, é sinal que estão fazendo um teste aos próprios pais para ver até onde é que lhes é permitido ir. Não há necessidade de os pais se irritarem logo após a primeira birra, pois se não se mostrarem interessados os filhos, em seguida, acabam com a choradeira.
As crianças que são muito calmas, pacíficas e que nunca demonstraram a mínima irritação em relação a nada, são crianças apáticas e tristes. O fato de as crianças nunca se irritarem com nada é sinal que guardam tudo para elas, e que reprimem os seus sentimentos e mágoas. Estas crianças são muito tristes, pouco ou nada falam e começam a ter muito medo das coisas e do próprio mundo. Os pais devem compreender se o filho está com algum problema, ou se é mesmo da personalidade dele.
Há que perceber que a agressividade é diferente da violência. A agressividade é um tipo de reação normal, mas a violência é já característica de uma outra parcela de crianças.
Habitualmente, as crianças agressivas têm reações de rebeldia, respondem mal e protagonizam gestos agressivos, mas nunca atingem o patamar da violência. Às crianças violentas está ligada a explosão repentina de muitas mágoas e episódios que guardaram para si, e que só agora conseguiram expandir. Isto retrata um tipo de preocupação e de controlo totalmente distinto da agressividade.
As crianças agressivas utilizam essa agressividade como forma de se defenderem do que as rodeia, e não necessariamente porque tenham instintos ou pensamentos violentos. Por isso, os ataques de berraria e de "reivindicações infantis" não passam de uma defesa e de um jogo elaborado inconscientemente pelos mais novos, para testarem a sua importância familiar e os limites daqueles que os rodeiam.
Os pais, ao serem mais repressivos e menos benevolentes, têm já que estar preparados para as trocas de palavras menos carinhosas e mais chocantes por parte dos seus filhos. Deve ser benevolente com ele, mas com determinados limites. A criança tem que perceber que há alturas nas quais os seus desejos podem ser-lhe concedidos, embora em outras situações isso não possa suceder. Não lhe explique o motivo porque a criança não pode fazer alguma coisa de maneira autoritária. Utilize um caminho informal e de fácil entendimento para ele, alegando sempre coisas boas para o crescimento dele caso ele não faça o que deseja.
Se julgar que o seu filho é muito agressivo, fique, a saber, que essa agressividade tem o seu lado positivo. Expulsa as suas tensões e nervos internos, e essa agressividade é um dos caminhos para perceber se não há problemas de maior com o seu pequeno mundo.
Motivo para preocupação é se a criança for demasiadamente certinha, calma e pacífica. Por detrás dessa solidão está sempre uma enorme tristeza e mágoa interior.
Acompanhe e tente perceber todas as reações do seu filho, pois todas elas possuem uma leitura importante e útil para poder compreendê-lo.

JOGO X FALTA DE PACIENCIA X AGRESSIVIDADE
Existe uma grande diferença entre agressividade e falta de paciência; e a primeira tem sido uma ótima desculpa para justificar a segunda.
Jogar agressivamente sem duvida é um caminho interessante para a vitória. Mas a agressividade tem que ser bem usada e tem que ser usada da forma correta. Pense nisso e veja se não esta confundindo agressividade com falta de paciência.

AGRESSIVIDADE X DESENVOLVIMENTOS GLANDULARES NO ADOLESCENTE
O psicólogo Nicholas Allen, da Universidade de Melbourne, Austrália, filmou 137 adolescentes de 11 a 14 anos enquanto eles discutiam com os pais sobre assuntos "explosivos", tais como a hora de ir para a cama, deveres escolares, uso do computador, etc. O nível de agressividade demonstrado pelos adolescentes nessas discussões também foi comparado ao tamanho das amídalas cerebrais (não confundir com as amídalas palatinas...).
Foi observada uma correlação entre o tamanho das amídalas e a agressividade do adolescente.
Parece que o crescimento descompassado das amídalas e do córtex pré-frontal poderia explicar fases de maior agressividade durante o desenvolvimento e a passagem da adolescência à vida adulta.

AGRESSIVIDADE E VIOLENCIA DOMESTICA
Alguns consideram que o problema acontece devido a uma carência emocional experimentada pela criança que se sente ferida; outros acreditam que a criança não teve fixados os seus limites. Perceberam que crianças e adolescentes desvantajados, expostos ao abandono, morte ou doença dos pais, ou submetidos à intensa ansiedade gerada pelo ambiente das ruas, podem apresentar conduta agressiva (Fagan & Wexler, 1987).
Quando os pais ferem-se mutuamente, abandonam as famílias ou ameaçam suicidar-se, a ansiedade dos filhos é esmagadora. Eles podem desenvolver um padrão crescentemente agressivo em suas relações familiares, escolares e sociais (Wolff, 1985).
Foi encontrada associação entre privação emocional na infância agressão física entre os pais, depressão materna, quebra precoce do vínculo mãe-filho, negligência ou rejeição materna, número elevado de substitutos maternos, abuso físico e sexual e conduta violenta em adolescentes (Forchand, 1991; Assis, 1991).
Histórias de abuso físico e sexual têm sido relatadas por adultos e adolescentes que apresentam auto-imagem negativa, dificuldades de relacionamento e vazão inapropriada de impulsos agressivos (Dodge et al., 1991; Gil, 1990; Oates, 1984; Blomhoff et al., 1990).

Serotonina pode ajudar no controle da agressividade
A serotonina, um dos principais neurotransmissores do sistema nervoso central, desempenharia um papel importante no controle de emoções, especialmente a agressividade, de acordo com um estudo britânico publicado na sexta-feira nos Estados Unidos.
O estudo ajudaria a esclarecer problemas clínicos como a depressão, as obsessões e a ansiedade, que se caracterizam por baixos níveis de serotonina.
Os psiquiatras e neurologistas estabeleceram há tempos uma relação entre a serotonina e o comportamento social, mas o papel preciso desempenhado por essa molécula na agressividade é controverso.

PSICANÁLISE E A AGRESSIVIDADE
As discussões sobre agressividade enunciaram-se desde o princípio no discernimento freudiano. Assim, na “Psicoterapia da histeria”, de 1895, essa problemática já se enunciara, pelo viés da questão da resistência (Freud 1971a), no registro estritamente clínico. Porém, nas experiências analíticas de Dora (Freud 1971c [1905]) e do pequeno Hans (Freud 1971d [1909]), a agressividade foi inscrita no registro do sintoma, sendo então responsável pela produção e pela reprodução desse.
Subentende-se que a problemática da agressividade não se formulou num momento tardio do discurso freudiano, como supõem equivocadamente alguns intérpretes desse discurso, que formularam que a sua emergência teórica seria correlata à constituição do conceito de pulsão de morte. Pode-se dizer, ao contrário, que o enunciado desse conceito, articulado com a questão da agressividade, foi o ponto de chegada de um longo e tortuoso percurso no pensamento freudiano. Não foi porque Freud colocava toda a ênfase na sexualidade, no quadro da primeira teoria das pulsões (Freud 1962 [1905]), que a agressividade não era já um problema para o discurso freudiano.
É preciso relembrar, no entanto, que a dita problemática não tinha ainda uma elaboração teórica autônoma, no contexto do discurso metapsicológico sobre as pulsões. Vale dizer, o discurso freudiano não enunciou a existência de uma pulsão de agressão, como realizou Adler (cf. Kauffman 1996), na medida em que a agressividade foi inscrita na oposição entre as ordens do sexual e da autoconservação. Mesmo posteriormente, quando Freud inscreveu a autoconservação no registro do eu – elaboração realizada em 1910, no ensaio “As perturbações psicogênicas da visão numa perspectiva psicanalítica” (Freud 1973b [1910]), que culminou no conceito de narcisismo em 1914 (Freud 1973d [1914]) –, a agressividade continuou a ser ainda concebida nesse contexto metapsicológico.
Ao falarmos de agressividade em psicanálise, imediatamente nos vem à lembrança, de modo quase automático, o texto de 1929, Mal-estar na Civilização, no qual Freud reconhece na agressividade inata do homem o principal fator de ameaça à vida em sociedade. Contudo, as coisas nem sempre foram assim.
Na realidade, a agressividade se constituiu como um problema com o qual Freud teve que se debater durante muito tempo, embora, desde os primeiros momentos, tenha reconhecido e valorizado a incidência das tendências hostis como algo inerente à especificidade do tratamento analítico.
Na psicanálise, de acordo com sua colocação diferenciada dos motivos, despertam-se todas as moções [do paciente], inclusive as hostis... são aproveitadas para fins de análise, (1905[1901], p.111).
Unicamente a partir de 1920, após a formulação da segunda teoria pulsional, a agressividade será reconhecida como uma pulsão específica, funcionando, desde então, praticamente como o outro nome dos impulsos da pulsão de morte, cuja finalidade é a destruição.
Existem essencialmente duas classes diferentes de pulsões: as pulsões sexuais, percebidos no mais amplo sentido – (Eros) e (Pulsões Agressivas), cuja finalidade é a destruição, (Freud, 1933[32], p.129).