29 de jun. de 2010

O planejamento em educação: LEIA!


 REVISANDO CONCEITOS PARA MUDAR CONCEPÇÕES E PRÁTICAS
Maria Adelia Teixeira Baffi


 O ato de planejar faz parte da história do ser humano, pois o desejo de transformar sonhos em realidade objetiva é uma preocupação marcante de toda pessoa. Em nosso dia-a-dia, sempre estamos enfrentando situações que necessitam de planejamento, mas nem sempre as nossas atividades diárias são delineadas em etapas concretas da ação, uma vez que já pertencem ao contexto de nossa rotina. Entretanto, para a realização de atividades que não estão inseridas em nosso cotidiano, usamos os processos racionais para alcançar o que desejamos.
As idéias que envolvem o planejamento são amplamente discutidas nos dias atuais, mas um dos complicadores para o exercício da prática de planejar parece ser a compreensão de conceitos e o uso adequado dos mesmos. Assim sendo, o objetivo deste texto é procurar explicitar o significado básico de termos, tais como planejamento, plano, programa, projeto, plano estratégico plano operacional, e outros, visando a dar espaço para que o leitor possa estabelecer as relações entre eles, a partir de experiências pessoais e profissionais. Cabe ressaltar que, neste breve texto, não se pretende abordar todos os níveis de planejamento, mesmo porque, como aponta Gandin (2001, p. 83),
é impossível enumerar todos tipos e níveis de planejamento necessários à atividade humana. Sobretudo porque, sendo a pessoa humana condenada, por sua racionalidade, a realizar algum tipo de planejamento, está sempre ensaiando processos de transformar suas idéias em realidade. Embora não o faça de maneira consciente e eficaz, a pessoa humana possui uma estrutura básica que a leva a divisar o futuro, a analisar a realidade a propor ações e atitudes para transformá-la.

PLANEJAMENTO É

1. Planejamento é processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas, instituições, setores de trabalho, organizações grupais e outras atividades humanas. O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação; processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego de meios (materiais) e recursos (humanos) disponíveis, visando à concretização de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das avaliações (PADILHA, 2001, p. 30).
2. Planejar, em sentido amplo, é um processo que "visa a dar respostas a um problema, estabelecendo fins e meios que apontem para sua superação, de modo a atingir objetivos antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro", mas considerando as condições do presente, as experiências do passado, os aspectos contextuais e os pressupostos filosófico, cultural, econômico e político de quem planeja e com quem se planeja. (idem, 2001, p. 63). Planejar é uma atividade que está dentro da educação, visto que esta tem como características básicas: evitar a improvisação, prever o futuro, estabelecer caminhos que possam nortear mais apropriadamente a execução da ação educativa, prever o acompanhamento e a avaliação da própria ação. Planejar e avaliar andam de mãos dadas.
3. Planejamento Educacional é "processo contínuo que se preocupa com o 'para onde ir' e 'quais as maneiras adequadas para chegar lá', tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades da sociedade, quanto as do indivíduo" (PARRA apud SANT'ANNA et al, 1995, p. 14).
Para Vasconcellos (1995, p. 53), "o planejamento do Sistema de Educação é o de maior abrangência (entre os níveis do planejamento na educação escolar), correspondendo ao planejamento que é feito em nível nacional, estadual e municipal", incorporando as políticas educacionais.
4. Planejamento Curricular é o "processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação escolar. É previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno". Portanto, essa modalidade de planejar constitui um instrumento que orienta a ação educativa na escola, pois a preocupação é com a proposta geral das experiências de aprendizagem que a escola deve oferecer ao estudante, através dos diversos componentes curriculares (VASCONCELLOS, 1995, p. 56).
5. Planejamento de Ensino é o processo de decisão sobre atuação concreta dos professores, no cotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo as ações e situações, em constante interações entre professor e alunos e entre os próprios alunos (PADILHA, 2001, p. 33). Na opinião de Sant'Anna et al (1995, p. 19), esse nível de planejamento trata do "processo de tomada de decisões bem informadas que visem à racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação de ensino-aprendizagem".
6. Planejamento Escolar é o planejamento global da escola, envolvendo o processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. "É um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social" (LIBÂNEO, 1992, p. 221).
7. Planejamento Político-Social tem como preocupação fundamental responder as questões "para quê", "para quem" e também com "o quê". A preocupação central é definir fins, buscar conceber visões globalizantes e de eficácia; serve para situações de crise e em que a proposta é de transformação, em médio prazo e/ou longo prazo. "Tem o plano e o programa como expressão maior" (GANDIN, 1994, p. 55).
8. No Planejamento Operacional, a preocupação é responder as perguntas "o quê", "como" e "com quê", tratando prioritariamente dos meios. Abarca cada aspecto isoladamente e enfatiza a técnica, os instrumentos, centralizando-se na eficiência e na busca da manutenção do funcionamento. Tem sua expressão nos programas e, mais especificamente, nos projetos, sendo sobretudo tarefa de administradores, onde a ênfase é o presente, momento de execução para solucionar problemas (idem.).

PLANO É

1. Plano é um documento utilizado para o registro de decisões do tipo: o que se pensa fazer, como fazer, quando fazer, com que fazer, com quem fazer. Para existir plano é necessária a discussão sobre fins e objetivos, culminando com a definição dos mesmos, pois somente desse modo é que se pode responder as questões indicadas acima.
O plano é a "apresentação sistematizada e justificada das decisões tomadas relativas à ação a realizar" (FERREIRA apud PADILHA, 2001, p. 36). Plano tem a conotação de produto do planejamento.
Plano é um guia e tem a função de orientar a prática, partindo da própria prática e, portanto, não pode ser um documento rígido e absoluto. Ele é a formalização dos diferentes momentos do processo de planejar que, por sua vez, envolve desafios e contradições (FUSARI, op. cit.).
2. Plano Nacional de Educação é "onde se reflete toda a política educacional de um povo, inserido no contexto histórico, que é desenvolvida a longo, médio ou curto prazo" (MEEGOLLA; SANT'ANNA, 1993, p. 48).
3. Plano Escolar é onde são registrados os resultados do planejamento da educação escolar. "É o documento mais global; expressa orientações gerais que sintetizam, de um lado, as ligações do projeto pedagógico da escola com os planos de ensino propriamente ditos" (LIBÂNEO, 1993, p. 225).
4. Plano de Curso é a organização de um conjunto de matérias que vão ser ensinadas e desenvolvidas em uma instituição educacional, durante o período de duração de um curso. Segundo Vasconcellos (1995, p. 117), esse tipo de plano é a "sistematização da proposta geral de trabalho do professor naquela determinada disciplina ou área de estudo, numa dada realidade".
5. Plano de Ensino "é o plano de disciplinas, de unidades e experiências propostas pela escola, professores, alunos ou pela comunidade". Situa-se no nível bem mais específico e concreto em relação aos outros planos, pois define e operacionaliza toda a ação escolar existente no plano curricular da escola. (SANT'ANNA, 1993, p. 49).

PROJETO É

1. Projeto é também um documento produto do planejamento porque nele são registradas as decisões mais concretas de propostas futuristas. Trata-se de uma tendência natural e intencional do ser humano. Como o próprio nome indica, projetar é lançar para a frente, dando sempre a idéia de mudança, de movimento. Projeto representa o laço entre o presente e o futuro, sendo ele a marca da passagem do presente para o futuro. Na opinião de Gadotti (apud Veiga, 2001, p. 18),
Todo projeto supõe ruptura com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma estabilidade em função de promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores.
2. Projeto Pedagógico, segundo Vasconcellos (1995)
é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita re-significar a ação de todos os agentes da instituição (p.143).
Para Veiga (2001, p. 11) o projeto pedagógico deve apresentar as seguintes características:
a) "ser processo participativo de decisões;
b) preocupar-se em instaurar uma forma de organização de trabalho pedagógico que desvele os conflitos e as contradições;
c) explicitar princípios baseados na autonomia da escola, na solidariedade entre os agentes educativos e no estímulo à participação de todos no projeto comum e coletivo;
d) conter opções explícitas na direção de superar problemas no decorrer do trabalho educativo voltado para uma realidade específica;
e) explicitar o compromisso com a formação do cidadão.
f) nascer da própria realidade , tendo como suporte a explicitação das causas dos problemas e das situações nas quais tais problemas aparecem;
g) ser exeqüível e prever as condições necessárias ao desenvolvimento e à avaliação;
h) ser uma ação articulada de todos os envolvidos com a realidade da escola;
i) ser construído continuamente, pois como produto, é também processo".
3. Projeto Político-Pedagógico da escola precisa ser entendido como uma maneira de situar-se num horizonte de possibilidades, a partir de respostas a perguntas tais como: "que educação se quer, que tipo de cidadão se deseja e para que projeto de sociedade?" (GADOTTI, 1994, P. 42). Dissociar a tarefa pedagógica do aspecto político é difícil, visto que o "educador é político enquanto educador, e o político é educador pelo próprio fato de ser político" (GADOTTI, FREIRE, GUIMARÃES, 2000, pp. 25-26).
Falar da construção do projeto pedagógico é falar de planejamento no contexto de um processo participativo, onde o passo inicial é a elaboração do marco referencial, sendo este a luz que deverá iluminar o fazer das demais etapas. Alguns autores que tratam do planejamento, como por exemplo Moacir Gadotti, falam simplesmente em referencial, mas outros, como Danilo Gandin, distinguem nele três marcos: situacional, doutrinal e operativo.

 

28 de jun. de 2010

A importância do Trabalho em Equipe.


http://gestaodepessoasrh.wordpress.com/tag/equipe/


Especialistas explicam como é possivel atuar em grupo com eficiência
Por Lilian Burgardt

Dez entre dez especialistas garantem: "o profissional do futuro deve, sobretudo, saber trabalhar em equipe". Ter bom relacionamento com os colegas, saber ouvir, opinar e discutir idéias, são características de quem possui esse talento. Quem está no mercado de trabalho já há algum tempo sabe que, ainda que surjam conflitos, duas cabeças pensam melhor do que uma. Mas quem nunca pensou que preferia trabalhar sozinho porque centralizando o trabalho em si "a coisa andaria melhor"?
Há uma explicação para esse receio em relação ao trabalho em equipe. Desde os tempos da escola, quando o professor mandava a turma se dividir em grupos para executar uma tarefa, os alunos aprendiam como é difícil lidar com idéias distintas e, muitas vezes, com a falta de comprometimento dos colegas. Da escola para frente, uma sucessão de experiências ruins relacionadas ao tema trabalho em equipe é que podem causar restrições ao coletivo. Mesmo os seminários durante a faculdade e até o trabalho de conclusão de curso da graduação. O individualismo, por sua vez, está com os dias contados no atual mercado de trabalho. Tanto é que consultores de carreira são taxativos: se você quiser sobreviver no meio corporativo terá de aprender a lidar e trabalhar com os outros.
A primeira coisa que você precisa saber para se dar bem numa empresa que prioriza o coletivo é fazer uma distinção clara do que é trabalho em grupo e trabalho em equipe. "Equipe quer dizer comprometimento. Trata-se de um grupo de pessoas com um objetivo comum que batalham por sua conquista e respeitam as características e competências individuais de cada um. Um não se sobrepõe ao outro. Trabalham em conjunto, aproveitam o que cada um tem a oferecer, ao contrário do que acontece em um grupo sem foco, sem objetivo", explica a psicóloga e consultora Suzy Fleury. A especialista é do time que acredita que cada indivíduo tem algo a oferecer para transformar um grupo numa equipe de sucesso. O segredo, segundo ela, é aproveitar tais competências individuais para obter um bom resultado coletivo.
Fã assumida da metodologia utilizada pelo técnico da seleção brasileira de vôlei masculino, Bernardinho, a psicóloga defende que uma equipe, assim como um grande time, não se faz só de estrelas, mas de indivíduos de diferentes qualidades que, em conjunto, obtêm sucesso. Não é à toa que, há anos, o treinador conquista títulos no esporte por saber estimular esse potencial em cada jogar em prol de um objetivo comum. "Em seu livro, 'Transformando suor em Ouro', Bernardinho destaca que essa é a receita para levar um grupo ao topo do podium. No vôlei, com exceção do saque, todas as ações são coletivas. Por essa razão, é preciso estimular o grupo a aproveitar as competências de cada um dos integrantes", lembra Suzy.
Para a psicóloga, os grandes realizadores dotados de sabedoria sabem que a força do time vem do indivíduo. Por que, então, nas empresas, os projetos que demandam troca de idéias de uma equipe tendem a ser um fracasso? Segundo Suzy, o principal erro do universo corporativo é anular a força do indivíduo quando ele faz parte de um projeto. "Os colaboradores são águias de um projeto. Eles precisam ser tratados como peças determinantes, verdadeiros atores, e não meros coadjuvantes num processo maior que exige envolvimento, cooperação e determinação para atingir resultados", explica. Segundo ela, para atingir metas, cabe ao gestor de uma equipe identificar o potencial de cada indivíduo e estimulá-lo.
Além da ação do gestor, também cabe aos membros da equipe identificar se alguns pontos determinantes para o sucesso do trabalho coletivo estão presentes no dia-a-dia. Para facilitar este trabalho ela criou um check-list básico com aquilo que ela considera necessário para garantir a sustentabilidade e excelência num projeto tocado a mais de quatro mãos. No quadro abaixo você acompanha os itens considerados indispensáveis. Para saber se sua equipe está no caminho certo, o ideal é conseguir somar pontos em todos os quesitos e chegar a 10 na pontuação total. Caso você não consiga somar pontos em algum quesito, já sabe exatamente quais os pontos fracos que devem ser melhorados.

O que você pode fazer pela equipe

"O dia-a-dia do grupo que quer se tornar uma equipe deve ser orientado por quatro princípios básicos: união, disciplina, trabalho e profissionalismo. Sem isso, não há como obter sucesso", afirma Suzy. Como, porém, vencer os pequenos obstáculos que se sobrepõem ao trabalho? O medo de ser passado para trás pelo colega, a disputa por dar a palavra final, a falha crônica de comunicação que gera intrigas e discussões...
O especialista comportamental, Jô Furlan, diz que não há receita milagrosa a não ser baixar a guarda e superar o medo e a desconfiança para dar chance do trabalho dar certo. É claro que estabelecer uma relação de confiança num ambiente competitivo em que pessoas disputam espaço, visibilidade e, sobretudo, reconhecimento, impede muitos profissionais de olharem o outro como parceiro. Para ele, é inevitável que dois ou três candidatos se sobressaiam num time, mas isso não deve ser encarado como negativo pelos demais porque, quando o trabalho é bem feito, todos são diretamente beneficiados e dentro deste processo, cada um tem o seu valor. "Duas pessoas não ocupam o mesmo lugar no espaço. Se houver alguém na empresa que faz o mesmo trabalho tão bem quanto você, um dos dois está sobrando. Por isso, é indispensável pensar em cooperação. A cada hora alguém tem sua contribuição individual reconhecida", diz ele.
Seguindo este raciocínio, é fundamental para o sucesso que os membros da equipe sejam flexíveis e aceitem a opinião dos outros. "Parece bobagem, mas 90% dos profissionais não recebem uma crítica de maneira construtiva. Encaram uma negativa em relação a uma idéia ou a um projeto como um boicote pessoal", critica Furlan. Ele lembra que naturalmente as pessoas tendem a se aproximar daquelas com as quais têm afinidades, no universo corporativo, no entanto, é preciso diversidade, especialmente quando se trata de um projeto que implica em riscos para a empresa. "As pessoas precisam parar de achar que bom é aquele que concorda comigo. Quem tem uma opinião contrária e consistente deve ser ouvido com atenção, não encarado como inimigo. Muitas vezes, uma crítica construtiva poderia ter salvado um projeto que não deu certo", afirma ele.
Quem tem um perfil contestador, porém, precisa saber até onde pode ir com sua crítica, avaliação negativa ou seu questionamento sobre a validade de uma idéia. "Tem muita gente aí que se diz sincero porque fala o que pensa. Eu discordo totalmente disso, acho que sinceridade é uma coisa, falta de educação é outra. Falar o que pensa de maneira agressiva, doa a quem doer, só vai colocá-lo numa posição desconfortável perante os colegas e, mais, dar margem para que receba críticas tão ferozes quanto aquelas que fez", alerta Furlan.
O embate verbal pode ser responsável pela quebra de confiança e pela geração de conflitos, em alguns casos, até irremediáveis. O especialista em Recursos Humanos e Comunicação Verbal, Reinaldo Passadori, lembra como somos resistentes a aceitar idéias diferentes das que foram sugeridas por nós mesmos e, com isso, como tentamos, a todo o momento, mostrar que somos capazes de ter uma sacada genial impondo um discurso ao colega. Quando essa idéia não sai do papel, levamos adiante um sentimento de revanchismo, algo como: "Puxa, na próxima reunião eu vou ter a idéia do século". O que muita gente esquece é que cada indivíduo tem essa percepção e, caso as idéias tenham sido discutidas neste clima, não haverá comunicação eficiente que resolva. "Não adianta ser afoito, falar demais ou passar por cima do outro. É preciso criar uma condição de interatividade para que todos possam expor suas idéias", acredita.
E haja paciência para aceitar os mais eufóricos quando tudo que se precisa numa reunião é sossego para assentar as idéias. Nessa hora, uma dose de bom-senso ajuda muito a moderar a situação para que todos possam ouvir atentamente o que cada indivíduo tem a dizer. Aí, entra outra característica indispensável para o trabalho em equipe dar certo: maturidade para administrar conflitos. Para Passadori, alguém precisa assumir o papel de apaziguador da turma e colocar ordem no trabalho quando se está andando em círculos.
Uma vez organizadas as idéias, é hora de definir os papéis. Cada indivíduo precisa ter sua responsabilidade dentro do grupo. A verdade é que no dia-a-dia poucos carregam o piano, mas se todo mundo fizesse sua parte o piano seria leve e ninguém ficaria sobrecarregado. Na opinião de Passadori, há duas situações que devem ser observadas neste quesito: o colega centralizador e o bon vivant. Tanto um como o outro prejudicam o trabalho em equipe, pois sobrecarregam um dos lados da balança. "Tem gente que não foi forjada para o trabalho duro, gosta de moleza, mas têm pessoas que simplesmente não delegam porque não confiam nos outros ou têm medo de perder espaço", acredita.
Na opinião do especialista, outro aspecto fundamental para o sucesso do trabalho em equipe é manter o bom-humor. Para ele, gente que trabalha de cara feia, carrancuda e sisuda só perde a oportunidade de levar a vida de uma maneira mais leve e saudável. "Tem gente que entra no escritório e se transforma em um ser humano mal-humorado. Como se o trabalho em si não fosse prazeroso. As pessoas precisam aprender que o prazer está na caminhada e não na chegada e que um sorriso desarma qualquer um permitindo que você tenha amigos e não só colegas de trabalho", conclui Passadori.


FONTE:  http://www.universia.com.br/carreira/materia.jsp?materia=15314

ACESSE E LEIA:

http://www.artigonal.com/gestao-artigos/a-importancia-do-trabalho-em-equipe-534401.html
http://www.aglo.com.br/blog/?p=758
http://www.dinamicas.chittoni.com.br/?p=320
http://www.ogerente.com.br/gestao/lideranca/gestao-lideranca-mif-focada_equipe.htm
http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/coordenador-pedagogico/parcerias-valem-nota-10-coordenador-pedagogico-professor-trabalho-equipe-508880.shtml

Dicas importantes para trabalhar em EQUIPE.


Dez ótimas dicas para o trabalho em equipe.

Cada vez mais o trabalho em equipe é valorizado. Porque ativa a criatividade e quase sempre produz melhores resultados do que o trabalho individual, já que "1+1= 3". Por tudo isto aqui ficam dez dicas para trabalhar bem em equipe.

1. Seja paciente
Nem sempre é fácil conciliar opiniões diversas, afinal "cada cabeça uma sentença". Por isso é importante que seja paciente. Procure expor os seus pontos de vista com moderação e procure ouvir o que os outros têm a dizer. Respeite sempre os outros, mesmo que não esteja de acordo com as suas opiniões.
2. Aceite as ideiás dos outros
As vezes é difícil aceitar idéias novas ou admitir que não temos razão; mas é importante saber reconhecer que a idéia de um colega pode ser melhor do que a nossa. Afinal de contas, mais importante do que o nosso orgulho, é o objetivo comum que o grupo pretende alcançar.
3. Não critique os colegas
As vezes podem surgir conflitos entre os colegas de grupo; é muito importante não deixar que isso interfira no trabalho em equipe. Avalie as idéias do colega, independentemente daquilo que achar dele. Critique as idéias, nunca a pessoa.
4. Saiba dividir
Ao trabalhar em equipe, é importante dividir tarefas. Não parta do princípio que é o único que pode e sabe realizar uma determinada tarefa. Compartilhar responsabilidades e informação é fundamental.
5. Trabalhe
Não é por trabalhar em equipe que deve esquecer suas obrigações. Dividir tarefas é uma coisa, deixar de trabalhar é outra completamente diferente.
6. Seja participativo e solidário
Procure dar o seu melhor e procure ajudar os seus colegas, sempre que seja necessário. Da mesma forma, não deverá sentir-se constrangido quando necessitar pedir ajuda.
7. Dialogue
Ao sentir-se desconfortável com alguma situação ou função que lhe tenha sido atribuída, é importante que explique o problema, para que seja possível alcançar uma solução de compromisso, que agrade a todos.
8. Planeje
Quando várias pessoas trabalham em conjunto, é natural que surja uma tendência para se dispersarem; o planejamento e a organização são ferramentas importantes para que o trabalho em equipe seja eficiente e eficaz. É importante fazer o balanço entre as metas a que o grupo se propôs e o que conseguiu alcançar no tempo previsto.
9. Evite cair no "pensamento de grupo"
Quando todas as barreiras já foram ultrapassadas, e um grupo é muito coeso e homogêneo, existe a possibilidade de se tornar resistente a mudanças e a opiniões discordantes. É importante que o grupo ouça opiniões externas e que aceite a idéia de que pode errar.
10. Aproveite o trabalho em equipe
Afinal o trabalho de equipe, acaba por ser uma oportunidade de conviver mais perto de seus colegas, e também de aprender com eles.

FONTE: http://www.curricular.com.br/artigos/carreira/trabalho-equipe.aspx


Conheça os 10 principais erros no trabalho em equipe. ACESSE:
http://www.universia.com.br/carreira/materia.jsp?materia=16011

25 de jun. de 2010

Campanha anti-drogas!


Dia Internacional de Combate à Drogas. Saiba mais!


DROGAS, um mal social.
Em 1987, a Organização das Nações Unidas (ONU) determinou 26 de junho como o Dia Internacional de Combate às Drogas. A primeira conferência sobre o assunto foi convocada pela ONU em fevereiro de 1990, firmando de 1991 a 2000 como anos internacionais de combate às drogas.
Em 1997 a ONU criou o Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês) com o objetivo de prestar cooperação técnica aos países-membros para reduzir os problemas na área de saúde (como o HIV) e social (como a violência) que tenham relação direta ou indireta com drogas ilícitas e o crime. A cada ano, no mês de junho, o UNODC prepara uma campanha internacional de prevenção a drogas, visando contribuir para o desenvolvimento socioeconômico dos países ao promover justiça, segurança, saúde e direitos humanos.
As drogas já se tornaram um mal social em todo mundo. No Brasil, os dados são particularmente alarmantes. De acordo com o mais recente estudo apresentado pela ONU, a proporção da população brasileira que consome cocaína cresceu de 0,4%, em 2001, para 0,7%, em 2005. Em 2001, 1% dos brasileiros entre 15 e 65 anos consumia a droga. O índice subiu para 2,6% em 2005. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o mundo tem pelo menos 200 milhões de consumidores de drogas, dos quais 40 milhões são dependentes.

Faça parte desta luta Mundial contra as DROGAS!




A magnitude do problema do uso indevido de drogas, verificada nas últimas décadas, ganhou proporções tão graves que hoje é um desafio da saúde pública no país. Além disso, este contexto também é refletido nos demais segmentos da sociedade por sua relação comprovada com os agravos sociais, tais como: acidentes de trânsito e de trabalho, violência domiciliar e crescimento da criminalidade.
Os motivos que podem levar uma pessoa a se entregar ao vício de drogas são vários e vão desde a necessidade de aceitação por um grupo até um problema de cunho familiar ou emocional. Da mesma forma são inúmeras as pessoas que se aproveitam disso para traficar e obter lucros com as fraquezas alheias.
Mas como resolver essa situação? O tráfico cresce porque cresce o número de usuários de drogas.
Este número aumenta porque aumenta o tráfico de drogas.
Isso significa que não adianta combater às drogas simplesmente como um "problema de polícia".
Não adianta lutar contra o tráfico, enquanto crime, e esquecer de lutar contra às causas que levam as pessoas ao consumo e a dependência química. O combate às drogas deve se dar também no âmbito educacional, psico-social, econômico e até mesmo espiritual.
Muitos setores da sociedade já perceberam isso e, em conseqüência, aumentam as campanhas de combate às drogas e as organizações que visam a recuperação de dependentes químicos e sua reintegração na sociedade. Exemplo desse esforço social foi a campanha da Fraternidade de 2001, da Igreja Católica, cujo tema foi, "Vida Sim, Drogas Não".
Saiba como agir - Tente conversar e mostrar ao dependente químico quais os danos que o vício está causando na vida dele, bem como apresentar-lhe soluções viáveis. Caso o viciado já esteja numa fase crônica, não relute em encaminhá-lo para uma clínica de recuperação; mas não deixe de comunicá-lo anteriormente.
A ajuda e as dicas de um profissional competente, como um psicólogo ou psiquiatra, são de extrema importância para o próprio dependente e para aqueles que têm que lidar com um. Outro fator relevante é tornar o dependente ciente de seu comportamento quando está sob efeito da droga e as conseqüências que ele traz para si e para as demais pessoas.
Fonte:UFGNet



 
ACESSE E PESQUISE:

21 de jun. de 2010

Quem é feliz não usa Drogas!


Drogas: Como nascem os anjos caídos?

Há razões, nem sempre evitáveis, para que um jovem se deixe seduzir pelo uso de entorpecentes. Mas a família pode ajudar, e muito. (Lola Felix)
SÃO PAULO - "Quem é feliz não usa drogas." A tese, defendida pelo psiquiatra Içami Tiba em seu novo livro, Juventude & Drogas - Anjos Caídos, mostra aos pais que o perigo nem sempre vem de fora. Na maior parte das vezes, segundo o especialista, ele se encontra dentro da pessoa que desenvolve o vício, disfarçado de carências que, muitas vezes, pais poderiam suprir.
Não existe maneira de uma família se blindar contra a ameaça. Tiba, no entanto, acredita que é possível desmistificar o problema. "É preciso exigir responsabilidades dos filhos. As drogas não seduzem tão facilmente as pessoas que são cobradas", diz o psiquiatra.
Para Tiba, infelizmente os pais andam errando bastante na educação dos filhos. Confundem amor com permissividade. Aquela que o psiquiatra chama de 'geração asa e pescoço' deseja dar aos rebentos só o 'peito e a coxa'. Querem fazer a compensação das necessidades que tiveram por meio das crianças. "Os pais estão criando os filhos para que usem drogas", polemiza.
Amar o filho incondicionalmente - e não só quando ele tira uma nota boa na escola - é importante, mas não é suficiente. O que importa, para o psiquiatra, é educar. Afinal, as dificuldades vividas pela 'geração asa e pescoço' também os tornaram mais fortes para o mundo.
Uma boa educação pode tornar a ameaça menos provável, mas quem educa bem não pode se descuidar. Outras variáveis estão envolvidas na sedução: circunstância, curiosidade, falta de auto-estima, vontade de permanecer a um grupo.
Longe da cocaína há um mês e meio, Fernando Demarque, 26 anos, sempre considerou bom o relacionamento com a família. Acha que seu primeiro contato com as drogas, aos 17 anos, foi motivado por curiosidade e desejo de receber aprovação dos amigos. "Nunca me faltou amor", diz ele.
Se o problema sempre encontra uma fresta pela qual pode se infiltrar, o jeito é reconfigurar as relações familiares, para que os pais não sejam os últimos a saber. Isso, segundo Tiba, é possível por meio da cidadania familiar. Nesse conceito de organização doméstica, ninguém faz em casa o que não pode fazer fora dela.


Isolamento e solidão
Muitos pais acham que os transtornos familiares chegam ao fim assim que conseguem alimentar e educar os filhos. Como Tiba coloca em seu livro, mais do que falhas na educação, o consumo de drogas pode refletir uma série de insatisfações existenciais do jovem.
Professor do departamento de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dartiu Xavier acredita que é o isolamento - e não as baladas noturnas - o sinal mais comum de que um jovem se tornou um 'anjo caído'. "Ele deixa de ter amigos", diz o psiquiatra.
Xavier acredita que o tratamento do problema não pode ser imposto ao adolescente e que a solução do problema passa por estratégias que motivam o reconhecimento do vício.
Cooperação, para Tiba, é algo que um viciado em drogas não tem condições de oferecer. "Ele não consegue pensar da maneira correta e isso é um sintoma da própria doença provocada pelas drogas", defende.
A unanimidade entre os especialistas é que os pais devem estar presentes durante o tratamento. A melhor combinação para tratar o vício pode ter terapia, medicamentos e grupos de ajuda mas, se incluir os pais, funciona melhor ainda.


SAIBA MAIS EM:

20 de jun. de 2010

Escolha Viver Sem Drogas


Drogas: qual é a dimensão deste problema no Brasil?


O impacto das drogas na sociedade brasileira – busca de soluções
Ao longo dos últimos anos o Brasil sofreu um grande aumento do consumo de drogas. Infelizmente não houve uma mudança correspondente no vigor das políticas públicas que pudesse minimamente atenuar o impacto.
O objetivo desse documento é fazer um diagnóstico dessa situação e propor as melhores alternativas para o próximo governo.
Qual é a dimensão do problema das drogas no Brasil?

a) Álcool
O álcool é o responsável pelo maior problema das drogas no Brasil. A própria Organização Mundial da Saúde já apontou que nosso país, e na maioria dos países da América Latina, o consumo de bebidas alcoólicas é responsável por cerca de 8% de todas as doenças existentes. Esse custo social é 100% maior do que os países desenvolvidos como EUA, Canadá, e da maioria dos países europeus.
No primeiro estudo brasileiro, feito pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) em 2006, que avaliou o padrão de consumo do álcool na população, mostrou que 11% dos homens e 4% das mulheres adultas eram dependentes do álcool. Essa alta prevalência tem um impacto enorme na sociedade brasileira, pois podemos dizer que cerca de 1 em cada 7 famílias tem alguém com problemas significativos em relação ao álcool. O impacto nas crianças também é grande, pois 1 em cada 5 crianças já presenciou violência por alguém intoxicado pelo álcool em casa.
O álcool contribui especialmente para o aumento da violência no Brasil. Na violência entre casais o álcool está presente em mais de 45% dos casos. Cerca de 50.000 mortes ocorrem no trânsito todos os anos no Brasil e pelo menos metade dessas mortes são devidos ao consumo de álcool. Mesmo com a introdução da chamada “lei seca” que alterou para zero a concentração de álcool permitida para dirigir, convivemos com 25% dos motoristas alcoolizados dirigindo nos finais de semana. Nenhum outro país desenvolvido ou em desenvolvimento apresenta números como os brasileiros. Somos muito atípicos no cenário internacional ao tolerarmos esse nível de pessoas intoxicadas dirigindo veículos.
Entre os adolescentes o álcool é a principal droga de abuso, com 1 em cada 7 adolescentes (16%) tendo episódios regulares de excesso de consumo. O padrão de consumo dos adolescentes brasileiros é de ingerir grandes quantidades em episódios nos finais de semana, expondo-os a uma série de riscos como: acidentes, gravidez não planejada, e também risco de consumir outras drogas ilícitas. Apesar de termos o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que proíbe a venda de bebidas para esse grupo, essa lei não é fiscalizada e está tornando o álcool a principal droga de entrada para um grupo substancial de jovens. Vale a pena destacar que embora o álcool seja uma droga lícita o uso pelos adolescentes é uma forma de uso ilícito de uma droga lícita.
Consenso Internacional sobre a Política do Álcool: No mês de maio de 2010 a Organização Mundial da Saúde passou uma resolução, apoiada pela grande maioria dos países, que busca a criação de uma política mundial sobre o álcool. À semelhança do que ocorreu com o cigarro a OMS criará as bases para implementar políticas baseadas em evidências em cada país. Essas políticas são: progressivamente aumentar o preço das bebidas alcoólicas, diminuir a disponibilidade social do álcool, proteger as crianças e os adolescentes da venda ilícita de bebidas, restringir a propaganda do álcool, reduzir o número de motoristas alcoolizados.

b) Maconha
A maconha é a principal droga ilícita utilizada no Brasil, com cerca de 10% dos adolescentes fazendo uso regular. Apesar do aumento regular do consumo dessa droga, fruto de uma percepção cada vez maior de que seja uma droga sem nenhum problema para a saúde, as evidências científicas cada vez mais apontam para uma série de problemas, como perda do rendimento acadêmico, acidentes de carro e aumento de uma série de doenças psiquiátricas como psicose e depressão. Estima-se que 1 milhão de usuários de maconha façam uso diário dessa substância, que são os dependentes.
Consenso Internacional sobre a Política da Maconha: Infelizmente pouco consenso existe sobre o que se deve fazer em relação à maconha. A maioria dos países está tentando buscar alternativas, mas até agora o consumo tende a aumentar universalmente. Com uma política mais liberal no Brasil estamos assistindo a um aumento de consumo maior do que a maioria dos países. Vários setores defendem ainda uma maior liberação em relação a essa droga, apesar dessa tendência de que cada vez mais jovens estejam consumindo maconha. Parece que estamos adotando uma política cada vez mais liberal, mesmo com resultados cada vez mais preucupantes. No mínimo o governo federal deveria ter uma posição mais clara sobre os riscos do consumo de maconha. Ao termos ministros de estado abertamente defendendo a legalização da maconha e até mesmo insinuando a defesa do uso torna o consumo dessa droga mais aceitável e a percepção dos riscos do seu uso mais leve.

c) Cocaína/Crack
O Brasil ficou livre da cocaína até meados dos anos 80, quando o preço de um grama dessa drogas estava ao redor de U$ 100, e a distribuição era somente para uma elite nas grandes cidades. Nesses últimos 30 anos a situação mudou dramaticamente. A partir dos anos 80 tivemos uma explosão do consumo de cocaína na forma em pó, fruto de uma dramática queda do preço, com um grama custando menos de U$ 2, e uma expansão enorme da rede de distribuição.
A partir de meados dos anos 90 o crack surgiu na cidade de São Paulo, de uma forma lenta, mas estável, expandiu-se para o interior do estado e mais recentemente nos últimos 10 anos expandiu-se para todo o país. O crack nada mais é do que a cocaína que pode ser fumada, tornando-a muito mais poderosa na criação de dependência e de uma série de problemas, em especial a violência. Todas as cidades onde o crack apareceu relatam um aumento de vários tipos de crimes. A primeira vítima da violência relacionada ao crack é a própria família do usuário. Pois é muito comum que comecem a roubar objetos diversos de suas próprias casas, como aparelhos de som, televisões, botijões de gás, etc para venderem e sustentarem o consumo. Esgotada essa fonte partem para crimes aquisitivos como roubo de carros, assaltos, etc.
Cerca de 1% da população brasileira faz algum consumo de cocaína, e aparentemente metade desse consumo é na forma de crack. As estimativas do próprio Ministério da Saúde de que temos 600 mil usuários de crack no Brasil é uma boa aproximação da realidade. O grande problema dos usuários do crack é que o volume de problemas de saúde, familiares e sociais que desenvolvem em paralelo ao consumo é muito grande. Essa é uma droga cuja dependência é muito grave e dificilmente o usuário consegue interromper o uso sem uma rede de tratamento muito bem organizada.
Estudo da UNIFESP que acompanha há 15 anos os primeiros 131 usuários de crack identificados no começo dos anos 90 na cidade de São Paulo, mostrou que cerca de 30% deles morreram nos primeiros cinco anos. A maior parte das mortes foi por homicídio. Esse estudo mostrou também as grandes dificuldades que os familiares tiveram em achar algum tipo de tratamento para os usuários. Se esse estudo puder servir para avaliar o que acontece no Brasil como um tudo, teremos a morte de pelo menos 180 mil usuários de crack nos próximos anos.
Consenso Internacional sobre a Política da Cocaína/Crack: As Nações Unidas num relatório recente mostrou que o Brasil é um dos poucos países no mundo onde o consumo de cocaína e crack está aumentando. A explicação deve ser por razões regionais. Nesse sentido a maior produção de cocaína por países como a Bolívia deve fazer parte da maior oferta e distribuição da cocaína e do crack em praticamente todos os estados do Brasil. Como não somos um país produtor de cocaína, estamos sujeitos a essas forças externas do tráfico internacional. Portanto deveríamos adotar políticas vigorosas para diminuir o fluxo de cocaína no Brasil. Já foi apontado também que toda essa cocaína não seria produzida se não houvesse uma rede sofisticada de produtos químicos para ajudar nesse processo. O único país da região com condições de fornecer esses produtos é o Brasil. Portanto esforços vigorosos deveriam ser feitos para identificar as empresas que estão fornecendo esses produtos e fecharmos esse fluxo de exportação clandestina.
No entanto temos mais de 600.000 usuários de crack em atividade, e para essa população vamos precisar de uma rede de tratamento mais organizada e que possa fazer uma diferença na evolução dessa doença. Devemos ter o compromisso de oferecer o tratamento necessário para essa população, pois o consumo de crack tem uma mortalidade maior do que a maioria das doenças cancerígenas.




18 de jun. de 2010

Como anda a saúde do professor?



8 remédios para o professor e a educação.
 Amanda Polato

O alívio para problemas como estresse e dores musculares - as maiores causas de afastamento da sala de aula - está nos fatores que garantem um ensino de qualidade.
Os males do dia-a-dia do professor requerem mais do que remédios.
O trabalho deve ser fonte de realização e prazer, mas pode causar sofrimento e enfermidades. Pesquisa da revista NOVA ESCOLA e do Ibope feita em 2007 com 500 professores de redes públicas das capitais revelou que mais da metade dos entrevistados sofre de estresse. Entre as queixas freqüentes estão dores musculares, citadas por 40% deles. Preocupa também o fato de 40% terem declarado sofrer regularmente de alguma doença ou mal-estar. Esse “mal-estar docente”, tão comum, ganhou até definição do pesquisador espanhol José Manuel Esteve: “Algo que sabemos que não vai bem, mas não somos capazes de definir o que não funciona e por quê”.
Nos casos mais sérios, os sintomas acabam afastando os profissionais da sala de aula. No estado de São Paulo – a maior rede do país, com 250 mil professores –, são registradas 30 mil faltas por dia. Só em 2006 foram quase 140 mil licenças médicas, com duração média de 33 dias. O custo anual para o governo estadual chega a 235 milhões de reais.
Segundo Cleuza Repulho, ex-presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação e consultora de Educação Básica do MEC, os prejuízos do absenteísmo são também muito grandes para o aprendizado. Roberto Franklin de Leão, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, concorda: “Todo mundo perde com os afastamentos. Mas é importante que o direito de estudar acompanhe o direito de ter condições para oferecer uma boa aula”. Sem dúvida, o que não pode é a falta virar a única estratégia para lidar com as questões de saúde. “É preciso entender o que causa as doenças ou o que contribui para que elas se manifestem”, avalia Iône Vasques-Menezes, da Universidade de Brasília.
Como prevenir ou tratar problemas de saúde dos professores é uma discussão que vem ocorrendo em diferentes níveis. Aqui, oito remédios foram propostos para o tratamento de alguns males, mas eles nada têm de farmacológicos. São apenas ações que, se bem articuladas, além de contribuir para o bem-estar e o desempenho do profissional, podem ter impacto positivo na qualidade da Educação.

 Remédio 1: receber o apoio da direção
 Remédio 2: manter-se em constante formação 
 Remédio 3: dispor de horários para estudo e lazer
 Remédio 4: poder contar com o apoio dos colegas
 Remédio 5: manter a indisciplina sob controle
 Remédio 6: ter boas condições de trabalho
 Remédio 7: estar por dentro do projeto pedagógico
 Remédio 8: ser prestigiado




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Família educa! Professor ensina!


Como chegamos a isso?
por Luzia Herrmann*

Sabe, às vezes nos sentimos impotentes diante de tantos problemas, preconceitos, descaso... diante de tanto jogo de interesses que, na grande maioria das vezes, não têm o ser humano como foco das preocupações e das ações.
Sou professora aposentada, 57 anos, casada, três filhos, uma neta; alfabetizadora durante anos, formadora de professores de nível médio em Curso Normal, militante sindical desde a década de 70, vejo, com muita apreensão, a forma como são abordadas questões fundamentais para o bem-estar da sociedade. Há temas que se transformam em “moda” e estão na mídia, quase que diariamente. O bullying, como se referem, agora, às diferentes formas de agressão, é um deles. Nós denunciamos isso há muitos anos, nas escolas, nas famílias, nas mais diferentes instituições e classes sociais.
A escola é um lugar onde “explodem” esses problemas, pois a criança vem de casa com toda essa “bagagem”. E o professor? Como está essa “pessoa”? Qual a sua situação de vida? Saúde física e mental? Como poderá enfrentar todos os desafios que se apresentam? Quem lhe dá suporte?
Caso a defesa do professor venha do sindicato, dizem que é corporativismo. Nossa classe já não aguenta mais. Não é por acaso que há laudos “pipocando” nas escolas. É muita pressão! Esse adolescente que rouba é culpado? Quem é culpado? Existem culpados! Como localizá-los? Que ações deverão ser implementadas para minimizar a desgraça da população: drogas, valores distorcidos...?
Família educa! Professor ensina!
Esse adolescente é um problema não só dessa professora, mas da escola, da família, do bairro, da cidade, do Estado, do país, enfim, de um sistema que tomou conta da sociedade como um todo, em qualquer lugar do mundo, em todas as classes sociais.
Somente quem está nas escolas pode avaliar o que significa conviver com todas as dificuldades que lá existem, de toda ordem. Agora, ano eleitoral, é revoltante ouvir discursos que têm solução pra tudo.
Ou mudamos a forma de encarar a vida humana, ou a barbárie se instala de uma vez por todas.
Neste desabafo, quero dizer que muitos de nós estamos trabalhando pelo bem das pessoas. Nós, professores, queremos trabalhar em boas condições, com segurança, com conhecimento de causa e que os alunos aprendam, pois é para isso que existe nossa profissão.
*Professora aposentada

FONTE:

16 de jun. de 2010

Içami Tiba...não deixe de ler!



Palestra de Içami Tiba.

1. A educação não pode ser delegada à escola. Aluno é transitório. Filho é para sempre.
2. O quarto não é lugar para fazer criança cumprir castigo. Não se pode castigar alguém com internet, som, tv, etc.
3. Educar significa punir as condutas derivadas de um comportamento errôneo. Queimou índio pataxó, a pena (condenação judicial) deve ser passar o dia todo em hospital de queimados.
4. Confrontar o que o filho conta com a verdade real. Se falar que professor o xingou, tem que ir até a escola e ouvir o outro lado, além das testemunhas.
5. Informação é diferente de conhecimento. O ato de conhecer vem após o ato de ser informado de alguma coisa. Não são todos que conhecem. Conhecer camisinha e não usar significa que não se tem o conhecimento da prevenção que a camisinha proporciona.
6. A autoridade deve ser compartilhada entre os pais. Ambos devem mandar. Não podem sucumbir aos desejos da criança. Criança não quer comer? A mãe não pode alimentá-la. A criança deve aguardar até a próxima refeição que a família fará.. A criança não pode alterar as regras da casa. A mãe NÃO PODE interferir nas regras ditadas pelo pai (e nas punições também) e vice-versa. Se o pai disse que não ganhará doce, a mãe não pode interferir.. Tem que respeitar sob pena de criar um delinquente. Em casa que tem comida, criança não morre de fome . Se ela quiser comer, saberá a hora. E é o adulto tem que dizer QUAL É A HORA de se comer e o que comer.
7. A criança deve ser capaz de explicar aos pais a matéria que estudou e na qual será testada. Não pode simplesmente repetir, decorado. Tem que entender.
8. Temos que produzir o máximo que podemos, pois na vida não podemos aceitar a média exigida pelo colégio. Não podemos dar 70% de nós, ou seja, não podemos tirar 7,0.
9. As drogas e a gravidez indesejada estão em alta porque os adolescentes estão em busca de prazer. E o prazer é inconsequente, pois aquela informação, de que droga faz mal, não está gerando conhecimento.
10. A gravidez é um sucesso biológico, e um fracasso sob o ponto de vista sexual.
11. Maconha não produz efeito só quando é utilizada. Quem está são, mas é dependente, agride a mãe para poder sair de casa, para da droga fazer uso. A mãe deve, então, virar as costas e não aceitar as agressões. Não pode ficar discutindo e tentando dissuadi-lo da idéia. Tem que dizer que não conversará com ele e pronto. Deve 'abandoná-lo'.
12. A mãe é incompetente para 'abandonar' o filho. Se soubesse fazê-lo, o filho a respeitaria. Como sabe que a mãe está sempre ali, não a respeita.
13. Homem não gosta quando a mulher vem perguntar: 'E aí, como foi o seu dia?'. O dia, para o homem, já foi, e ele só falará se tiver alguma coisa relevante. Não quer relembrar todos os fatos do dia..
14. Se o pai ficar nervoso porque o filho aprontou alguma coisa, não deve alterar a voz. Deve dizer que está nervoso e, por isso, não quer discussão até ficar calmo. A calmaria, deve o pai dizer, virá em 2, 3, 4 dias. Enquanto isso, o videogame, as saídas, a balada, ficarão suspensas, até ele se acalmar e aplicar o devido castigo.
15. Se o filho não aprendeu ganhando, tem que aprender perdendo.
16. Não pode prometer presente pelo sucesso que é sua obrigação. Tirar nota boa é obrigação. Não xingar avós é obrigação. Ser polido é obrigação. Passar no vestibular é obrigação. Se ganhou o carro após o vestibular, ele o perderá se desistir ou for mal na faculdade.
17. Quem educa filho é pai e mãe. Avós não podem interferir na educação do neto, de maneira alguma. Jamais. Não é cabível palpite. Nunca.
18. Mães, muitas são loucas. Devem ser tratadas. (palavras dele).
19. Se a mãe engolir sapos do filho, a sociedade terá que engolir os dele.
20. Videogames são um perigo. Os pais têm que explicar como é a realidade. Na vida real, não existem 'vidas', e sim uma única vida. Não dá para morrer e reencarnar. Não dá para apostar tudo, apertar o botão e zerar a dívida.
21. Professor tem que ser líder. Inspirar liderança. Não pode apenas bater cartão.
22. Pai não pode explorar o filho por uma inabilidade que o próprio pai tenha. 'Filho, digite tudo isso aqui pra mim porque não sei ligar o computador'. O filho tem que ensiná-lo para aprender a ser líder.Se o filho ensina o líder (pai), então ele também será um líder. Pai tem que saber usar o Skype, pois no mundo em que a ligação é gratuita pelo Skype, é inconcebível o pai pagar para falar com o filho que mora longe.
23. O erro mais frequente na educação do filho é colocá-lo no topo da casa. Não há hierarquia. O filho não pode ser a razão de viver de um casal. O filho é um dos elementos.. O casal tem que deixá-lo, no máximo, no mesmo nível que eles. A sociedade pagará o preço quando alguém é educado achando-se o centro do universo.
24. Filhos drogados são aqueles que sempre estiveram no topo da família.
25. Cair na conversa do filho é criar um l. Filho não pode dar palpite em coisa de adulto. Se ele quiser opinar sobre qual deve ser a geladeira, terá que saber qual é o consumo (KWh) da que ele indicar. Se quiser dizer como deve ser a nova casa, tem que dizer quanto que isso (seus supostos luxos) incrementará o gasto final.
26. Dinheiro 'a rodo' para o filho é prejudicial. Tem que controlar e ensinar a gastar.


Frase: "A mãe (ou o pai!) que leva o filho para a igreja, não vai buscá-lo na cadeia..."
Você não pode evitar que os problemas batam à sua porta, mas não há necessidade de oferecer-lhes uma cadeira" (Joseph Joubert)



FONTE:

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14 de jun. de 2010

Você já fez sua lista? Uma bela mensagem!


Tempo X Filhos


Pais ocupados, filhos distantes.
*Por Içami Tiba



Vivemos um paradoxo inesperado. Trabalhamos tanto e conseguimos avanços tecnológicos incríveis para termos melhor qualidade de vida e tempo, mas temos menos tempo para nos dedicar à família. Muitos pais ocupados sofrem na pele com seus filhos adultos, jovens, adolescentes, ou crianças o não ter compartilhado da vida deles. Várias pesquisas entre os homens de sucesso mostram a distância que existe entre o que vivem e o que gostariam de viver com os seus filhos.
Entretanto, há pais que, mesmo tão ocupados nos seus negócios, seus filhos não lhes são tão distantes nem tão dependentes, como a maioria dos seus colegas e amigos são. Qual o segredo destes pais? São pais de Alta Competência. São pais dedicados também à família, não só aos seus negócios. Uma dedicação que vem de sua disposição interna e disponibilidade externa por terem colocado a educação dos filhos como prioridade.
A maioria coloca os negócios como prioridade em detrimento dos filhos. Assim negligenciam a vida, pois o viver é mais importante do que o negócio. O negócio foi criado e desenvolvido pelas mentes brilhantes dos humanos para melhorar a sobrevivência e assegurar a perpetuação da espécie.
Os pais de Alta Performance sabem da importância dos negócios, mas não são assimilados por eles: eles os assimilam para melhorar suas vidas e a dos outros. Quem vive para os negócios não é dono de si mesmo, mas sim escravo deles. E quando mais precisam da vida é que estes escravos dos negócios se dão conta do quanto deixaram de viver em suas famílias. Um infarto no estrangeiro, um acidente numa estrada longínqua, ou mesmo um filho envolvido com drogas ou uma gravidez precoce faz qualquer profissional rever sua vida.
Bons pais têm a noção da sustentabilidade de suas vidas. Escrever um livro, plantar uma árvore, ter um filho são nada mais do que nossas vidas continuarem mesmo depois de nossas mortes.
Os avanços tecnológicos trouxeram também o consumismo, o estresse, a falta de tempo... Falta de tempo? Acredito que nem tanto. Vivemos é em um mundo diferente. Temos tudo para poupar tempo. Revivemos amizades a um simples toque de teclado adentrando no mundo virtual. Encontramos tantos amigos num dia só que no passado levaríamos “séculos” para encontrá-los pessoalmente.
Os pais que dizem não ter tempo para os filhos estão vivendo a contradição de querer encontrar o tempo passado como seus pais e ancestrais faziam (sentarem juntos, jogarem papo fora, brincarem com ou lerem para os seus filhos etc). Cada pai pode falar com seus filhos no momento que quiser via celular, Orkut, Skype, MSN, torpedos, Twitter etc. Estes todos são instrumentos são do tempo presente para contatar as pessoas e não o contrário.
Pais de Alta Performance acompanham não só passo a passo seus negócios como também o caminhar e o desenvolver dos filhos na escola e dentro de casa. Basta um clicar e ele tem ao seu alcance as notas que não o surpreenderão no final do ano. Uma exigência e os filhos enviam mensagens pelo twitter resumindo a essência de cada aula que tiveram no dia, usando as suas próprias palavras. Para construir estas mensagens, o filho terá de transformar as informações recebidas do professor em conhecimento. Serve de resumo para as provas mensais.
Seu filho está preocupado ou sofrendo? Envie-lhe um torpedo perguntando como está e exija resposta mais longa do que um “tudo bem”, para agendar um encontro, quem sabe numa lanchonete, para almoçarem juntos e compartilharem este momento que pode ser o ponto de virada entre o bom e o mal resultado...
Afinal, são os filhos que vão nos sustentar na velhice, nas doenças da longevidade, além de perpetuar o nosso DNA pelo mundo afora.

* Içami Tiba é psiquiatra e educador. Escreveu "Família de Alta Performance", "Quem Ama, Educa!" e mais 26 livros.



13 de jun. de 2010

Educação e Afetividade.


Educação afetiva ou controladora? Foco no conteúdo ou em valores?
José Manuel Moran

Recebo, de vez em quando, e-mails como este:
"Olá professor Moran, lembra de mim? Você me deu aula no primeiro semestre de 2006. Estou escrevendo este e-mail em agradecimento, pois uma vez você me disse que eu tinha potencial e eu acreditei nisso e muito. Hoje escrevo também para lhe convidar a participar do lançamento do livro ***, no qual participo com um conto. Encaminho anexado o convite, gostaria muito que pudesse ir. Um grande abraço e mais uma vez obrigada por acreditar em mim. Roberta".
Cada vez me convenço mais de que na educação o incentivo, o apoio é mais importante que a cobrança, o controle. Quando conseguimos motivar, incentivar o aluno ele aprende sem nós, ele aprende sozinho, ele corre atrás do que precisa. Quando queremos controlar o processo obtemos alguns resultados imediatos, mas não sabemos o que acontece depois, não sabemos se os alunos continuam com o desejo de aprender ou simplesmente executam algumas atividades supervisionadas enquanto estamos por perto. Por isso, a relação de confiança, afetiva, de apoio é fundamental para obter resultados a longo prazo.
A grande inclusão que precisamos na educação não é a tecnológica – embora necessária – mas a afetiva e a de valores: Inclusão afetiva: acolher os alunos, valorizá-los, dar-lhes força, esperança, entusiasmo. Alunos motivados vão mais longe, caminham com mais autonomia. A afetividade é um componente fundamental pedagógico e contribui decisivamente para o sucesso pessoal e grupal.
A outra grande inclusão é a de valores: o educador ajuda muito o aluno se ensina o que pratica, se ele se mostra como é, como uma pessoa em desenvolvimento, com contradições, mas que procura ser coerente entre o que pensa e faz. Numa sociedade que valoriza muito a aparência (no sentido corporal e no sentido de representar papéis), é fundamental termos educadores que mostrem coerência entre o que ensinam e praticam, que se apresentem como seres em crescimento, com contradições, com acolhimento e incentivo. Num mundo de tanto faz de conta, de tantas aparências e de tantas mentiras, educar dentro da verdade e da coerência já é uma grande inovação.
Além da inclusão digital precisamos da inclusão afetiva e ética: termos educadores e gestores confiáveis, que inspirem confiança, não porque sabem tudo, mas porque procuram ajudar os alunos a caminhar por si mesmos, a aprender juntos, a acreditar nas possibilidades de cada um.
O educador é um profissional cujo papel transcende a matéria que ele trabalha. Além da competência intelectual, de ajudar os alunos a compreender certos assuntos, ele mostra, expressa e trabalha – direta e indiretamente – valores, visões de mundo, sentimentos, modelos de vida. Quanto mais ele aprende a integrar tensões e contradições, melhor mostrará aos alunos como fazê-lo no dia a dia. Quanto mais avança na compreensão do mundo, no equilíbrio emocional, na capacidade de trocar afeto, mais ajuda os alunos a acreditarem em si mesmos, a quererem avançar também, a terem esperança no futuro. Se o educador, além de conhecer bem os temas do seu curso, mostra um processo rico de aprendizagem na vida, de observação, de interação, contribuirá muito para que os alunos –ao menos uma parte – reflitam mais, acreditem mais, desejem crescer como pessoas e como profissionais.
Quando vejo professores que impõem a aprendizagem pela força ou pelo medo, sinto pena de todos – professores e alunos – porque os professores não aprenderam o principal - conteúdo sem vida é pouco significativo - e os alunos poderão acreditar que a aprendizagem é complicada e difícil, o que complicará o desejo profundo de que acreditem que podem aprender por si mesmos.
Se numa instituição escolar temos muitos exemplos de professores controladores, o processo se complica para todos (permanecemos num modelo que não nos prepara para a autonomia). Se temos um equilíbrio entre o número de controladores e de incentivadores, os alunos podem ao menos comparar e escolher modelos de aprendizagem que considerem mais conveniente. Se temos muito mais educadores incentivadores do que controladores facilitaremos a crença e a escolha dos alunos por uma educação mais criativa, empreendedora e humana.
Diante de tantos grupos sociais que mostram que levar vantagem é melhor do ser honestos, que mentir é melhor do que a verdade, que preferem viver de aparências do que de autenticidade, precisamos de muitos gestores e educadores (não só nas escolas, mas em todas as instituições e grupos) que reafirmem o contrário: que vale mais a pena aceitar-se como pessoas em evolução, com contradições, mas com verdade e coerência do que viver no fingimento, do faz-de-conta.
A preocupação excessiva com a aparência (física, social) mostra a dificuldade de mudar valores que nos ajudariam a crescer mais, mas que contrariam interesses, negócios. O glamour que atribuímos a qualquer pessoa só pelo fato de aparecer na mídia mostra quanto a educação ainda precisa avançar.
A educação tem um papel político fundamental: mostrar a todos que podemos mudar esse estado de coisas que está aí, essa banalização da aparência, do consumo, da mentira e da enganação descarada de muitos grupos, que dificulta sobremaneira a credibilidade das propostas educativas cidadãs.

FONTE:
http://www.eca.usp.br/prof/moran/controladora.htm
 
LEIA MAIS! ACESSE:
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/educador-integral-423298.shtml
 
http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/dona-licinha-423394.shtml